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Yoga - Estilos Ashtanga Hatha Anusara...



Existem tantos estilos diferentes e sabores de yoga que pode sentir-se confuso.
Desde uma sessão exigente e suada de Ashtanga, passando pela ênfase no alinhamento em Iyengar, até a uma sessão de ‘abertura de coração’ em Anusara. Cada estilo permite uma forma diferente de se conectar com a antiga sabedoria que subjaz ao yoga.

O Yoga não é uma moda passageira - tem resistido ao teste do tempo. Há muitos tipos de Yoga, a maioria não são bem conhecidos em Portugal, embora todos partilhem o mesmo objectivo - a união da mente e do corpo. Alguns são mais físicos, outros centram-se mais na meditação. O Yoga mais popular é o Hatha Yoga.
Hatha Yoga é um caminho físico que visa harmonizar corpo, mente e alma através da disciplina física, movimento, quietude, e controlo da respiração. Hatha yoga é tão popular, que, salvo indicação contrária, é geralmente seguro supor-se que, se alguém se refere a yoga referem-se a Hatha Yoga.


Porquê praticar?

O yoga é mais do que uma prática física, é também uma prática Mindful, de consciência plena ao momento presente.
O yoga permite que crie presença e equilíbrio interno, desfrutando de uma boa saúde e um corpo em forma através dos princípios da respiração, alinhamento.

Questões relevantes a pensar na escolha do estilo de yoga:
1. Qual é o seu nível de experiência com o yoga?
2. Qual é o seu nível de fitness?
3. Deseja incorporar a espiritualidade na sua prática?
4. Prefere ficar mais tempo nas posturas ou prefere o fluir de postura em postura?
5. Deseja que o yoga faça parte do seu estilo de vida?
6. Deseja ser mais ousado na sua prática de yoga?
7. O que mais espera obter com a sua prática de yoga?
8. O que yoga significa para si?



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"Medicina Mente-Corpo" pode reduzir os custos dos cuidados de saúde



Estudo revela como a medicina de integração "mente-corpo" pode reduzir os custos dos cuidados de saúde.
As práticas que treinam a resposta de relaxamento, como a meditação, yoga e a oração, podem reduzir a necessidade dos serviços de saúde em 43%, de acordo com um estudo do Massachusetts General Hospital (MGH), com afiliação a Harvard.O estudo está publicado na revista científica PLOS ONE . Vários estudos anteriores demonstraram que induzir a resposta de relaxamento - um estado fisiológico de repouso profundo - não só alivia o stress e a ansiedade, mas também afeta fatores fisiológicos, como a pressão arterial, frequência cardíaca e o consumo de oxigénio.

Os autores do estudou salientaram que as doenças relacionadas com o stress, como a ansiedade e a depressão, são a terceira maior causa de gastos com saúde nos Estados Unidos depois das doenças cardíacas e do cancro (que também são afetados pelo stress). O cenário em Portugal é semelhante!
O estudo, levado a cabo no MGH’s Institute for Technology Assessment and the Benson-Henry Institute (BHI) for Mind Body Medicine, descobriu que os indivíduos no programa da resposta de relaxamento recorreram menos aos serviços de saúde no ano após a sua participação em relação ao ano anterior.


As conclusões preliminares do nosso estudo indicam que os programas que treinam os pacientes para desencadear a resposta de relaxamento - especificamente aqueles ensinados no BHI - também podem reduzir drasticamente a utilização dos cuidados de saúde
disse James E. Stahl, o autor líder do estudo.

Estes programas promovem bem-estar e em alturas de grandes constrangimentos financeiros e de recursos limitados nos cuidados de saúde poderiam aliviar o fardo sobre os nossos sistemas de saúde a um custo mínimo e com nenhum risco real.

A resposta de relaxamento foi descrita pela primeira vez há mais de 40 anos atrás por Herbert Benson, professor na Harvard Medical School, fundador e diretor emérito do BHI e um dos co-autores deste estudo.

A resposta de Relaxamento

Esta resposta de relaxamento pode ser compreendida como uma capacidade natural dos organismos retornarem ao seu estado de equilíbrio, uma vez terminada a fonte de stress ou os estímulos adversos (internos e/ou externos), O oposto fisiológico da resposta de ‘luta ou fuga’. Benson salienta que a resposta de relaxamento não é mobilizada com tanta rapidez como ocorre com a resposta de ‘luta ou fuga’, e que pode ser potenciada e treinada por práticas e/ou técnicas terapêuticas tradicionais, tais como: técnicas de respiração, meditação de concentração e/ou de insight ou atenção plena (mindfulness), atividade física, oração, relaxamento muscular, yoga, entre outros, e tem sido demonstrada ser útil no tratamento de transtornos relacionados com o stress, que vão desde a ansiedade à hipertensão.


Benson afirma que:
Sentimos que as intervenções mente-corpo que são de baixo custo e essencialmente livres de risco  devem ser incorporadas nos cuidados preventivos regulares.
Benson acrescentou ainda que:
Desde o início, o nosso principal objetivo tem sido o de melhorar a saúde e o bem-estar das pessoas mediante a neutralização dos efeitos nocivos do stress e aliviar muitas doenças que são causadas ou agravadas pelo stress. 
Agora, o desafio é divulgar estes resultados que sentimos que será de grande interesse para os prestadores e pagadores dos cuidados de saúde, tais como as companhias de seguros e os decisores políticos.

Adaptado do original por Vítor Bertocchini

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Yoga - Ashtanga meets Raga



Assim como a prática física do yoga desenvolve a força e a flexibilidade, a sua prática espiritual e emocional desenvolve a entrega, o aceitar e o viver no presente. Na vida o/a yogi/yogini é capaz de deixar os apegos e encontrar a aceitação. Os desafios da vida começam a ficar menos relevantes e a vida começa a correr melhor, independentemente das circunstâncias que se apresentam. Com a prática contínua, no tapete e fora dele, aprendemos a prática espiritual do yoga e quando nos soltamos talvez possamos sentir o apoio espiritual, a Fonte Divina, e o Universo nas nossas vidas.




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Ujjayi Pranayama ou Respiração Vitoriosa

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Quando realizada correctamente, a respiração Ujjayi (traduzido como " vitoriosa") deve ser tanto energizante como relaxante. Nos Yoga Sutras, Patanjali sugere que a respiração deve ser tanto Dirga (longa) e sukshma (suave). O som da respiração Ujjayi é criado pela constrição suave da abertura da garganta, criando uma certa resistência à passagem do ar. Ao gentilmente sorver o ar e de seguida expulsando-o suavemente contra essa resistência, cria-se um som bem marcado e suave, algo parecido com o som das ondas do mar a rebentarem na costa.


