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Meditação: 8 pontos pelos quais deveria praticar

budismo mindfulness
Tome um momento para apreciar a cadeira em que está sentado. Considere como a cadeira foi feita: a madeira, algodão, lã ou outras fibras, as árvores e plantas que foram usadas, a terra onde cresceram as árvores, o sol e a chuva...
A vida é repleta de desafios, de altos e baixos, de alegrias e tristezas, e de gostos e desgostos. Com a prática da meditação a nossa existência tem o potencial para ser mais serena, viva e plena. A meditação é muito mal compreendido e muitas vezes sub-avaliada, talvez, o que seja fundamental para que uma pessoa seja verdadeiramente sã. Como é que a meditação nos afecta? Como muda as nossas prioridades, permitindo fazer amizade com nós mesmos, para encontrar respostas para as nossas perguntas?


Aqui estão 8 pontos através dos quais a meditação pode tornar a sua vida mais significativa e agradável!

1. Viver com Bondade

Ninguém merece a sua bondade e compaixão mais do que a você próprio. Sempre que vir ou sentir sofrimento, sempre que cometa um erro ou diga algo estúpido e está prestes a rebaixar-se, cada vez que pensar em alguém cuja relação esteja a atravessar um momento difícil, cada vez que encontrar a confusão e a dificuldade de ser humano, cada vez que vir alguém lutando, aborrecendo ou irritando, pode parar e trazer a bondade amorosa e a compaixão. Respirando suavemente, silenciosamente pode repetir: Que eu possa estar bem, que possa ser feliz, que eu possa estar cheio de bondade, etc.
Simplesmente através da intenção de causar menos dor pode trazer mais dignidade ao seu mundo, permitindo que o mal seja substituído por bondade e o desrespeito pelo respeito. Geralmente os danos são causados involuntariamente, seja por ignorar os sentimentos de alguém, rebaixando-se, reafirmando o seu desespero, não gostar da sua aparência, ou ver-se como incompetente ou indigno. Tanto ressentimento, culpa ou vergonha que vivencia, perpetuando a toxicidade? A meditação permite que transforme esses estados mentais negativos através de reconhecimento da sua bondade essencial e a preciosidade da vida.


2. Aliviar a carga

Num estado forçado, contraído é fácil perder o contacto com a paz interior, a compaixão e a bondade; num estado relaxado a sua mente está clara e pode conectar-se com um profundo sentido de propósito e altruísmo. As palavras meditação e medicamentos derivam da palavra Latina medicus, que significa também cuidar e curar. Um momento de calma tranquila, portanto, é o remédio mais eficaz para a mente ocupada e sobrecarregada. Sempre que se sentir com stresse crescente, “aperto” no coração, a mente em confusão, basta trazer o seu foco para a sua respiração e silenciosamente repetir a cada entrada e saída do ar: inspirando, eu acalmo o corpo e a mente; expirando, eu sorrio.


3. Largar o meu “Eu”

A quietude está sempre lá entre os pensamentos, por trás da história, do ruído. O que nos impede de experimentar o nosso estado natural de ser é a “mente de macaco” habitualmente dominada pelo ego. A meditação permite-nos ver claramente, testemunhar os nossos pensamentos e comportamentos e reduzir o auto-envolvimento. Sem essa prática de auto-reflexão será mais difícil colocar um travão nas exigências do ego. Largando de sermos egocêntricos, podemos tornar-nos mais centrados nos outros, preocupando-nos com o bem-estar de todos.


4. Dissolver a raiva e o medo

Nós não aceitamos ou libertamos os nossos sentimentos negativos tão facilmente; estamos mais propensos a reprimir ou negá-los. Mas quando negados podem causar vergonha, humor deprimido, raiva e ansiedade. A meditação convida a conhecer abertamente esses lugares, e a ver como o egoísmo, a aversão e a ignorância criam dramas intermináveis e medos. Debaixo desta camada superficial está um silêncio calmo onde pode conhecer-se a si mesmo; esta é uma experiência maravilhosa. Mesmo que pratique por apenas dez minutos por dia ou mais, não importa. Está a libertar-se das suas limitações ao abrir-se à auto-aceitação e à presença plena.


