Treino na Compaixão e a Mente Errante

emocoes mindfulness
Uma maneira de diminuir a divagação mental é através de práticas que melhoram a atenção plena, ou o estado de atenção sem julgamento, centrado no momento presente...

A meditação na compaixão cultiva pensamentos benevolentes em relação a si mesmo e em relação a todos os seres. É diferente neste aspecto de outras formas de meditação, no sentido de que os participantes são "guiados" através de pensamentos compassivos. Os resultados da investigação "A Wandering Mind is a Less Caring Mind", publicada recentemente no Journal of Positive Psychology, é o primeiro estudo que demonstra que o treino formal de compaixão diminui a tendência para a mente vaguear, enquanto aumenta o comportamento cuidador, não só para com os outros, mas para consigo mesmo, disse James Doty, um co-autor do estudo, neurocirurgião em Stanford e fundador e diretor do Stanford's Center for Compassion and Altruism Research and Education.

A "Mente errante" é a incapacidade de ter os seus pensamentos num único tópico por muito tempo. Investigações anteriores sugerem que as pessoas gastam até 50% das suas horas no período de vigília na divagação mental, muitas vezes sem o perceber. Doty afirmou que Mindfulness, ou Atenção Plena, é extremamente útil no mundo de hoje, com a miríade de distracções, tornando difícil e responder às tarefas necessárias.



Ao fechar os olhos e envolver-se no treino da atenção através de uma prática de mindfulness não só diminuiu os efeitos fisiológicos negativos da distracção, que podem resultar em ansiedade e medo, mas aumenta a capacidade de atender às tarefas importantes e não ter uma resposta emocional ao diálogo, muitas vezes negativo, que é frequente em muitos indivíduos, disse Doty.

Cultivar mindfulness

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Uma maneira de diminuir a divagação mental é através de práticas que melhoram a atenção plena, ou o estado de atenção sem julgamento, centrado no momento presente, disseram os investigadores. Distinta de outras formas de meditação, o treino de meditação compassiva envolve o reconhecimento e o desejo de aliviar o sofrimento dos outros e o seu próprio. Assim, há uma ênfase da sua atenção sobre uma determinada pessoa, objeto ou situação, em vez de se engajar em meditação sem nenhum objecto específico.

Como os investigadores notaram, a compaixão é definida como uma tomada de consciência do sofrimento, pela preocupação empática, pelo desejo de ver o alívio desse sofrimento, e uma capacidade de resposta ou de prontidão para ajudar a aliviar esse sofrimento.

O estudo em questão examinou 51 adultos durante um programa de meditação compassiva, medindo vários estados da mente-errante (tópicos neutros, agradáveis ​​e desagradáveis), e comportamentos cuidadores para si e para os outros. Os participantes participaram num programa secular de formação em meditação compassiva, desenvolvido na Universidade de Stanford, que consiste em nove sessões de duas horas com um instrutor certificado.

Eles foram incentivados a meditar pelo menos 15 minutos diariamente e se possível 30 minutos. Em vários intervalos de tempo os participantes foram convidados a responder a perguntas tais como: "está a pensar em algo diferente do que está a fazer no momento?" e "Já fez alguma coisa hoje que seja cuidador de si mesmo e, em seguida, de alguém?
Os investigadores também deram aos participantes exemplos de "comportamentos cuidadores ou bondosos" - tais como visitar pessoas num lar de idosos, ajudar uma criança com os trabalhos de casa ou em aprender algo novo, e dizer a um amigo, familiar ou colega de trabalho o quanto os valoriza.

Resultados

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Os resultados deste estudo indicaram que a meditação na compaixão diminuiu a mente-errante para os temas neutros e aumentou os comportamentos cuidadores para consigo mesmo. Além disso, quanto mais os participantes praticaram meditação na compaixão maiores as suas reduções na mente-errante para os temas desagradáveis ​​e aumentos na mente que vaguea para temas agradáveis, ambos os quais foram relacionados ao aumento nos comportamentos de cuidar de si e dos outros, de acordo com o estudo.