 Para praticar a inalação, focar na criação de um som suave e agradável que não é apressado nem forçado. Sugiro trabalhar na sua respiração Ujjayi numa posição sentada, relaxada e com as pernas cruzadas. Imagine que respira por uma palha. Se a sucção é muito forte a palha bloqueia o fluxo de ar e é necessária exercer uma grande força para sugar o ar através dela. Uma vez dominada a respiração Ujjayi, em posição sentada, o desafio é manter a mesma qualidade da respiração durante toda a sua prática de asanas.
A raiz do problema pode ser tão simples quanto o esforço que se exerce ao praticar Ujjayi . É importante lembrar que a chave para a respiração Ujjayi é o relaxamento, a acção de Ujjayi naturalmente prolonga a respiração. No entanto, é necessário um pequeno esforço para produzir um som agradável, mas muito esforço cria uma respiração tensa e um som irritante.

Ao longo da sua prática, tente manter a duração e a suavidade da respiração, tanto quanto possível. Depois de encontrar uma linha de base da respiração Ujjayi, numa postura que não é muito exigente (“cão boca abaixo”, por exemplo), procure manter a qualidade da respiração em toda a prática.

Efeitos do Yoga Pré-Natal na Ansiedade e Depressão Maternal

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O yoga incorpora técnicas de relaxamento e respiração com posturas que podem ser adaptados para as mulheres grávidas. Muitas mulheres optam por praticar yoga durante a gravidez...
#Yoga #Ciência

Pela primeira vez, investigadores do Reino Unido estudaram os efeitos do yoga em mulheres grávidas e descobriram que a sua prática pode reduzir o risco de desenvolver ansiedade e depressão. 

O stresse durante a gravidez tem sido associado ao parto prematuro, ao baixo peso do recém-nascido e ao aumento dos problemas de desenvolvimento e comportamento da criança enquanto criança e adolescente, bem como com problemas de saúde mental mais tarde da mãe.
Um alto nível de ansiedade durante a gravidez está associado com depressão pós-parto que por sua vez está associada ao aumento do risco de desenvolver depressão mais tarde na vida.

Desde há muito que tempo tem sido assumido por profissionais da saúde que a prática de yoga pode ajudar a reduzir os níveis de stresse em mães, mas nunca tinha sido testado numa investigação. Num artigo publicado recentemente na revista Depressão e Ansiedade, académicos das Universidades de Manchester e de Newcastle, mostraram que as mulheres que participaram numa aula de yoga por semana durante oito semanas tinha diminuído os níveis de ansiedade em comparação com o grupo de controlo, que recebeu um tratamento pré-natal normal, sem yoga.


Dr. James Newham, que realizou a investigação como estudante de doutoramento em Saúde Materna, disse: "É surpreendente que isso nunca tenha sido testado antes, há muito tempo que acredito que o yoga é benéfico, mas nenhuma investigação tinha sido realizada para apoiar a essa assunção. Nós agora provamos que pode ajudar. Os seus efeitos são consideráveis. Isto tem o potencial para realmente ajudar as mães que estão em estados ansiosos (sobre sua gravidez)."


O professor John Aplin, um dos investigadores seniores em Manchester, e ele mesmo um professor de yoga de longa data, disse: "o yoga incorpora técnicas de relaxamento e respiração com posturas que podem ser adaptados para as mulheres grávidas. Muitas mulheres optam por praticar yoga durante a gravidez, mas este é o primeiro artigo mundial sobre os efeitos das sessões únicas e múltiplas de yoga pré-natal sobre o humor."

O Estudo
O estudo teve como amostra 59 mulheres que estavam grávidas pela primeira vez e pediu-lhes para relatar seu estado emocional. Elas foram divididas em vários grupos, alguns dos quais participaram de uma sessão de yoga por semana durante oito semanas, enquanto os outros apenas tiveram o tratamento pré-natal normal. 


Conclusões Uma das conclusões foi que uma única sessão de yoga foi suficiente para reduzir a ansiedade auto-relatada em 33% e os níveis das hormonas de stresse em 14%. Encorajador!

O Dr. Newham acrescentou : "Há um crescente corpo de evidências sobre os efeitos da ansiedade pré-natal materna no aumento do risco de parto pré-termo e a probabilidade de dar à luz uma criança de baixo peso. Se conseguirmos reduzir esses fatores de risco, e talvez reduzir o taxa de transtornos de humor pós-parto nas mães e resultados negativos de saúde em seus filhos, então isso só pode ser algo muito positivo."

O professor Aplin afirmou ainda: "Os resultados confirmam o que muitos que praticam yoga sabem há muito tempo. Há também evidências de que o yoga pode reduzir a necessidade de alívio da dor durante o parto e a probabilidade de nascimentos por cesariana de emergência."

Talvez devêssemos proporcionar mais aulas de yoga. Seria relativamente barato de implementar, pode ajudar as mães e os seus filhos a serem mais saudáveis, bem como reduzir os custos dos cuidados de saúde a longo prazo.

Bibliografia:
 Newham JJ, Wittkowski A, Hurley J, Aplin JD, Westwood M. (2014). Depression and Anxiety, 30.
doi: 10.1002/da.22268

Respiração alternada - Nadi Sodhana

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Respiração alternada - Nadi Sodhana | Excelente técnica de respiração para acalmar e concentrar a mente. Liberta de forma eficaz o stresse acumulado na mente e no corpo, relaxando-os.

Nadi significa "canal" ou "fluxo" de energia e sodhana significa "purificação". Existem vários níveis de prática de nadi sodhana e o texto Asana Pranayama Mudra Bandha sugere praticar cada técnica durante seis meses antes de avançar para a próxima. Será apresentada a técnica mais básica da respiração das narinas alternadas e que pode ser executada por qualquer pessoa. Ela equilibra os nadis Ida e Pingala que viajam até à coluna vertebral, entrelaçando os chakras. O nadi Ida  é semelhante ao Yin. É a energia feminina, lunar que domina o lado esquerdo do corpo e está relacionada com o sistema nervoso parassimpático, que permite relaxar. Alternativamente, o nadi Pingala é o lado do Yang e é masculino, a energia solar. Ele domina o lado direito do corpo e se relaciona com o sistema nervoso simpático, ou seja, com a reação luta ou fuga (fight-or-flight). São dois sistemas evolutivos importantes, que se desenvolveram ao longo de milhares de anos, para que possamos, por um lado, respirar e manter os nossos corações a bater sem pensar nisso, e por outro, fugir para sobrevivermos se, por exemplo, um grande animal da selva nos quisesse devorar ou se fosse necessário retirar as nossas mãos rapidamente do fogo quente. O aspecto infeliz da vida moderna é que tem levado o nosso sistema nervoso simpático a uma exagerada e constante excitação (hipertonia), devido ao stresse que acompanha o nosso quotidiano.