5. Despertar o Perdão

O perdão é o maior presente que pode dar a si mesmo e aos outros. Assim como se senta em meditação e vê os seus pensamentos e sentimentos, que se deslocam através de si, também pode observar que quem você é agora não é quem era apenas há um momento atrás, e muito menos há um dia, uma semana, ou um mês atrás. Quem você era, ou alguém era quando a dor foi causada não é quem você é agora. Quando experimentar a sua interligação essencial poderá ver como a ignorância deste facto cria separação e sofrimento, de modo que o perdão por tal ignorância surge espontaneamente.


7. Valorizar a Gratidão

Tome um momento para apreciar a cadeira em que está sentado. Considere como a cadeira foi feita: a madeira, algodão, lã ou outras fibras, as árvores e plantas que foram usadas, a terra onde cresceram as árvores, o sol e a chuva, os animais que talvez deram as suas vidas, as pessoas que preparam os materiais, a fábrica onde a cadeira foi feita, o designer e o carpinteiro e a costureira, a loja que vendeu, tudo isso apenas para que possa estar sentado aqui e agora. Em seguida, estenda esse agradecimento profundo a tudo e a todos na sua vida.


8. Estar Consciente

A consciência é a chave para o despertar. É através da consciência que pode ver a agitação da sua mente e toda a sua distracção. Quase tudo o que fazemos é para conseguir algo: se fizermos isto, então vamos conseguir aquilo; se fizermos isto, então isto vai acontecer. Mas, na meditação, fazemos apenas porque o fazemos. Não há propósito ulterior além de estar aqui, no momento presente, sem tentar chegar a algum lugar ou conseguir qualquer coisa. Estar apenas ciente de tudo o que está a acontecer, seja agradável ou desagradável. Sem julgamento, sem certo ou errado. Basta estar consciente.

Divirta-se!


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4 qualidades incomensuráveis

As quatro qualidades incomensuráveis, que constituem um dos destaques da prática budista, bem como a porta de entrada para a absoluta realização, são completamente diferentes dos pensamentos e emoções reactivas associados com os nossos padrões habituais. As quatro incomensuráveis não são nem tensas nem reactivas ...Elas brotam do coração, e operam para transformar as relações destrutivas, como a raiva do perseguidor e o medo da vítima, num momento de pura presença potencial e energética.

Estes quatro estados, emocionalmente transformadores, são no budismo:

1. Equanimidade;
2. Bondade empática/amorosa;
3. Compaixão e;
4. Alegria/júbilo.


Estes quatro estados são denominados de incomensuráveis porque não existe limitação à sua profundidade ou extensão. Ao contrário das emoções reactivas, as quatro imensuráveis não funcionam no serviço de quaisquer padrões habituais, do “EU”, ou agenda pessoal. Apesar de serem impessoais, na medida em que não são baseadas em interesses próprios, na sua expressão e experiência, elas são intensamente íntimas. O seu poder vem da sua capacidade de se abrir para um momento de presença.

Claramente, desde que as nossas acções e sentimentos operarem em serviço de interesses pessoais, não seremos capazes de tal presença. As quatro incomensuráveis trabalham num nível mais elevado de atenção, um nível que abre as portas para profundas respostas naturais para as exigências da vida. A equanimidade desmonta os nossos julgamentos reactivos e preconceitos sobre as outras pessoas para que possamos compreender e apreciá-las como elas são. A bondade empática é um calor radiante, independente dos gostos e desgostos pessoais e que nos impede de nos desconectarmos dos outros. A compaixão neutraliza o desconforto, a nosssa retirada habitual em face da dor dos outros, para que estejamos verdadeiramente presente com eles. E a alegria será estarmos felizes com a felicidade de todos os seres sencientes.


Que todos os seres sensíveis gozem da felicidade e da raiz da felicidade.
Que eles estejam livres do sofrimento e da raiz do sofrimento.
Que eles não sejam apartados da grande felicidade e estejam isentos de sofrimento.
Que eles vivam na grande equanimidade, livres da paixão, da agressão e do preconceito.