A mente vaguear nem sempre é problemático
Os investigadores afirmaram que este estudo é o primeiro a fornecer um suporte inicial para o treino formal na compaixão, indicando que pode reduzir a divagação mental e aumentar os comportamentos cuidadores de si e dos outros. Doty observou que, por si só, a mente vaguear pode não ser necessariamente negativo. Ao contrário da divagação mental que derivou para temas negativos ou neutros, os investigadores não encontraram uma diminuição nos comportamentos cuidadores de si e dos outros quando a mente vagueava para os tópicos positivos.
As pessoas permitem que as suas mentes 'ande sem destino' por escolha ou por acidente, porque às vezes produz recompensas concretas - tais como uma visão intelectual ou mesmo a sobrevivência física. Por exemplo, pode ser relevante reler uma linha de texto três vezes porque a nossa atenção se afastou, se essa mudança de atenção produziu um insight chave ou um tema agradável. Isto contrasta com a divagação mental que desencadeia, por exemplo, uma avalanche de ansiedade e de medo.
Doty observou que um dos traços evolutivos da espécie humana é a capacidade de monitorizar possíveis ameaças e imediatamente concentrar a atenção sobre nessa ameaça.

"Se existirem muitas dessas ameaças ou, no caso de viver numa grande cidade com tantos estímulos, pode levar que o nosso sistema interno analise tais estímulos como ameaças e pode levar-nos à sensação de opressão, ansiedade e exaustão", afirmou ele. Doty acrescentou ainda que a divagação mental pode ser reflexo desta realidade à medida que a nossa atenção continua a ser desviada.
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Trabalhar com as dificuldades - o método RAIN

Método Rain
A presença lúcida e aberta evocada nos passos R, A e I do RAIN leva à N: à liberdade da não-identificação, e a realização do que eu chamo de Consciência Natural ou a Presença Natural.
Há aproximadamente 13 anos atrás um certo número de professores budistas começaram a partilhar uma nova ferramenta de mindfulness que oferecia suporte em situações de crise, trabalhando com emoções intensas e difíceis. Denominada de RAIN (um acrónimo para as quatro etapas do processo), pode ser praticado em qualquer lugar ou situação. Esta prática dirige a nossa atenção de uma forma clara e sistemática, ajudando a desligar a confusão e o stress. Os passos dão-nos um “refúgio” para onde podemos recorrer em momentos dolorosos, e à medida que os praticamos com mais regularidade reforçam a nossa capacidade de “voltar para casa”, para a nossa mais profunda verdade.

Como o céu claro e o ar limpo depois de uma chuva refrescante, esta prática de mindfulness traz uma nova abertura e calma para o nosso quotidiano.


Já ensinei o método RAIN a milhares de praticantes, clientes e profissionais de saúde mental, adaptando-o e ampliando-o na versão que encontra neste artigo, afirma Tara Brach. Também tornei esta prática numa prática central na minha própria vida. De seguida ficam os quatro passos de RAIN, apresentados na forma que os considero mais úteis:

     R - Reconhecer o que está a acontecer;
     A - Aceitar/Permitir que a vida seja exactamente como é;
     I - Investigar a experiência interior com bondade;
     N - Não identificacação.

RAIN descondiciona diretamente os padrões habituais através dos quais habitualmente resiste à sua experiência de momento a momento. Não importa resistir "ao que é" atacando com ira, fumar um cigarro ou por ficar imerso em pensamentos obsessivos. RAIN começa a desfazer esses padrões inconscientes assim que damos o primeiro passo.

► Reconheça o que está a acontecer.