É aqui que reside a importância da prática do Nadi Sodhana, pois desperta energias latentes nos nadis Ida (narina esquerda) e Pingala (narina direita), chakras secundários, que estão localizados nas narinas esquerda e direita, e associados ao cérebro esquerdo e direito e, também ao sistema nervoso parassimpático e simpático e o equilíbrio entre estes dois sistemas (Ghiya & Lee, 2012; Srivastava, Jain & Singhal, 2005; Dhungel, Malhotra, Sarkar & Prajapat, 2008).

Chin Mudra

Esta prática altamente contemplativa é, como BKS Iyengar (1985) afirma: "uma das práticas mais delicadas. O cérebro e os dedos devem aprender a agir em conjunto, canalizando as inspirações e as expirações”. É, Iyengar continua, “o mais difícil, complexo e refinado de todos os pranayamas. É o mais importante em auto-observação e controlo sensíveis. Quando refinado ao seu nível mais subtil leva cada um de nós para o seu eu mais íntimo”.

Como praticar a respiração alternada ou respiração por narinas alternadas (Nadi Sodhana Pranayama)

1. Sente-se confortavelmente, com a coluna erecta e os ombros relaxados. Manter os olhos fechados e um sorriso gentil no rosto.

2. Coloque a mão esquerda sobre o joelho esquerdo, palmas a céu aberto ou em Chin Mudra (polegar e dedo indicador tocando suavemente nas pontas).

3. Coloque a ponta do dedo indicador e o dedo médio da mão direita entre as sobrancelhas, o dedo anelar e o dedo mínimo na narina esquerda e o polegar sobre a narina direita. Vamos usar o dedo anelar e o dedo mínimo para abrir ou fechar a narina esquerda e o polegar da narina direita.

4. Pressione o polegar sobre a narina direita e expire suavemente através da narina esquerda.

5. Agora inspire pela narina esquerda e, em seguida, pressione suavemente a narina esquerda com o dedo anelar e o dedo mínimo. Removendo o polegar direito da narina direita, expire pela direita.

6. Inspire pela narina direita e expire pela esquerda. Agora você concluiu uma rodada de Nadi Sodhana pranayama. Continue inspirando e expirando pelas narinas alternadas.


7. Complete 9 ciclos, alternadamente, respirando através de ambas as narinas. Após cada expiração, lembre-se de inspirar pela mesma narina da qual expirou. Mantenha os seus olhos fechados ao longo da prática e continue a fazer respirações longas, profundas e suaves, sem qualquer força ou esforço.

Nadi Shodhana pranayama ajuda a relaxar a mente e prepara-a para entrar num estado meditativo. Por isso, é uma boa ideia fazer este exercício antes da meditação.

Benefícios da Respiração por narinas alternadas

• Excelente técnica de respiração para acalmar e concentrar a mente. A nossa mente tem uma tendência para lamentar ou para glorificar o passado e para ficar ansiosa sobre o futuro. A prática de Nadi Sodhana ajuda a trazer a mente de volta para o momento presente.
• Funciona terapeuticamente em diversos problemas circulatórios e respiratórios.
• Liberta de forma eficaz o stresse acumulado na mente e no corpo, relaxando-os.
• Ajuda a harmonizar os hemisférios direito e esquerdo do cérebro (Muktibodhananda, 1993).
• Ajuda a purificar e a equilibrar os nadis, os canais de energia subtiis, garantindo assim fluxo de prana (energia vital) através do corpo.


por Vítor Bertocchini


Referências bibliográficas

- Ghiya S., Lee C. M. (2012). Influence of alternate nostril breathing on heart rate variability in non-practitioners of yogic breathing. Int J Yoga, 5, 66-9.
- Iyengar, B. K. S. 1985. Light on pranayama: The yogic art of breathing. New York: Crossroad.
-  Muktibodhananda, Swami, trans. 1993. Hatha Yoga Pradipika: Light on yoga. Munger, India: Bihar
School of Yoga.
- Dhungel U. K., Malhotra V., Sarkar D. & Prajapat R. (2008). Effect of alternate nostril breathing exercise on cardiorespiratory functions. Nepal Med Coll J 2008, 10(1), 25-27.
- Srivastava, R. D., Jain N., & Singhal A. (2005). Influence Of Alternate Nostril Breathing On Cardiorespiratory And Autonomic Functions In Healthy Young Adults. Indian J Physiol Pharmacol 2005; 49 (4), 475–483.
- Swami S. S. (2008). Asana Pranayama Mudra Bandha. Yoga Publications Trust. Bihar: India.


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Master Classes na arte do Yoga, da Saúde Holística e da Meditação



A Escola Internacional de Yoga Swara Yoga estará no dia 10 de Novembro em Matosinhos para orientar Masterclasses nas áreas do Yoga, da Saúde Holística e Meditação.
Será uma excelente oportunidade para aprender, não só teorica, mas sobretudo empiricamente, de uma forma integrativa, as práticas holísticas que esta escola oferece.


Introdução

A base de toda a criação, incluindo o corpo físico, são os cinco elementos - terra, água, vento, fogo e espaço. O bem-estar do corpo e da mente pode ser estabelecido através da purificação desses cinco elementos no sistema humano. Estes elementos não são uma meramente uma metáfora. Eles são qualidades e conceitos que podemos testemunhar na vida quotidiana, lembrando-nos de que a nossa saúde e equilíbrio são estados dinâmicos de ser. Tudo está em constante mudança. Usando Asanas, Pranayamas, Meditações com Visualizações e Meditações sobre os cinco sentidos (Indriyas) os participantes poderão criar práticas de Yoga que são adequadas para cada estado pessoal de equilíbrio elemental.

O Hatha Yoga tradicional enfatiza a purificação dos elementos do corpo (bhuta shuddhi) e a purificação da consciência (chitta shuddhi) como meios de auto-realização. É por esta razão que o Yoga prescreve e recomenda uma dieta vegetariana, rica em alimentos que contenham muito prana (energia vital) e que tenham sido elaborados observando valores éticos, como a veracidade e a não-violência. O motivo que está por trás dessa prescrição alimentar é que, para um corpo-mente intoxicado, será muito mais difícil perceber os aspectos mais subtis da paisagem interior.
Num longo decorrer do tempo várias tradições espirituais foram desenvolvendo formas específicas de meditação, como por exemplo as diferentes escolas de yoga indianas, as diferentes tradições do budismo, o taoísmo chinês, a cabala judaica, etc… A sua meta é disciplinar a inquietude mental, acalmando a mente, fortalecendo a concentração e expandindo a consciência. As técnicas de dhyana ou meditações elaboradas por iogues, na sua maioria, não são divulgadas abertamente, mas apenas numa relação directa entre professores e alunos, de forma a impedir que sejam desfiguradas por comunicações defeituosa, ou, que tais técnicas sejam praticadas por pessoas que ainda não estejam suficientemente preparadas para tal.
Os benefícios da meditação têm provocado cada vez mais um maior interesse à medicina ocidental, colocando-a sob o crivo analítico do seu rigoroso método científico.