Cada verso refere-se a uma das quatro qualidades incomensuráveis: a primeira, bondade amorosa; a segunda, compaixão; a terceira, júbilo e a quarta, equanimidade. Às vezes eu prefiro trocar a palavra eles por nós. Esta troca salienta que nós mesmos aspiramos experimentar o benefício destas quatro qualidades, junto com os outros seres.


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Auto-Compaixão: a alternativa ao cultivo da Auto-Estima

emocoes mindfulness
Em contraste, a auto-compaixão não se baseia em julgamentos ou avaliações positivas, é uma maneira de se relacionar com consigo mesmo. As pessoas sentem auto-compaixão porque são seres humanos, não porque elas são especiais e acima da média
#Auto-Compaixão

A investigação sugere que a auto-compaixão é uma via mais saudável de se relacionar consigo mesmo, oferecendo os benefícios da auto-estima, sem as suas desvantagens.

No último artigo vimos que por muitos anos a auto-estima foi vista como um dos pontos chave para a saúde psicológica. No entanto, nas últimas décadas, os investigadores identificaram várias desvantagens associadas à auto-estima, como o narcisismo, a defesa do ego, as comparações sociais, e a contingência da auto-estima no sucesso.

Claro, ninguém quer sofrer pela sua auto-estima ser baixa, mas qual é a alternativa? 
Existe uma outra forma de se sentir bem consigo mesmo: a auto-compaixão. A auto-compaixão envolve ser gentil consigo mesmo quando a vida segue um caminho que não se deseja ou se percebe algo sobre nós mesmos que não gostamos, ao invés de ser frio(a) ou severamente auto-crítico(a). Ela reconhece que a condição humana é imperfeita, de modo que nos sentimos ligados aos outros quando falhamos ou sofremos em vez de nos sentirmos separados ou isolados. Envolve também mindfulness - a aceitação sem julgamentos de emoções dolorosas que possam surgir no momento presente. Ao invés de suprimir a nossa dor, ou então criar uma exagerada novela pessoal, vemos-nos a nós mesmos e a nossa situação de forma clara.

É importante distinguir a auto-compaixão de auto-estima
A auto-estima refere-se ao grau com que avaliamos a nós mesmos de forma positiva. Ela representa o quanto nós gostamos ou valorizarmos o nosso ego e as coisas que fazemos, e é muitas vezes baseada em comparações com outros. Em contraste, a auto-compaixão não se baseia em julgamentos ou avaliações positivas, é uma maneira de se relacionar com consigo mesmo. As pessoas sentem auto-compaixão porque são seres humanos, não porque elas são especiais e acima da média. A auto-compaixão enfatiza a interligação ao invés da separação. Isso significa que, com a auto-compaixão, não tem que se sentir melhor do que os outros para se sentir bem sobre si mesmo. Ela também oferece mais estabilidade emocional do que a auto-estima, porque está sempre consigo - quando está no topo do mundo e quando cair de cara no chão.

A investigação indica que a auto-compaixão oferece os mesmos benefícios que a auto-estima (menos depressão, mais felicidade, etc), sem as suas desvantagens. Em particular, num grande estudo realizado com mais de 3000 pessoas, incluindo várias facetas da vida, verificou-se que a auto-compaixão estava associada com sentimentos muito mais estáveis de auto-valorização (avaliada em 12 vezes diferentes durante um período de 8 meses) do que a auto-estima . Isso pode estar relacionado com o facto de que a auto-compaixão estar menos dependente de factores como a atracção física ou performances bem-sucedidas do que a auto-estima. Além disso, a auto-estima teve uma forte associação com o narcisismo, enquanto a auto-compaixão não revelou essa associação.



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Auto-Compaixão Vs. Auto-Estima

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Comparado a auto-estima global e a auto-compaixão em relação aos estados positivos de humor, verificou-se que os dois constructos foram preditores estatisticamente equivalentes na felicidade, no optimismo e no afecto positivo.

