Alan Wallace Síndrome - parte 2





Alan Wallace descreve o nosso estado "normal" - o distúrbio obsessivo, compulsivo ilusório - e como a meditação pode curar-nos dessa normalidade - parte 2

Alan Wallace tem uma característica especial que o diferencia dos seus pares na área da física e da neurobiologia: foi durante 20 anos um monge budista,morou em Dharamsala, na Índia, traduziu mais de 30 livros do tibetano para o inglês, estudou com os mais altos mestres do Tibete e ainda ocupou o posto de intérprete oficial de sua santidade, o Dalai-Lama. Hoje, novamente como cientista e físico e autor de quarto importantes livros sobre ciência e práticas contemplativas, Wallace comanda um verdadeiro exército de neurocientistas, antropólogos, sociólogos e psicólogos no Instituto Santa Bárbara de Estudos da Consciência, na Califórnia.

Eckhart Tolle Como largamos o vício de pensar





Eckhart explora o vício poderoso de pensar e oferece um conjunto de formas que podem ajudar a abrandar os pensamentos e
a estar no presente.


Eckhart Tolle descreve o significado da meditação.

Eckart Tolle - O poder do agora um guia para a iluminação espiritual



emocoes mindfulness
A palavra iluminação transmite a ideia de uma conquista sobre-humana – e isso agrada ao ego...
#Livros

2 excertos do livro:

O PODER DO AGORA
UM GUIA PARA A ILUMINAÇÃO ESPIRITUAL
* * *
Eckhart Tolle



"...Pergunto: consegue livrar-se da sua mente quando quer? Já encontrou o botão que a “desliga”?
A ideia é parar de pensar completamente? Não, não consigo, a não ser por um ou dois segundos. Então, é porque a mente o/a usa. Estamos tão identificados com ela que nem percebemos que somos seus escravos. A liberdade começa quando percebemos que não somos a entidade dominadora, o pensador. Saber disso nos permite observar a entidade. No momento em que começamos a observar o pensador, activamos um nível mais alto de consciência. Começamos a perceber, então, que existe uma vasta área de inteligência além do pensamento, e que este é apenas um aspecto diminuto da inteligência.
Percebemos também que todas as coisas realmente importantes como a beleza, o amor, a criatividade, a alegria e a paz interior surgem de um ponto além da mente. É quando começamos a acordar."



"NÓS NÃO SOMOS A NOSSA MENTE
O maior obstáculo para a iluminação

A palavra iluminação transmite a ideia de uma conquista sobre-humana – e isso agrada ao ego –, mas é simplesmente o estado natural de sentir-se em unidade com o Ser. É um estado de conexão com algo imensurável e indestrutível. Pode parecer um paradoxo, mas esse “algo” somos essencialmente nós e, ao mesmo
tempo, é muito maior do que nós. A iluminação consiste em encontrar a verdadeira natureza por trás do nome e da forma. A incapacidade de sentir essa conexão dá origem a uma ilusão de separação, tanto de nós mesmos como do mundo envolvente.

Quando nós percepcionamos, consciente ou inconscientemente, como um fragmento
isolado, o medo e os conflitos internos e externos tomam conta da sua vida."



Sinopse:
Um texto que nos traz uma lição simples e singela: como usar o potencial do presente, como viver no agora. A nossa mente tende sempre a seguir um caudal de pensamentos, dirigindo-se para o passado ou para o futuro, esquecendose constantemente do presente. Mas é no presente, e na consciência do presente, que podemos encontrar a paz e a libertação. De forma prática e acessível, esta obra, uma apresentação do misticismo clássico para os tempos modernos, dá-nos a ver como aceder ao poder ilimitado do agora.

Wook

Mente - Um elefante selvagem



"... Como um elefante selvagem, a mente não treinada pode infligir danos enormes a nós mesmos e àqueles que nos rodeiam. Ela oscila entre um déficit de atenção (quando estamos passivos) e hiperactividade (quando estamos activos). A mente sem treino debita compulsivamente um fluxo tóxico de pensamentos, e agarra-se a eles de forma obsessiva, levada por uma história após a outra.

O transtorno do déficit de atenção com hiperactividade e o transtorno obsessivo-compulsivo não se limitam àqueles que são diagnosticados como doentes mentais, a mente “normal” é propensa a tais desequilíbrios e é por isso as pessoas “normais” experimentam imenso sofrimento mental/físico! Tais distúrbios são sintomas de uma mente desequilibrada e não treinada.