Programa

9h30 - 11h
Prática de Yoga
O desenvolvimento de uma postura de meditação adequada e confortável é inseparável do trabalho com a coluna vertebral desde uma abordagem física e energética. As posturas (asanas) do Yoga combinam simultaneamente o físico e o energético. Nesta classe especial serão ensinadas e praticadas sequências específicas para desbloquear o fluxo de energia ao longo do canal central do corpo (sushumna nadí), permitindo retirar mais e maiores benefícios da prática meditativa.

11h15 - 12h30
Lecture
Serão discutidas as quatro funções da mente envolvidas na meditação e como as podemos reconhecer e trabalhar, procurando coordená-las de forma sinérgica: Manas, Ahamkara, Chitta e Buddhi.
Também será abordada a importância da meditação no estilo de vida moderno.
Esta palestra será apresentada por Jai Garuda (Austrália). Tradução disponível.

14h30 - 15h45
Lecture
A importância de uma dieta saudável no processo meditativo, desde uma perspectiva Ayuvérdica. Vamos discutir o impacto de certos alimentos na nossa mente bem como os alimentos mais apropriados para um processo meditativo mais eficaz .
Esta palestra será apresentada por Sofia Araújo.

16h00 - 17h30
Meditação Guiada
Nesta sessão vamos explorar a natureza da mente com diversas técnicas meditativas utilizadas no Yoga. O objectivo é seguir passo a passo os diferentes estágios de meditação e observar as diferenças de estados de mente em cada estágio deste processo.

17h30 - 18h00
Chá e convívio


Material necessário
- Convém trazer roupas largas, uma almofada e um tapete; caso não disponha, favor indicar.
- O evento é aberto a todos e não implica nenhum conhecimento teórico ou prático de yoga e de meditação.
- O retiro só se realizará com um mínimo de 15 participantes.


Facebook: Evento


Local do curso
Rua Dr. Afonso Cordeiro, nº323 Matosinhos

Quem são os Professores?

Jai Garuda é um professor de Yoga Internacional que começou a estudar medicina alternativa há mais de 18 anos. Treinou na Índia e na Austrália, em Hatha, Satyananda, e Iyengar yoga, Jai também ensina Zen Shiatsu, e tem sido um terapeuta clínico como quinesiologista, conselheiro holístico e Terapeuta de Yoga. Ele tem participado activamente na Saúde Comunitária em vários países, treinando muitos estudantes de todo o mundo em Terapia de Yoga. Ele também tem um interesse de longa data em Medicina Xamânica e Terapia de Dança.



Sofia Araújo. Faz mais de 13 anos desde que iniciou a explorar o Yoga como uma prática mais profunda, um estilo de vida e, acima de tudo, como uma dádiva. No início das práticas, o que se recorda é de uma sensação de leveza seguida por uma curiosidade para saber mais. As pessoas falavam sobre despertares espirituais que advêm das práticas de Yoga, mas demorou um pouco para que fosse capaz de sentir a sua.Esta viagem levou-a de Portugal para a Tailândia, Índia, Nepal, Inglaterra, Irlanda, Suíça, Suécia, Noruega e Dinamarca. Este último, onde morei por 3 anos. Em 2008, após 2 anos de ensino sólido na Dinamarca, voltei para a Índia para estudar Terapia de Yoga, na Universidade de Yoga de Nasik e, novamente, fazer uma imersão nas práticas Ayurvédicas com o Dr. Jagdish da Universidade de Pune. No início de 2009 fez outra formação de professores de yoga no Jungle Yoga na Tailândia, que ensina as tradições da Krinamacharya, Viniyoga e Tantra. Pelo meio também fez várias imersões e workshops de Anusara Yoga. Estudou massagem Yoga Ayurvédica em profundidade e Ayurveda na Medicina Popular, enfocando os aspectos nutricionais desta ciência da vida. Em 2010 começou a olhar para a sabedoria da medicina oriental com o seu parceiro co-professor, Jai Garuda, tendo aprendido (e ainda a aprender) como o corpo e o sistema de meridianos fornece o mapa para a Terapia de Yoga. Começou a integrar os princípios da macrobiótica no processo de Terapia de Yoga, participando em vários workshops e aulas de culinária. Em 2013 participou no treino de Coaching de Saúde e de Aconselhamento do Instituto Português de Macrobiótica.


Próximos Eventos da Escola Swara Yoga
http://www.swara-yoga.com/events.html

Mais Informações
http://www.elemental-yoga.com/what-is-elemental-yoga.html
http://www.elemental-yoga.com/the-mandala-retreat.html

Facebook:
https://www.facebook.com/SwaraYogaSchool

Press

ELEPHANT JOURNAL, December 2012
http://www.elephantjournal.com/2012/12/elemental-yoga-balance-your-5-elements-jai-garuda/
CHOICE HEALTH MAGAZINE, October 2012
http://choicehealthmag.com/download/mag/choicehealthmag.com_issue_19_oct_nov_2012_woie89ad2.pdf
KINDRED SPIRIT, September 16th 2012
http://www.kindredspirit.co.uk/articles/article-detail/957
HUFFINGTON POST, September 14th 2012
http://www.huffingtonpost.co.uk/ariadna-bakhmatova/become-a-yoga-teacher-con_b_1883288.html?just_reloaded=1
YOGI TIMES, September 2nd 2012
http://www.yogitimes.com/review/swara-yoga-school-yoga-teacher-training-malfra-portugal/

Yoga nas nossas mentes

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Yoga nas nossas mentes: uma revisão sistemática da prática de yoga para transtornos neuropsiquiátricos

As doenças mentais são uma preocupação importante na saúde global, apesar das melhorias nas modalidades de tratamento e acesso aos cuidados. Dados recentes indicam que 37% da perda de anos saudáveis provocadas por doenças não transmissíveis é devido a doenças mentais. Segundo a Organização Mundial de Saúde, a depressão ocupou o terceiro lugar entre os encargos globais de doenças em todo o mundo em 2004, e foi a causa mais importante em países de rendimento médio e alto, enquanto que ficou em oitavo lugar nos países de baixo rendimento (Organização Mundial da Saúde, 2008).