No artigo anterior referimos que a auto-estima elevada pode não ser algo desejável e que a auto-compaixão poderia ter um impacto positivo na saúde mental, superior ao da auto-estima.

Numa investigação (Self-Compassion Versus Global Self-Esteem: Two Different Ways of Relating to Oneself), com uma amostra de 3000 pessoas aproximadamente, Neff e Vonk (2009) analisaram a relação entre a auto-compaixão e a auto-estima e a forma como elas se relacionam com vários aspectos do funcionamento psicológico. A auto-compaixão implica tratar-se com brandura, reconhecendo a sua compartilhada humanidade, e estar plenamente atento ao considerar tantos os aspectos positivos, como negativos de si mesmo.

Verificou-se que a auto-compaixão predisse sentimentos mais estáveis de auto-valia do que a auto-estima e era menos depende de resultados pontuais. A auto-compaixão também tinha uma forte associação negativa com a comparação social, auto-consciência pública, a auto-ruminação, raiva e necessidade de isolamento cognitivo. A auto-estima (mas não a auto-compaixão) esteve positivamente associada com o narcisismo.

Comparado a auto-estima global e a auto-compaixão em relação aos estados positivos de humor, verificou-se que os dois constructos foram preditores estatisticamente equivalentes na felicidade, no optimismo e no afecto positivo. Os resultados deste estudo sugerem que a auto-compaixão pode ser uma alternativa útil para auto-estima global, quando se considera o que constitui uma auto-atribuição saudável. 

Os estudos actuais examinaram o funcionamento psicológico no que se refere a duas maneiras distintas de pensar e sentir sobre si mesmo, a auto-estima e a auto-compaixão.

Procura uma alta auto-estima? Pense melhor!

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Uma maneira de diminuir a divagação mental é através de práticas que melhoram a atenção plena, ou o estado de atenção sem julgamento, centrado no momento presente...


Porquê uma alta auto-estima pode ser negativa?

Numa sociedade com uma perda acelerada de valores e de referências muitos voltaram-se para a promoção da auto-estima, como forma de bem-estar. Ao longo dos anos tem havido literalmente milhares de livros e artigos de revistas que promovem a auto-estima - como obtê-la, elevá-la e mantê-la? A busca da auto-estima elevada tornou-se uma obsessão, mas a investigação indica que isso tem desvantagens graves. A nossa cultura tornou-se tão competitiva que precisamos de nos sentir especiais e acima da média para apenas para nos sentirmos bem acerca de nós mesmos (se estivermos na "média" é um insulto). A maioria das pessoas, por isso, sente-se compelidas a criar o que os psicólogos chamam de "viés de auto-melhoramento" – “elevando-nos” e colocando os outros “para baixo”, para que possamos sentir que somos superiores em comparação. No entanto, essa necessidade constante de se sentir melhor do que os outros leva a um sentimento de isolamento e de separação.

Então, uma vez que tenha conseguido uma alta auto-estima, como a mantém? Como estamos muito dependentes da validação social, ficamos presos numa montanha-russa emocional: subindo e descendo em função do nosso mais recente “sucesso” ou “fracasso”.

É compreensível que muitas pessoas pensem que uma alta auto-estima seja o antídoto para muitos problemas. Na vida em geral, se tem pouco dinheiro, o dinheiro é uma ideia muito atraente. Se não tem comida suficiente, um banquete é altamente apelativo. Mas será importante pensar sobre a auto-estima elevada de forma diferente. A auto-estima é mais como paracetamol - a quantidade certa irá ajudá-lo, mas muita será prejudicial.

Algumas características das pessoas com elevada auto-estima são:

1. Tendem a ser presunçoso(a)s e a imaginarem-se superiores;
2. Abusar dos relacionamentos, assumindo as suas necessidades vêm em primeiro lugar em qualquer situação. Se isso não acontecer, vão ficar com raiva e agem com intimidação;
3. Adoptam um ar de superioridade, simplesmente porque têm competência e/ou sorte numa determinada área da vida;
4. São (parcialmente) cegos para as suas próprias falhas e por isso não são susceptíveis de alterar comportamentos ou de melhorarem a si mesmos;
5. Tendem a ter problemas de controlo dos seus impulsos;
6. Há também agora uma riqueza de evidências ligando auto-estima elevada à criminalidade.

