budismo
Mas a meditação também significa cultivar qualidades humanas básicas, tais como a atenção e a compaixão e novas formas de experimentar o mundo. O que realmente importa é que a pessoa muda gradualmente. Ao longo de meses e anos, torna-se menos impaciente, menos propenso à cólera, menos dividido entre esperanças e medos. Torna-se inconcebível prejudicar voluntariamente outra pessoa.
Desenvolvemos uma propensão para o comportamento altruísta e um conjunto de qualidades que nos aporta os recursos para lidar com os altos e baixos da vida. O ponto aqui é que poderá olhar para os seus pensamentos e emoções fortes com uma pura atenção plena, que não está relacionada com os seus conteúdos. Tomemos o exemplo da cólera malévola, com a qual, muitas vezes, nos identificamos. A cólera pode preencher a nossa paisagem mental e projectar esta realidade distorcida sobre nós próprios, sobre as pessoas e eventos. Quando somos oprimidos pela cólera não conseguimos nos dissociar dela.
Perpetuamos um círculo vicioso de aflição ao reacender a cólera cada vez que vemos ou lembramos a pessoa que nos fez sentir de tal forma. Ficamos dependentes da causa do sofrimento. Mas se conseguirmos dissociar-nos da cólera e olhar para ela com atenção plena, que está ciente que a cólera não é cólera, podemos ver que é apenas um conjunto de pensamentos/emoções. A cólera não corta como uma faca, queima como o fogo ou esmaga como uma rocha, nada mais é do que um produto da nossa mente. Em vez de "ser" a cólera, percebemos que não somos a cólera, da mesma forma que as nuvens não são o céu. Então, para para lidar com a cólera olhamos para e mantemos a nossa atenção sobre ela. Se pararmos de adicionar madeira a uma fogueira e apenas assistirmos, o fogo extinguir-se-á. Da mesma forma, a cólera irá desaparecer, sem ser forçosamente reprimida ou ter in/explodido.
Não há dúvida de que todos experimentamos emoções. Trata-se, então, de uma questão de não ser escravizado por elas. Deixar as emoções surgir, mas libertas dos seus componentes aflitivos: distorção da realidade, confusão mental, apego e sofrimento para si e para os outros. Há uma grande virtude em descansar de vez em quando na pura consciência do momento presente e ser capaz de evocar este estado quando as emoções aflitivas surgem, para que não fiquemos identificados com e não sejamos seduzidas por elas. É difícil no início, mas torna-se bastante natural à medida que se familiariza com tal abordagem. Sempre que a cólera surge, aprende-se a reconhecê-la de imediato.
“Se conhecer alguém que é um carteirista, mesmo que ele se mistura na multidão, irá reconhecê-lo à distância e manter um olhar atento sobre ele.”
Matthieu Ricard
Pura Consciência - Matthieu Ricard
A pura consciência, sem conteúdo, é algo que muitos dos que meditam regular e seriamente já experimentaram - não é apenas uma espécie de teoria Budista. E qualquer um que se dê ao trabalho de estabilizar e clarificar a sua mente será capaz de experimentá-la também. É através deste aspecto incondicionado da consciência que podemos transformar o conteúdo de mente através do treinoMas a meditação também significa cultivar qualidades humanas básicas, tais como a atenção e a compaixão e novas formas de experimentar o mundo. O que realmente importa é que a pessoa muda gradualmente. Ao longo de meses e anos, torna-se menos impaciente, menos propenso à cólera, menos dividido entre esperanças e medos. Torna-se inconcebível prejudicar voluntariamente outra pessoa.
Desenvolvemos uma propensão para o comportamento altruísta e um conjunto de qualidades que nos aporta os recursos para lidar com os altos e baixos da vida. O ponto aqui é que poderá olhar para os seus pensamentos e emoções fortes com uma pura atenção plena, que não está relacionada com os seus conteúdos. Tomemos o exemplo da cólera malévola, com a qual, muitas vezes, nos identificamos. A cólera pode preencher a nossa paisagem mental e projectar esta realidade distorcida sobre nós próprios, sobre as pessoas e eventos. Quando somos oprimidos pela cólera não conseguimos nos dissociar dela.
Perpetuamos um círculo vicioso de aflição ao reacender a cólera cada vez que vemos ou lembramos a pessoa que nos fez sentir de tal forma. Ficamos dependentes da causa do sofrimento. Mas se conseguirmos dissociar-nos da cólera e olhar para ela com atenção plena, que está ciente que a cólera não é cólera, podemos ver que é apenas um conjunto de pensamentos/emoções. A cólera não corta como uma faca, queima como o fogo ou esmaga como uma rocha, nada mais é do que um produto da nossa mente. Em vez de "ser" a cólera, percebemos que não somos a cólera, da mesma forma que as nuvens não são o céu. Então, para para lidar com a cólera olhamos para e mantemos a nossa atenção sobre ela. Se pararmos de adicionar madeira a uma fogueira e apenas assistirmos, o fogo extinguir-se-á. Da mesma forma, a cólera irá desaparecer, sem ser forçosamente reprimida ou ter in/explodido.
Não há dúvida de que todos experimentamos emoções. Trata-se, então, de uma questão de não ser escravizado por elas. Deixar as emoções surgir, mas libertas dos seus componentes aflitivos: distorção da realidade, confusão mental, apego e sofrimento para si e para os outros. Há uma grande virtude em descansar de vez em quando na pura consciência do momento presente e ser capaz de evocar este estado quando as emoções aflitivas surgem, para que não fiquemos identificados com e não sejamos seduzidas por elas. É difícil no início, mas torna-se bastante natural à medida que se familiariza com tal abordagem. Sempre que a cólera surge, aprende-se a reconhecê-la de imediato.
“Se conhecer alguém que é um carteirista, mesmo que ele se mistura na multidão, irá reconhecê-lo à distância e manter um olhar atento sobre ele.”
Matthieu Ricard
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