A depressão e a ansiedade são responsáveis pelo maior decréscimo da saúde, comparado com a asma, angina, artrite e diabetes (Maussavi et al., 2007). As queixas de sono são frequentemente associadas com uma variedade de distúrbios psiquiátricos. Estima-se que cerca de 9-21% da população tem insónias, acompanhadas de consequências graves durante o dia, que incluem fadiga crónica, irritabilidade, mau humor, perda de memória e dificuldades interpessoais (Moul et al., 2002). Este problema atingiu proporções epidémicas nos Estados Unidos, onde quase 25% dos adultos consomem medicamentos para dormir em alguma altura do ano (National Sleep Foundation, 2005).

A disponibilidade de tratamentos psicofarmacológicos tem aumentado, mas a resposta e tolerabilidade permanecem imprevisíveis e inconsistentes. Enquanto os agentes psicotrópicos podem ser a salvação para muitas pessoas, a longo prazo podem ter efeitos negativos negativos e consideráveis.

Dada a heterogeneidade das condições psiquiátricas, no que diz respeito a factores biológicos, psicológicos e sociais não é de estranhar que os tratamentos padrão disponíveis têm taxas de resposta inconsistentes. A procura de modalidades de tratamento não farmacológicas tem vindo a aumentar (Barrows e Jacobs, 2002). O ultimo estudo “Yoga na América” em 2012 demonstrou que 8,7 % dos adultos norte-americanos, ou 20,4 milhões de pessoas, pratica yoga, comparados com os 15.8 milhões do estudo de 2008. Dos actuais não praticantes, 44,4% dos norte-americanos inserem-se na categoria de "yogis aspiracionais"- pessoas que estão interessadas em tentar yoga. Os objectivos holísticos do yoga passam pela promoção da saúde física e  da consciência espiritual e social.

O yoga, com origens na antiga Índia, incorpora posturas físicas (asanas), respiração controlada (pranayama), relaxamento profundo e meditação (Javnbakht et al, 2009). A evidência científica relativa aos efeitos do yoga na mente são muito fortes. Todas as práticas de yoga são conhecidos por influenciar o estado mental (Telles, 2010) - estudos notaram benefícios em crianças (Manjunath e Telles, 2004), adultos (Vialatte et al, 2008), idosos (Krishnamurthy e Telles, 2007) e indivíduos com stresse ocupacional (Vempati e Telles, 2000).
Os estudos com biomarcadores, em indivíduos saudáveis sugerem que o yoga influencia neurotransmissores, inflamação, stress oxidativo, lípidos, factores de crescimento, entre outros (ver Figura), de uma forma muito semelhante ao que foi mostrado para os anti-depressivos e psicoterapia. Supõe-se que o yoga combina os efeitos de posturas físicas, que foram independentemente associados com mudanças de humor (Phillips et al, 2003), com a meditação, que aumenta os níveis do factor neurotrófico (BDNF; Xiong e Doraiswamy, 2009), composto que estimula a produção de neurónios em determinadas áreas. Entre elas está o hipocampo, estrutura relacionada com a memória. Os cientistas descobriram que na depressão há uma redução da presença do BDNF.

Outros efeitos observados incluem aumento do tónus vagal, aumento do ácido gama-aminobutírico (GABA), aumento dos níveis da prolactina sérica, optimização da regulação do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal, diminuição do cortisol sérico e promoção da actividade das ondas cerebrais alfa, que aumenta o relaxamento (Janakiramaiah et al, 1998, 2000;. Kamei et al, 2000; Streeter et al, 2007). Finalmente, os estudos clínicos anteriores notaram várias condições psiquiátricas para as quais o yoga tem sido benéfico (Shannahoff-Khalsa et al, 1999;. Carei et al, 2010;. Visceglia e Lewis, 2011; Katzman et al, 2012; Libby et al. , 2012).



Referências Bibliográficas

Barrows, K. A., and Jacobs, B. P. (2002). Mind–body medicine: an introduction and review of the literature. Med. Clin. North Am. 86, 11–31.

Carei, T. R., Fyfe-Johnson, A. L., Breuner, C. C., and Brown, M. A. (2010). Randomized controlled clinical trial of yoga in the treatment of eating disorders. J. Adolesc. Health46, 346–351.

Janakiramaiah, N., Gangadhar, B. N., Nagavenkatesha-Murthy, P. J., Harish, M. G., Subbakrishna, D. K., and Vedamurthachar, A. (2000). Antidepressant efficacy of sudarshan kriya yoga (SKY) in melancholia: a randomized comparison with electroconvulsive therapy and imipramine. J. Affect. Disord. 57, 255–259.
Janakiramaiah, N., Gangadhar, B. N., Nagavenkatesha-Murthy, P. J., Shetty, T. K., Subbakrishna, D. K., Meti, B. L., et al. (1998). Therapeutic efficacy of sudarshan kriya yoga (SKY) in dysthymic disorder. NIMHANS J. 17, 21–28.

Javnbakht, M., Hejazi Kenari, R., and Ghasemi, M. (2009). Effects of yoga on depression and anxiety of women. Complement. Ther. Clin. Pract. 15, 102–104.

Kamei, T., Toriumi, Y., Kimura, H., Ohno, S., Kumano, H., and Kimura, K. (2000). Decrease in serum cortisol during yoga exercise is correlated with alpha wave activation. Percept. Mot. Skills 90, 1027–1032.

Katzman, M. A., Vermani, M., Gerbarg, P. L., Brown, R. P., Iorio, C., Davis, M., et al. (2012). A multicomponent yoga-based, breath intervention program as an adjunctive treatment in patients suffering from Generalized Anxiety Disorder with or without comorbidities. Int. J. Yoga 5, 57–65.

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Pubmed Abstract | Pubmed Full Text

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Yoga para Ansiedade e Depressão

emocoes mindfulness
Há também evidências de que as práticas de yoga ajudam a aumentar a variabilidade da frequência cardíaca, um indicador da capacidade do organismo para responder ao stresse de forma mais flexível.
Estudos demonstram que a prática de yoga modera as respostas de stresse

Desde os anos 70 do século passado, a meditação e outras técnicas de redução de stresse têm sido estudadas como possíveis tratamentos para a depressão e ansiedade. Uma dessas práticas, o Yoga, tem recebido menos atenção na literatura médica, embora se tenha tornado cada vez mais popular nas últimas décadas. Uma pesquisa nacional estimou, que cerca de 7,5% dos adultos dos EUA já praticou yoga pelo menos uma vez e que cerca de 4% tinham praticado yoga no ano anterior.