Os resultados da investigação científica têm associado a auto-percepção excessivamente positiva com aspectos positivos e negativos da saúde mental. Embora em geral se acredite que uma visão positiva de si mesmo ajude na saúde psicológica, alguns estudos sugerem que ter uma visão excessivamente positiva de si mesmo pode aumentar a risco da pessoa se engajar em comportamentos violentos ou agressivos e de outros aspectos negativos. Estes especialistas acreditam que ter uma avaliação excessivamente positiva de si mesmo, em relação à percepção dos outros, faz com que os indivíduos fiquem mais vulneráveis às ameaças do ego quando recebem feedback que contradiz a sua auto-percepção.

Sente que você não é tão bom quanto as outras pessoas?
Há alternativa ao cultivo da auto-estima?


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Porquê a sua mente mente: 8 pontos

Os computadores podem analisar informações de forma imparcial, incansáveis e precisos, mas o mesmo não pode ser dito sobre os seres humanos. Estamos longe de ser perfeitos quando se trata de recolher informações sobre os outros e a fazer julgamentos sobre eles. Na realidade, é mais provável que seja mais a regra do que a excepção - os nossos julgamentos sobre os outros são imperfeitos. Afinal de contas, não somos exactamente imparciais nos julgamentos que fazemos. Os investigadores observaram que há vários erros que interferem na realização dos julgamentos precisos dos outros. Estes reflectem desvios sistemáticos nas maneiras de pensar sobre os outros em geral. Colectivamente, estas distorções  são referidas como distorções perceptivas. Conheça-as e aprenda a minimizá-las ou a aumentá-las nos outros!

1. Erro de atribuição fundamental
As pessoas não são igualmente predispostos a atingir julgamentos sobre causalidade interna e externa. Em vez disso, elas são mais propensas a explicar as acções dos outros em termos de causas internas ao invés de causas externas. Noutras palavras, estamos propensos a assumir que o comportamento dos outros é devido à forma como eles são, seus traços e disposições (por exemplo, "ela é apenas esse tipo de pessoa"). Assim, por exemplo, são mais somos mais propensos a assumir que alguém que chega ao trabalho tarde faz isso porque é preguiçoso e não porque ela ficou presa no trânsito. Esse enviesamento de percepção é tão forte que tem sido referido como o erro de atribuição fundamental.
Esta distorção particular decorre do facto de que é muito mais simples explicar algumas acções em termos das suas características do que reconhecer o padrão complexo de factores conjunturais que possam ter afectado as suas acções. Como pode imaginar, esta tendência pode ser bastante danosa. Especificamente, ela leva-nos a assumir prematuramente que as pessoas são responsáveis pelas coisas negativas que acontecem com elas (por exemplo, "ela destruiu o carro da empresa porque é descuidada"), sem considerar alternativas externas, aquelas que podem ser mais suaves (por exemplo, "um outro motorista foi o responsável pelo acidente"). Esta tendência leva a julgamentos imprecisos.

2. O Efeito Halo: Manter Percepções Consistentes
Alguma vez já ouviu alguém dizer algo como: "Ela é muito inteligente, então também deve ser trabalhadora "?Ou: "Ele não é muito inteligente, então  acho que ele é preguiçoso"? Se assim for, então já está consciente de uma distorção da percepção comum conhecido como "efeito Halo". Assim que formamos uma impressão positiva de uma pessoa tendemos a ver as coisas que ela faz em termos favoráveis, mesmo sobre aquilo que não temos conhecimento. Do mesmo modo, uma impressão geralmente negativa de alguém é susceptível de ser associada com avaliações negativas dos comportamentos da pessoa. Ambas estas tendências são referidas como efeitos de halo (mesmo o caso negativo, apesar da palavra "halo" ter conotações positivas).

