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Actividade Rítmica Cerebral

12:57 Vítor Bertocchini 0 Comments

A actividade rítmica cerebral é classificada de acordo com a sua frequência, amplitude, forma e local de origem. O significado do registo electroencefalográfico (EEG) varia de acordo com a idade do utilizador, estado de alerta, fadiga intelectual e morfologia do crânio. O córtex cerebral é constituído por cerca de 3010 neurónios (divididos em cinco tipo de células nervosas) das quais 65 a 75% estão orientadas perpendicularmente à superfície. A actividade rítmica cerebral captada à superfície é originada primordialmente por estas células. O sinal EEG é tipicamente descrito em termos de actividade (1) rítmica e (2) transitória. A actividade rítmica é dividida em bandas de frequência. Em algum sentido, tais bandas são apenas uma questão de nomenclatura, mas a sua definição provém das observações feitas, que demonstram que determinada actividade, como uma dada gama de frequências, mostra padrões na distribuição no escalpe ou alguma significância biológica. A maioria dos sinais observados no escalpe pertence à gama de 1 a 50Hz pelo que, ao nível da frequência, os ritmos cerebrais podem ser divididos genericamente em cinco classes: delta, theta, alpha, beta e ondas gamma.

Ritmos Delta
É a banda até aos 4 Hz (figura 1). São as ondas mais lentas, e tendem a ser as maiores em amplitude. São vistas normalmente em adultos, durante o sono profundo, e em bebés. Em adultos, ocorrem predominantemente no córtex frontal (FIRDA - Frontal Intermittent Rhythmic Delta), e em crianças no córtex occipital (OIRDA - Occipital Intermittent Rhythmic Delta).


Figura1: Ritmos Delta


Ritmos Theta
Na gama 4–7 Hz (Figura 2), estes ritmos encontram-se em crianças mais novas, e podem ser vistos como manifestações de sonolência ou excitação em crianças mais velhas e adultos; estão igualmente reportados durante a meditação, relaxamento ou estados creativos. Têm a sua origem no tálamo.



Figura 2: Ritmos Theta


Ritmos Alpha
Foi a primeira actividade rítmica cerebral observada[54] (Hans Berger), e diz respeito à gama 8–12 Hz (Figura 3). Pode ser encontrada:
- Nas regiões posteriores do escalpe, em ambos os hemisférios, tendo maior amplitude no lado dominante [9]. Estes ritmos são fortemente reduzidos fechando os olhos, ou mediante relaxamento, e desaparecem durante o sono profundo.



Figura 3: Ritmos Alpha

Ritmos Beta
Beta é o grupo de frequências comprendido em 12–30 Hz (Figura 4), visto nos dois hemisférios em distribuição simétrica, e mais evidente no lóbulo frontal, ainda que também se verifique na região parietal.
Normalmente distinguidos em três sub-bandas, 1 (13–18 Hz), 2 (18–24 Hz) e 3 (24–30Hz), com origens distintas, mas globalmente associadas ao processamento de informação exterior, resolução de problemas ou tomada de decisões; como tal, estão presentes em qualquer comportamento motor[62] e são, em geral, atenuados durante a execução dos mesmos[67].

Os de baixa amplitude, com múltiplas frequências (que inclusive variam no tempo), estão associados com pensamentos activos ou introspectivos. Fazem, assim, parte da concentração mental activa. A ocorrência de ritmos Beta numa gama dominante de frequências está, por outro lado, ligado a várias patologias ou ao efeitos de certas drogas, especialmente benzodiazepinas. Podem estar ausentes em áreas corticais danificadas e são o ritmo dominante nos pacientes, de
olhos abertos, em estados de alerta ou ansiedade.


Figura 4: Ritmos Beta


Ritmos Gamma
Pensa-se que intervêm na ligação de diferentes populações de neurónios, em redes cujo propósito é realizar uma certa função, cognitiva ou motora. Estão relacionados com processos mentais de complexidade elevada como é a consciência e percepção, ocorrendo desde os 30Hz até ao limite da banda determinada pelo filtro aplicado ao EEG (Figura 5). Suspeita-se que sejam os ritmos cerebrais que contêm a maior quantidade de informação; no entanto, poucos avanços
significativos foram ainda feitos na sua interpretação.




Figura 5: Ritmos Gamma






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