As aulas de yoga podem variar de suaves e confotáveis a árduas e desafiadoras. A escolha do estilo tende a basear-se na capacidade física e preferência pessoal. O Hatha yoga, o tipo mais comum de yoga praticado nos Estados Unidos, combina três elementos: poses físicas, chamada asanas, respiração controlada praticado em conjunto com os asanas e um curto período de profundo relaxamento ou meditação.

Muitos dos estudos que avaliam os benefícios terapêuticos do Yoga têm sido com amostras pequenas e com algumas falhas metodológicas . No entanto, uma análise de 2004 concluiu que, nas últimas décadas, um número crescente de ensaios clínicos aleatórios foram realizados. Revisões disponíveis de uma ampla gama de práticas de yoga sugerem que elas podem reduzir o impacto das respostas ao stresse exagerado e podem ser úteis tanto para ansiedade como para a depressão.



Domar a resposta ao stresse

O yoga parece modular os sistemas de resposta ao stresse ao reduzir o stresse e ansiedade percebidos. Isto, por sua vez, diminui a excitação fisiológica - por exemplo, a redução da taxa cardíaca, redução da pressão sanguínea, facilitando a respiração. Há também evidências de que as práticas de yoga ajudam a aumentar a variabilidade da frequência cardíaca, um indicador da capacidade do organismo para responder ao stresse de forma mais flexível.

Um estudo pequeno, mas intrigante, caracteriza ainda mais o efeito do yoga na resposta ao stresse. Em 2008, investigadores da Universidade de Utah, apresentaram resultados preliminares de um estudo das respostas dos participantes à dor. Eles notaram que as pessoas que têm uma resposta mal regulada ao stresse também são mais sensíveis à dor. Os participantes do estudo foram 12 praticantes experientes de yoga, 14 pessoas com fibromialgia (condição que muitos experts consideram estar relacionada com o stresse, que é caracterizada por hipersensibilidade à dor) e 16 voluntários saudáveis.

Quando os elementos dos três grupos foram submetidos a mais ou menos pressão dolorosa nos polegares, os participantes com fibromialgia - como esperado – sintaram mais dor em níveis de pressão mais baixa em comparação com os outras participantes. Exames de ressonância magnética mostraram que também tiveram a maior actividade em áreas do cérebro associadas com a resposta à dor. Em contraste, os praticantes de yoga tiveram a maior tolerância à dor e menor actividade do cérebro relacionada com dor durante a ressonância magnética. O estudo ressalta o valor de técnicas, tais como yoga, que podem ajudar uma pessoa a regular o seu stresse e, portanto, as respostas de dor.


Melhoria do humor e do funcionamento geral

Várias questões permanecem em aberto sobre exactamente como o yoga funciona para melhorar o humor, mas a evidência preliminar sugere que o seu benefício é semelhante ao das técnicas e exercícios de relaxamento.

Em um estudo alemão publicado em 2005, 24 mulheres que se descreveram como "emocionalmente perturbadas" tiveram duas aulas de yoga de 90 minutos por semana durante três meses. As mulheres do grupo de controlo mantiveram as suas actividades normais e foram orientadas a não iniciar um programa de redução de stresse durante o período de estudo. Apesar de não serem formalmente diagnosticadas com depressão, todas as participantes tinham experimentado sofrimento emocional pelo menos em metade dos 90 dias anteriores. Elas também exibiram um desvio padrão acima da média da população em resultados de stresse percebido, ansiedade e depressão. Ao fim de três meses, as mulheres no grupo de yoga relataram melhorias no stresse, na depressão, na ansiedade, na energia, na fadiga e no bem-estar. Os valores de depressão melhoraram em 50%, os valores de ansiedade em 30% e pontuações de bem-estar geral em 65%. Queixas iniciais de dores de cabeça, dores nas costas e má qualidade do sono também foram resolvidas com muito mais frequência no grupo de yoga do que no grupo de controlo.

Outro estudo, menos rigoroso e descritivo, em 2005, examinou os efeitos de uma única aula de yoga em pacientes internados num hospital psiquiátrico de New Hampshire. Nos 113 participantes foram incluídos pacientes com transtorno bipolar, depressão e esquizofrenia. Após a aula, os níveis médios de tensão, ansiedade, depressão, raiva, hostilidade e fadiga caíram significativamente, medidos por um questionário antes e depois da aula. Os pacientes que optaram por participar em aulas adicionais experimentaram efeitos positivos similares de curto prazo.

Mais estudos controlados da prática de yoga têm demonstrado melhorias no humor e na qualidade de vida nos idosos, nas pessoas que cuidam de pacientes com demência, nas sobreviventes de cancro de mama e nos pacientes com epilepsia.


Um tipo de respiração controlada, com raízes em programas de yoga tradicional promete alívio para a depressão

O programa, chamado Sudarshan Kriya Yoga (SKY), envolve vários tipos de padrões de respiração cíclica, variando de lento e calmante para o rápido e estimulante (o que é típico na prática de yoga). Um estudo comparou 30 minutos de respiração SKY, feito seis dias por semana, com a terapia eletroconvulsiva bilateral e com um antidepressivo tricíclico, a imipramina, em 45 pessoas hospitalizadas por depressão. Depois de quatro semanas de tratamento, 93% dos que receberam a terapia de eletrochoque, 73% dos que tomaram a imipramina, e 67% daqueles que usam a técnica de respiração tinha conseguido a remissão.

Outro estudo examinou os efeitos da respiração SKY nos sintomas depressivos em 60 homens dependentes de álcool. Depois de uma semana de um programa de desintoxicação típico num centro de saúde mental em Bangalore, na Índia, os participantes foram divididos, aleatoriamente, para realizarem duas semanas de respiração SKY ou um procedimento padrão de tratamento do alcoolismo. Após as três semanas completas, as pontuações do inventário de depressão caíram 75% no grupo SKY, em comparação com 60% no grupo de tratamento padrão. Níveis de duas hormonas do stresse: cortisol e corticotropina, também desceram no grupo SKY, mas não no grupo de controlo. Os autores sugerem que arespiração SKY pode ser um tratamento benéfico para a depressão nas fases iniciais de recuperação do alcoolismo.



Ajuda potencial para TSPT

Uma vez que as evidências sugerem que o yoga pode diminuir a excitação desadaptativa do sistema nervoso, os investigadores estão a explorar, também, se ser uma prática útil para pacientes com transtorno de stresse pós-traumático (TSPT).

Um estudo controlado aleatório analisou os efeitos do yoga e um programa de respiração em veteranos Australianos diagnosticados com TSPT grave. Os veteranos ingeriam grandes quantidades de alcool diariamente e todos estavam a tomar pelo menos um antidepressivo. O curso de cinco dias incluiu técnicas de respiração (ver acima), asanas de yoga, educação sobre a redução do stresse e meditação guiada. Os participantes foram avaliados no início do estudo, utilizando a Escala que classificou a gravidade dos sintomas numa escala de 80 pontos.