Essas duas tendências disfuncionais parecem ser intrínsecas à mente. A hiperactividade é caracterizada por excitação, agitação e distracção,enquanto o déficit de atenção é caracterizado pela flacidez, letargia, apatia. Quando as nossas mentes estão sujeitas a estes dois desequilíbrios, temos pouco controlo sobre o que pensamos. Podemos acreditar no livre-arbítrio, mas dificilmente pode ser chamado de "livre" se não podemos dirigir a nossa própria atenção." A prática da atenção focada é essencialmente é aprender a canalizar o fluxo de consciência para onde queremos,  durante o tempo que desejarmos, sem que compulsivamente se torne fragmentado e entre em desordem.


 

Alan Wallace


A Revolução da Atenção ~ Revelando o Poder da Mente Focada



emocoes mindfulness
Few things affect our lives more than our faculty of attention...
#Livros


Alan Wallace, o físico que foi monge. Hoje, além de escritor de quatro livros sobre ciência e práticas contemplativas, ele comanda neurocientistas, sociólogos e psicólogos, num instituto de estudos da consciência, na Califórnia




Depois de apresentar os efeitos doentios resultantes da incapacidade de focar a mente, o autor segue explorando um caminho sistemático de meditação que intensifica a capacidade de manter a concentração. Ao longo do caminho, Wallace cria vários interlúdios, oferecendo práticas complementares para o cultivo do amor, da compaixão e da pureza em nossas vidas. A atenção é a chave que torna possível o acesso à nossa mudança pessoal, e a boa nova é que a atenção pode ser treinada. Este livro mostra como fazê-lo.

Excelente livro


Fica o índice em inglês e um pequeno excerto:

CONTENTS

Preface xi
Introduction 1

THE BEGINNING STAGES: MINDING THE BREATH
Stage 1: Directed Attention 13
Interlude: Loving-Kindness 23
Stage 2: Continuous Attention 29
Interlude: Compassion 39
Stage 3: Resurgent Attention 43
Interlude: Empathetic Joy 57
Stage 4: Close Attention 59
Interlude: Equanimity 69

THE INTERMEDIATE STAGES: SETTLING THE MIND

Stage 5: Tamed Attention 77
Interlude: Tonglen—“Giving and Taking” 95
Stage 6: Pacified Attention 99
Interlude: Lucid Dreaming—Daytime Practice 111
Stage 7: Fully Pacified Attention 117
Interlude: Lucid Dreaming—Nighttime Practice 125


THE ADVANCED STAGES: ILLUMINATING AWARENESS
Stage 8: Single-Pointed Attention 131
Interlude: Dream Yoga—Daytime Practice 139
Stage 9: Attentional Balance 143
Interlude: Dream Yoga—Nighttime Practice 149
Stage 10: Shamatha 155
Conclusion: A Look Ahead 167
Appendix: Synopsis of the Nine Stages 174

Notes 177
Bibliography 185
Index 191


"Few things affect our lives more than our faculty of attention. If we can’t
focus our attention—due to either agitation or dullness—we can’t do
anything well.We can’t study, listen, converse with others, work, play,
or even sleep well when our attention is impaired. And for many of us, our
attention is impaired much of the time.
People whose attention falls well below normal may be diagnosed with
an attention deficit/hyperactivity disorder (ADHD), and the most common
treatment for this problem is with pharmaceuticals. The popularity of
Ritalin and similar drugs has increased dramatically in recent years, and the
United States manufactures and consumes five times more of such drugs
than the rest of the world combined. The many detrimental side effects of
ADHD drugs are deemed a small price to pay for suppressing the symptoms
of attention disorders. This materialistic approach to treating ADHD is
enormously profitable for the drug manufacturers, but it is profoundly disempowering
for the individuals who become reliant on them. While our
culture may proclaim “Just say no to drugs,” when it comes to treating
attention disorders, the message is “Go for the quick fix...”