O reconhecimento é ver o que é verdadeiro na sua vida interior. Inicia-se no momento que concentra a sua atenção em tudo o que surge aqui e agora, tal como pensamentos, emoções, sentimentos ou sensações. À medida que a sua atenção se instala e se abre vai descobrir que é mais fácil de conectar com algumas partes da sua experiência do que com outras. Por exemplo, pode reconhecer a ansiedade imediatamente, mas se se concentrar nos seus pensamentos de preocupação, pode não perceber as sensações reais de aperto e de pressão que surgem no corpo. Por outro lado, se o seu corpo está num estado nervoso pode não reconhecer que esta resposta física está sendo desencadeada pela sua crença subjacente de que está prestes a falhar.

Você pode despertar com um reconhecimento de simplesmente perguntar-se a si mesmo: "O que está a acontecer dentro de mim agora?" Chame a sua curiosidade natural à medida que se concentra internamente no seu corpo. Tente soltar-se de todas as ideias preconcebidas e ouça de uma forma receptiva o seu corpo e o seu coração.

► Permitir que a vida seja assim como é.

Permitir significa aceitar os pensamentos, emoções, sentimentos ou sensações que vai descobrindo. Pode sentir uma sensação natural de aversão, de desejar que os sentimentos desagradáveis desapareçam, mas à medida que se torna mais receptivo a estar presente com "o que é" começa a emergir uma qualidade diferente de atenção.

Muitos praticantes com quem trabalho suportam a sua vontade de "aceitação" sussurrando mentalmente uma palavra ou frase animadora. Por exemplo, você pode sentir o aperto de medo e sussurrar "sim" ou experimentar o aparecimento da profunda tristeza e sussurrar "sim". Você pode usar as palavras "isto também" ou "eu consinto". No início pode sentir que apenas está a "confrontar-se" com as emoções desagradáveis ou sensações. Na realidade, temos que concordar uma e outra vez. No entanto, mesmo o primeiro gesto de permitir, simplesmente sussurrando uma frase como "sim" ou "aceito", começa a suavizar a dureza da sua dor. Ofereça a frase gentilmente e com paciência, e com tempo as suas defesas tendem a diminuir, e poderá sentir uma sensação física de cedência ou de abertura à experiência.


► Investigue com bondade.


Às vezes, simplesmente trabalhar com as duas primeiras etapas de RAIN é suficiente para prestar socorro e reconectá-lo com Presença. Noutros casos, no entanto, a simples intenção de permitir reconhecer não é suficiente. Por exemplo, se estiver num processo de divórcio, a ponto de perder o emprego ou lidar com uma doença fatal pode ser facilmente dominado por sentimentos intensos. Em tais situações pode ser necessário “despertar” um pouco mais e fortalecer a consciência atenta com o passo I do RAIN.

Investigação significa chamar o seu interesse natural - o desejo de conhecer a verdade e dirigir uma atenção mais focada para a sua experiência presente. Basta fazer uma pausa para perguntar: "O que está acontecer dentro de mim?" e poderá iniciar o reconhecimento, mas com a investigação envolve-se num tipo mais activo de inquérito. Poderá perguntar-se: "O que requer mais atenção?" "Como estou a experimentar isto no meu corpo" ou "O que estou a acreditar?" ou "O que é que este sentimento quer de mim"? Poderá entrar em contacto com sensações de vazio e, em seguida, encontrar um sentimento de indignidade e vergonha enterrados nesses sentimentos. A menos que eles sejam trazidos à consciência, essas crenças e emoções vão controlar a sua experiência e perpetuar a sua identificação com um “Self” limitado e “deficiente”.

Quando iniciei a partilha do acrónimo RAIN com os alunos, muitos deles tiveram problemas com a etapa da investigação. Alguns relatavam que: "quando o medo surge, a minha investigação só me leva a pensar sobre o que está a causar isso e como posso sentir-me melhor." Outros afirmavam: "Eu não consigo ficar no meu corpo o tempo suficiente para investigar onde a emoção vive em mim. Para muitos a investigação desencadeia julgamento: "Eu sei que eu deveria estar a investigar essa vergonha, mas eu odeio isso ... e eu me odeio por tê-la".