Seis semanas depois do início do estudo o grupo de yoga e respiração obteve níveis médios de 57 (sintomas moderados a graves) a 42 (leve a moderada). Estas melhorias persistiram num prazo de seis meses de follow-up. O grupo de controlo, composto por veteranos numa lista de espera, não apresentaram melhorias.
De acordo com uma estimativa, cerca de 20% dos veteranos de guerra que serviram no Afeganistão ou no Iraque sofrem de TSPT. Especialistas que tratam esta população sugerem que o yoga pode ser uma adição útil para o programa de tratamento.

Investigadores do Centro Médico do Exército Walter Reed, em Washington, estão a oferecer um método de yoga de relaxamento profundo para veteranos que combateram no Iraque e no Afeganistão e planeia realizar estudos controlados da sua eficácia no futuro.



Bibliografia

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Kirkwood G, et al. "Yoga for Anxiety: A Systematic Review of the Research," British Journal of Sports Medicine (Dec. 2005): Vol. 39, No. 12, pp. 884–91.

Pilkington K, et al. "Yoga for Depression: The Research Evidence," Journal of Affective Disorders (Dec. 2005): Vol. 89, No. 1–3, pp. 13–24.

Saper RB, et al. "Prevalence and Patterns of Adult Yoga Use in the United States: Results of a National Survey," Alternative Therapies in Health and Medicine (March–April 2004): Vol. 10, No. 2, pp. 44–49.


O efeito da prática de pranayama sobre a ansiedade


Um estudo recentemente publicado no International Journal of Yoga teve como objectivos investigar os efeitos do uso de Pranayama (arte de respirar) na ansiedade e no desempenho na realização de testes. Com uma amostra de 107 estudantes aleatoriamente distribuídos nos grupos experimental e de controlo. Os estudantes do grupo de controlo praticaram pranayama durante um semestre. A duração da prática foi, todavia, diferente, dedicando um a três minutos para cada fase da prática no início do período, a 10 minutos no final do semestre. O ambiente em constante mudança, tecnologicamente avançado e competitivo de hoje são geradores de stresse e de ansiedade. Ansiedade excessiva e frequente é prejudicial. A ansiedade pode ser definida como um estado emocional desconfortável em que se percebe o perigo, se sente impotente e se experiencia tensão na preparação para um perigo que é esperado. Spielberger define-a como a sensação subjectiva de tensão, apreensão, nervosismo e preocupação, associada a uma excitação do sistema nervoso autónomo. [1] Seja qual for a definição, a característica central da ansiedade é a preocupação, e é claro que a ansiedade tem um efeito negativo sobre todos os aspectos, tais como, sociais, pessoais e desempenho académico. Os psicólogos têm distinguido várias categorias de ansiedade, como traço, estado e ansiedade específica da situação. Ansiedade-Traço é um aspecto da personalidade e uma disposição mais permanente para ficar ansioso. É crónica e generalizada através de situações e não é desencadeada por eventos específicos, [2] enquanto a Ansiedade-Estado pode ser vista como uma resposta a um determinado estímulo que provoca ansiedade, [3], por outras palavras, ela tem um factor despoletador claro. Ansiedade-Estado é vivida num determinado momento no tempo, como uma resposta a uma situação definitiva. Mais recentemente, o termo Ansiedade Específica da Situação tem sido usado para enfatizar a natureza persistente e multifacetada de algumas ansiedades. [4] É geralmente despertada em situações específicas, tais como a ansiedade em falar em público.

O desempenho académico pode ser afectado por uma infinidade de variáveis. A ansiedade face aos testes é uma dessas variáveis que, em geral, se espera que tenha um efeito negativo sobre o desempenho. Investigadores [5], [6] têm mostrado que a ansiedade face aos testes está negativamente correlacionada com o desempenho académico.


Exercícios de respiração de Yoga para energia e tranquilidade
Os estudos clínicos suportam que as posturas de yoga, meditação e práticas de respiração controlada podem aliviar o stresse e a ansiedade. [7] Os investigadores demonstraram que, após dois meses de praticar pranayama 56 estudantes de medicina reduziram os seus níveis de stresse, como ficou evidente por uma diminuição na pontuação total de stresse, que foi altamente significativa. [8] Noutra pesquisam, o nível de ansiedade dos idosos (aposentados entre os 60 a 70 anos) diminuiu após três meses de prática de pranayama [9] Da literatura parece que praticar pranayama pode reduzir o stresse e ansiedade em grupos diferentes.


Resultados
Após praticar pranayama, apenas 33% dos participantes do grupo experimental experimentou ansiedade face aos testes alta, enquanto que esta percentagem foi quase o dobro no grupo controlo (66,7%). Além disso, o resultados mostraram que os alunos do grupo experimental tinham significativamente mais resultados mais baixos de ansiedade face aos testes (M = 16,00) em relação aos alunos do grupo de controlo (M = 19,31). Além disso, os resultados dos testes de desempenho do grupo experimental foram superiores quando comparados com os do grupo de controlo. Houve uma correlação negativa entre o desempenho no teste final e ansiedade ansiedade face aos testes (r = - 0,204)
  
Conclusões 
Pranayama parece ter um efeito positivo significativo sobre a ansiedade face aos testes e desempenho nos testes. Pode ser usada como uma técnica importante por estudantes antes dos exames, para reduzir a sua ansiedade face aos testes e aumentar o seu desempenho académico. As técnicas de respiração simples de Pranayama pode oferecer aos alunos agitados medidas concretas para se acalmarem. [10] 



Referências Bibliográficas:

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10. Poppleton CA. Language learners and anxiety: Breathing technique for self-calming. TESOL Connections 2011.

Pranayama - Respirar a Vida


Workshop - Respirar a Vida

A respiração flui em função de uma necessidade fisiológica básica: as nossas células e tecidos precisam de oxigénio. No processo respiratório, o oxigénio é transportado até às células através do sangue arterial, desde o coração e os pulmões, enquanto que o dióxido de carbono é devolvido ao coração e aos pulmões via sangue venoso.

A ciência moderna reconhece as mesmas fases da respiração salientadas pela ciência da antiga Índia: inalação, exalação e cessação da respiração, denominada apneia (que ocorre naturalmente entre cada inspiração e expiração). Existem dois tipos básicos de respiração que envolvem formas diferentes de mover os pulmões: torácica e abdominal (ou diafragmática). Na respiração torácica, a caixa torácica expande-se com a inalação e fecha-se com a exalação. Na respiração abdominal, o ventre expande-se com a inalação e contrai-se com a exalação. Nenhum destes dois tipos de respiração será a forma correcta de respirar, já que são importantes em diferentes circunstâncias e podem ser combinadas para criar variações que são a base de muitas actividades, movimentos ou intenções energéticas.

