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Características centrais do Budismo

13:31 Vítor Bertocchini 0 Comments



budismo mindfulness

“O Budismo não é uma religião que deva ser aceite cegamente, deve ser compreendido e constantemente questionado. O Buda disse, ‘aceitai as minhas palavras somente após terem examinado o seu sentido por vós mesmos; não as aceiteis apenas em nome do respeito que tendes por mim’. Embora com o decorrer do tempo o Budismo tenha sido, algumas vezes, afectado pela tradição, rituais, etc., o seu criador não formulou mais do que um método a ser experimentado.” (Saddhatissa, 1977, p. 18) 
Uma das características distintivas que merece ser salientada em relação ao Budismo é que Buda nunca pretendeu ser mais do que um ser humano. Buda, que significa o Desperto, é o nome que Sidarta Gautama ficou conhecido após ter alcançado o estado de iluminação ou de completa compreensão. O primeiro sermão de 'Buddha Shakyamuni' foi dado aos cinco ascetas que estavam no Parque das Gazelas em Sarnath, Benares. Nesse sermão, Buddha expôs os ensinamentos fundamentais do budismo: as quatro nobres verdades.

Ele explicita as quatro nobres verdades, a base de uma nova religião, sendo elas:
1) a verdade da existência do sofrimento;
2) a verdade de que há uma causa para esse sofrimento;
3) a verdade de que o sofrimento pode cessar;
4) a verdade do caminho que conduz ao cessamento do sofrimento.

Neste conjunto, a quarta nobre verdade é axial, já que ela apresenta um conjunto de instruções práticas que efectivam o cessamento do sofrimento. Essas práticas são conhecidas no budismo como "O caminho óctuplo". São ao mesmo tempo, pode-se dizer, a base ética do budismo e, em decorrência, um padrão de referência para os praticantes monitorizarem a sua conduta e desenvolvimento. A ideia de auto-
monitorização pode ser entendida como uma característica distintiva do budismo. Segundo Buda não se deve ser budista por se ter fé nele, mas pela verificação, através da experiência pessoal, que esse caminho é válido.
Essa característica do Budismo como método permite que ele possa ser visto tanto como uma religião, como uma filosofia ou como uma psicologia prática ou como uma mistura de todos.


Referências
Saddhatissa, H. (1977). O caminho do Buda. Rio de Janeiro: Zahar Editores.

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