Fnac

Happiness- A Guide To Developing Life's Most Important Skill



emocoes mindfulness
"A verdadeira e duradoura felicidade não é apenas possível, mas é um nosso direito inato."
#Livros


Com compaixão, lógica incisiva e humor contagiante,
Matthieu Ricard expõe as falsas e limitadas premissas que
temos sobre o nosso potencial enquanto seres humanos e mostra-nos que a
verdadeira e duradoura felicidade não é apenas possível, mas é um nosso direito inato.
Este é um livro notável de um dos mais sábios e amigos espirituais mais confiáveis "
Richard Gere






Happiness - Table of Contents

Talking About Happiness
Is Happiness the Purpose of Life?
A Two-Way Mirror: Looking Within, Looking Without
False Friends
Is Happiness Possible?
The Alchemy of Suffering
The Veils of the Ego
When Our Thoughts Become Our Worst Enemies
The River of Emotion
Disturbing Emotions: The Remedies
Desire
Hatred
Envy
The Great Leap to Freedom
A Sociology of Happiness
Happiness in the Lab
Happiness and Altruism: Does Happiness Make Us Kind or Does Being
Kind Make Us Happy?
Happiness and Humility
Optimism, Pessimism, and Naivete
Golden Time, Leaden Time, Wasted Time
One with the Flow of Time
Ethics as the Science of Happiness
Happiness in the Presence of Death
A Path

Pranayama - Respirar a Vida


Workshop - Respirar a Vida

A respiração flui em função de uma necessidade fisiológica básica: as nossas células e tecidos precisam de oxigénio. No processo respiratório, o oxigénio é transportado até às células através do sangue arterial, desde o coração e os pulmões, enquanto que o dióxido de carbono é devolvido ao coração e aos pulmões via sangue venoso.

A ciência moderna reconhece as mesmas fases da respiração salientadas pela ciência da antiga Índia: inalação, exalação e cessação da respiração, denominada apneia (que ocorre naturalmente entre cada inspiração e expiração). Existem dois tipos básicos de respiração que envolvem formas diferentes de mover os pulmões: torácica e abdominal (ou diafragmática). Na respiração torácica, a caixa torácica expande-se com a inalação e fecha-se com a exalação. Na respiração abdominal, o ventre expande-se com a inalação e contrai-se com a exalação. Nenhum destes dois tipos de respiração será a forma correcta de respirar, já que são importantes em diferentes circunstâncias e podem ser combinadas para criar variações que são a base de muitas actividades, movimentos ou intenções energéticas.

A respiração ocorre naturalmente, involuntariamente e inconscientemente. Esta “respiração natural” varia consideravelmente e depende das condições físicas, emocionais, mentais e espirituais da pessoa. É seriamente comprometida com a depressão, ansiedade, músculos respiratórios fracos, letargia ou excesso de energia. Nestas condições a respiração é, geralmente, superficial, pouco eficiente e suporta-se em músculos respiratórios secundários.


A saúde é uma integração dos aspectos físicos, emocionais e espirituais do bem-estar. O ar que respiramos, também conhecido como prana é a essência da vida, e desempenha um papel vital na manutenção da saúde. Prana é o princípio básico da vida, que actua como uma ponte entre a mente e a matéria. Pranayama são técnicas de respiração, definidas como movimentos de manipulação do ar, cuja evidência científica tem demonstrado  contribuírem para uma resposta fisiológica, caracterizada pela diminuição do consumo de oxigénio, diminuição do ritmo cardíaco e diminuição da pressão sanguínea, bem como um aumento na amplitude da ondas cerebrais teta , aumento actividade parassimpática acompanhada pela experiência de alerta e de revigoramento.  De acordo com os Yoga Sutras de Patanjali, Pranayama é a ciência da aprendizagem, do equilíbrio, e do controlo sobre o prana no sistema humano. É um processo sistémico pelo qual nós controlamos com mestria o prana. Na medicina grega antiga, pneuma é a forma de circulação do ar necessário para o funcionamento sistémico dos órgãos vitais. É o material que sustenta a consciência num corpo.




De acordo com a antiga ciência Indiana há milhares de canais de energia que fluem através do corpo e estes são chamados nadis. Os nadis não devem ser equiparados com os nervos, mas são os canais através dos quais a energia primordial ou prana flui regulando o funcionamento dos planos mental e físico de nossa existência. As áreas onde a energia se torna mais concentrada são chamados centros de energia ou chakras. Eles estão relacionados com ou conectado com partes específicas do corpo, principalmente com algumas glândulas. Nós sabemos que as glândulas trabalham em conjunto com o sistema nervoso para coordenar e influenciar todas as funções psico-fisiológicas do corpo. Sempre que a energia for bloqueada ou não pode fluir de forma eficiente, por algum motivo, o funcionamento normal das diferentes partes do corpo torna-se interrompido e se se prolonga as doenças podem surgir. A ciência moderna ainda não foi capaz de provar a existência desta energia subtil, composta por nadis e chakras. Nos antigos textos existem muitas e divergentes perspectivas sobre o corpo subtil, embora nunca se discuta a sua existência.