3. O Efeito Semelhança-Proximidade (Se tu és como eu, então deves ser bom/mau)
Outro tipo comum de viés perceptual envolve a tendência das pessoas perceber mais favoravelmente os outros que semelhantes a elas do que aquelas que são diferentes. Essa tendência, conhecida como efeito “semelhança-proximidade”, constitui uma fonte potencial de distorção quando se trata de compreender e fazer atribuições das outras pessoas. De facto, a investigação demonstrou que os superiores hierárquicos classificam o desempenho dos seus subordinados mais alto se estes forem mais semelhantes a si, quanto maior semelhança maior a classificação que o superior tende a dar. Este efeito parece ser, em parte, o resultado da tendência das pessoas serem capazes de criar empatia e relacionarem-se melhor com outros semelhantes e para ser mais positivos em relação a eles. No entanto, parece também que os subordinados tendem a confiar mais em supervisores que eles percebem como semelhantes a si mesmos do que aqueles vistos como dissimilares

4. As Expectativas
A expectativa dos estímulos influenciam a nossa percepção e podem distorcer a nossa avaliação.
Tipos de expectativas:
Profecia Auto-Realizada;
Percepção Selectiva (ignorar algum aspecto e lembrar outro);
Defesa Perceptiva (moldar uma pessoa/situação a uma crença, percepção nossa).

4.1 Profecias “auto-realizadas”: o "efeito Pigmalião e o efeito Golem"
Dito de outro modo, a percepção pode influenciar a realidade! Esta é a ideia subjacente ao que é
conhecida como “profecia auto-realizada”, a tendência das nossas expectativas da realidade – mesmo estando erradas – pelo nosso comportamento, acabamos por as tornar verdadeiras. Um exemplo, é moldar o comportamento de alguém para se comporte de uma maneira consistente com essas expectativas.
As profecias “auto-realizáveis” podem assumir formas positivas e negativas. No caso positivo, mantendo altas expectativas do outro tendemos a perceber a pessoa de forma mais positiva. Isto é conhecido como o "efeito Pigmalião".
Os investigadores também descobriram que a "profecia auto-realizada" opera no sentido negativo, ou seja, baixas expectativas de sucesso levam a um desempenho menor. Isto é conhecido como o “efeito Golem”. é um efeito importante em contextos organizacionais e educativos.

4.2 Percepção Selectiva: Focando em algumas estímulos enquanto se ignora outros
Outra distorção perceptiva, conhecida como percepção selectiva, refere-se à tendência para os indivíduos se concentrarem em certos aspectos do seu ambiente, ignorando outros. Na medida em que operamos em ambientes complexos em que há muitos estímulos que exigem a nossa atenção, faz sentido sermos selectivos, estreitando os nossos campos perceptivos. Trata-se de um enviesamento na medida em que limita a nossa atenção a alguns estímulos, enquanto aumenta a nossa atenção a outros estímulos.

4.3. Erro das Primeiras impressões: Confirmando expectativas
Muitas vezes, a nossa forma de julgar alguém não se baseia apenas em quão boa a pessoa é ou desempenha no momento, mas sim nos nossos juízos iniciais acerca dessa pessoa, isto é, nas nossas primeiras impressões. Na medida em que as nossas impressões iniciais guiarem as nossas impressões subsequentes, seremos vítimas do erro das primeiras impressões.

5. Estereótipos: Colocando Pessoas em Categorias
O que vem à sua mente quando pensa sobre as pessoas que usam óculos? Elas são estudiosos?
Intelectuais? Embora não haja evidência de tal conexão, é interessante notar que para muitas pessoas esta imagem permanece nas suas mentes. Claro, isto é apenas um exemplo.
Provavelmente já teve a oportunidade de pensar em muitas outras crenças comuns sobre as características de pessoas pertencentes a grupos específicos. Tais declarações geralmente tomam a forma: "As pessoas de grupo X possuem Y característica”. Na maioria dos casos, as características descritas tendem a ser negativas. Hipóteses desse tipo são denominadas de estereótipos, crenças que os membros dos grupos específicos tendem a compartilhar características e comportamentos semelhantes. Felizmente, a maioria de nós aceitamos que os estereótipos que usamos são, pelo menos, parcialmente imprecisos.

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