A respiração ocorre naturalmente, involuntariamente e inconscientemente. Esta “respiração natural” varia consideravelmente e depende das condições físicas, emocionais, mentais e espirituais da pessoa. É seriamente comprometida com a depressão, ansiedade, músculos respiratórios fracos, letargia ou excesso de energia. Nestas condições a respiração é, geralmente, superficial, pouco eficiente e suporta-se em músculos respiratórios secundários.


A saúde é uma integração dos aspectos físicos, emocionais e espirituais do bem-estar. O ar que respiramos, também conhecido como prana é a essência da vida, e desempenha um papel vital na manutenção da saúde. Prana é o princípio básico da vida, que actua como uma ponte entre a mente e a matéria. Pranayama são técnicas de respiração, definidas como movimentos de manipulação do ar, cuja evidência científica tem demonstrado  contribuírem para uma resposta fisiológica, caracterizada pela diminuição do consumo de oxigénio, diminuição do ritmo cardíaco e diminuição da pressão sanguínea, bem como um aumento na amplitude da ondas cerebrais teta , aumento actividade parassimpática acompanhada pela experiência de alerta e de revigoramento.  De acordo com os Yoga Sutras de Patanjali, Pranayama é a ciência da aprendizagem, do equilíbrio, e do controlo sobre o prana no sistema humano. É um processo sistémico pelo qual nós controlamos com mestria o prana. Na medicina grega antiga, pneuma é a forma de circulação do ar necessário para o funcionamento sistémico dos órgãos vitais. É o material que sustenta a consciência num corpo.




De acordo com a antiga ciência Indiana há milhares de canais de energia que fluem através do corpo e estes são chamados nadis. Os nadis não devem ser equiparados com os nervos, mas são os canais através dos quais a energia primordial ou prana flui regulando o funcionamento dos planos mental e físico de nossa existência. As áreas onde a energia se torna mais concentrada são chamados centros de energia ou chakras. Eles estão relacionados com ou conectado com partes específicas do corpo, principalmente com algumas glândulas. Nós sabemos que as glândulas trabalham em conjunto com o sistema nervoso para coordenar e influenciar todas as funções psico-fisiológicas do corpo. Sempre que a energia for bloqueada ou não pode fluir de forma eficiente, por algum motivo, o funcionamento normal das diferentes partes do corpo torna-se interrompido e se se prolonga as doenças podem surgir. A ciência moderna ainda não foi capaz de provar a existência desta energia subtil, composta por nadis e chakras. Nos antigos textos existem muitas e divergentes perspectivas sobre o corpo subtil, embora nunca se discuta a sua existência.

Os antigos sábios também descobriram que, entre os milhares de nadis, há três que são os canais de energia mais poderosos e, quando purificados o suficiente, podem promover o desenvolvimento do ser humano nos planos: físico, mental e espiritual, o que nos permite atingir níveis mais elevados de consciência. Estes canais são chamados de Ida, Pingala e Sushumna.

As técnicas de Pranayama agem para purificar os nadis, incluindo esses três canais de energia principais. Sabes-se há muito tempo que a respiração através da narina esquerda estimula a nadi Ida ou o "canal lua" (conectado com o sistema nervoso parassimpático) e respiração pela narina direita estimula a nadi Pingala ou o "canal sol" (ligado com o sistema nervoso simpático). Ao equilibrar o funcionamento de ambos nadis (isto é, ambos os aspectos do sistema nervoso autónomo) que podem estimular o canal de energia principal, chamado Sushumna e harmonizar a actividade do sistema nervoso como um todo.



A respiração correcta é a base de todas as técnicas de Pranayama
A maioria das pessoas não respira da maneira correta. Assim, a primeira tarefa, antes de iniciar quaisquer exercícios de respiração, é aprender a respirar correctamente.

Os exercícios de respiração têm que ser entendidos como uma tenra flor, que precisa do nosso cuidado e atenção diários. Só desta forma o desenvolvimento gradual e natural acontece, trazendo os resultados certos. Qualquer tensão ou desconforto durante exercícios de respiração é um sinal de que o corpo ainda não está preparado e que temos de melhorar o desempenho de exercícios de respiração básicos antes de continuar. Temos que treinar e adaptar os nossos órgãos e centros respiratórios e todas as funções de respiração aos novos padrões de respiração de maneira gradual, natural e não forçada.

Ao longo das nossas vidas não só esquecemos de como respirar correctamente, como também a relação entre a inalação e exalação muda e torna-se errática. É importante saber que quando respiramos de forma optimizada e de uma forma relaxada há uma proporção natural de 1:2 entre o comprimento de inalação e exalação. Isto significa que a expiração é o dobro do tempo de inalação - se inalamos por 4 segundos a exalação normalmente deve durar cerca de 8 segundos, mas, novamente, não deve sentir qualquer desconforto. Isto é conseguido através da prática diária regular, idealmente a partir do momento da nossa primeira introdução a exercícios de respiração. No entanto, não devemos forçar-nos a alcançar o mencionado rácio de 1:2, a fim de progredir mais rapidamente, porque mais cedo ou mais tarde, o corpo vai reagir negativamente à respiração forçada. Ao realizar exercícios de respiração numa posição reclinada podemos melhorar a consciência da nossa respiração e aprender de forma mais eficaz a maneira correcta de respirar. Algumas semanas são suficientes para que o corpo se adapte aos novos padrões de respiração, sentindo a respiração de forma correcta, sem a necessidade de influência deliberada.



Donna Farhi (1996) afirma que:
Aprender a respirar é bem mais do que um processo no qual aprendemos um conjunto de técnicas para melhorar a respiração que já fazemos. É um processo de desconstrução, onde aprendemos a identificar as coisas que já fazemos e que restringem a emergência natural da respiração”. Este processo de observação permite desenvolver insight sobre as possibilidades do pranayama, bem como uma maior consciência somática, ajudando-nos a conectar conscientemente a respiração, o corpo e a mente.


Importante também salientar que a prática de pranayama não é suficiente. Temos que desenvolver o amor universal libertamo-nos do ódio, inveja, cobiça, paixão, raiva e hipocrisia. etc... Temos que entender que cada criatura ama a sua vida e não quer morrer. Temos que ser protectores e não destruidores. Temos que viver criativamente.


Brevemente serão publicados mais artigos relacionados com as técnicas de Pranayama, com breves descrições e exercícios práticos.




Referências bibliograficas

Donna Farhi (1996). The Breathing Book: Good Health and Vitality Through Essential Breath Work. New York: Henry Holt.



por Vítor Bertocchini