Os antigos sábios também descobriram que, entre os milhares de nadis, há três que são os canais de energia mais poderosos e, quando purificados o suficiente, podem promover o desenvolvimento do ser humano nos planos: físico, mental e espiritual, o que nos permite atingir níveis mais elevados de consciência. Estes canais são chamados de Ida, Pingala e Sushumna.

As técnicas de Pranayama agem para purificar os nadis, incluindo esses três canais de energia principais. Sabes-se há muito tempo que a respiração através da narina esquerda estimula a nadi Ida ou o "canal lua" (conectado com o sistema nervoso parassimpático) e respiração pela narina direita estimula a nadi Pingala ou o "canal sol" (ligado com o sistema nervoso simpático). Ao equilibrar o funcionamento de ambos nadis (isto é, ambos os aspectos do sistema nervoso autónomo) que podem estimular o canal de energia principal, chamado Sushumna e harmonizar a actividade do sistema nervoso como um todo.



A respiração correcta é a base de todas as técnicas de Pranayama
A maioria das pessoas não respira da maneira correta. Assim, a primeira tarefa, antes de iniciar quaisquer exercícios de respiração, é aprender a respirar correctamente.

Os exercícios de respiração têm que ser entendidos como uma tenra flor, que precisa do nosso cuidado e atenção diários. Só desta forma o desenvolvimento gradual e natural acontece, trazendo os resultados certos. Qualquer tensão ou desconforto durante exercícios de respiração é um sinal de que o corpo ainda não está preparado e que temos de melhorar o desempenho de exercícios de respiração básicos antes de continuar. Temos que treinar e adaptar os nossos órgãos e centros respiratórios e todas as funções de respiração aos novos padrões de respiração de maneira gradual, natural e não forçada.

Ao longo das nossas vidas não só esquecemos de como respirar correctamente, como também a relação entre a inalação e exalação muda e torna-se errática. É importante saber que quando respiramos de forma optimizada e de uma forma relaxada há uma proporção natural de 1:2 entre o comprimento de inalação e exalação. Isto significa que a expiração é o dobro do tempo de inalação - se inalamos por 4 segundos a exalação normalmente deve durar cerca de 8 segundos, mas, novamente, não deve sentir qualquer desconforto. Isto é conseguido através da prática diária regular, idealmente a partir do momento da nossa primeira introdução a exercícios de respiração. No entanto, não devemos forçar-nos a alcançar o mencionado rácio de 1:2, a fim de progredir mais rapidamente, porque mais cedo ou mais tarde, o corpo vai reagir negativamente à respiração forçada. Ao realizar exercícios de respiração numa posição reclinada podemos melhorar a consciência da nossa respiração e aprender de forma mais eficaz a maneira correcta de respirar. Algumas semanas são suficientes para que o corpo se adapte aos novos padrões de respiração, sentindo a respiração de forma correcta, sem a necessidade de influência deliberada.



Donna Farhi (1996) afirma que:
Aprender a respirar é bem mais do que um processo no qual aprendemos um conjunto de técnicas para melhorar a respiração que já fazemos. É um processo de desconstrução, onde aprendemos a identificar as coisas que já fazemos e que restringem a emergência natural da respiração”. Este processo de observação permite desenvolver insight sobre as possibilidades do pranayama, bem como uma maior consciência somática, ajudando-nos a conectar conscientemente a respiração, o corpo e a mente.


Importante também salientar que a prática de pranayama não é suficiente. Temos que desenvolver o amor universal libertamo-nos do ódio, inveja, cobiça, paixão, raiva e hipocrisia. etc... Temos que entender que cada criatura ama a sua vida e não quer morrer. Temos que ser protectores e não destruidores. Temos que viver criativamente.


Brevemente serão publicados mais artigos relacionados com as técnicas de Pranayama, com breves descrições e exercícios práticos.




Referências bibliograficas

Donna Farhi (1996). The Breathing Book: Good Health and Vitality Through Essential Breath Work. New York: Henry Holt.



por Vítor Bertocchini