Todas essas respostas reflectem a nossa resistência natural às sensações desconfortáveis e inseguras: os pensamentos são imensos na nossa cabeça, deixamos o nosso corpo, julgamos o que está a acontecer. Alguns dos meus alunos eram da opinião de que ao RAIN estava a faltar um ingrediente chave.
Para que o passo da investigação fosse curador e libertador precisamos de nos aproximar da nossa experiência com uma qualidade íntima de atenção. Precisamos de oferecer uma recepção gentil para o que surge. É por isso que eu uso a frase "Investigar com bondade". Sem essa energia do coração a investigação não pode penetrar; não há segurança e abertura suficientes para o contacto real.
Imagine que o seu filho chega em casa em lágrimas depois de ter sido vítima de bullying na escola. Com o objectivo de descobrir o que aconteceu ao seu filho e como ele está se sentindo você tem que oferecer um tipo de atenção, receptiva e gentil. Da mesma forma, Trazer essa mesma bondade para a sua vida interior permite que a investigação, e, finalmente, a cura sejam possíveis.

► Não-identificação; Descanse na sua Consciência Natural.


A presença lúcida e aberta evocada nos passos R, A e I do RAIN leva à N: à liberdade da não-identificação, e a realização do que eu chamo de Consciência Natural ou a Presença Natural. A não identificação significa que o seu sentimento de quem você é não está confundido ou definido por qualquer conjunto limitado de emoções, sensações ou narrativas. Quando a identificação com o pequeno ego é resolvida, começamos a intuir e a viver a partir da abertura e do amor que expressa a nossa Consciência Natural.

As três primeiras etapas do RAIN exigem alguma actividade intencional. Em contraste, o N de RAIN expressa o resultado: a realização libertadora da sua Consciência Natural. Não há nada a fazer nesta última parte do RAIN- a realização surge espontaneamente, por conta própria. Simplesmente descansamos na Consciência Natural.




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Como parar de se preocupar?

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...Quantas vezes estamos 'presos nas nossas cabeças', não atentos ao mundo e apenas ouvindo as histórias que contamos a nós mesmos, confiando no desfile interminável de pensamentos que perpassam pela mente...
Nunca lhe apeteceu 'desligar o cérebro'? Quantas vezes já esteve em situações em que predominou a preocupação sobre como parar de se preocupar? Todos nós lidamos com isso em muitos momentos em que a nossa vida se torna mais difícil.

Existe uma forma de superar estas situações simplesmente recorrendo a uma prática, desenvolvida há milhares de anos, que, nas duas últimas décadas, a ciência têm vindo a validar. Já terá, provavelmente, ouvido falar: Mindfulness.

Iniciamos afirmando algo que se aprende e experiencia no Programa de Redução de Stresse Basedo em Mindfulness: Pensamentos não são factos; nós não somos os nossos pensamentos!

Mas o que é Mindfulness? No seu livro, 'The Mindfulness Solution: Everyday Practices for Everyday Problems', Ronald Siegel, um professor de Psicologia na Harvard Medical School, dá uma boa resposta.

Via The Mindfulness Solution: Everyday Practices for Everyday Problems:

A definição operacional de mindfulness, que eu e os meus colaboradores consideramos mais útil, é estarmos conscientes da experiência presente com aceitação.

Pode dizer: Mas eu estou consciente. Eu estou presente. Eu aceito.
E eu diria: Não, você não está, por exemplo, quando está olhar para o seu iPhone.
Não está presente; Está preocupado com o futuro.
Não está em aceitação; levanta frequentemente o seu punho no tráfego, porque o mundo não coincide com a sua visão.

Quantas vezes estamos 'presos nas nossas cabeças', não atentos ao mundo e apenas ouvindo as histórias que contamos a nós mesmos, confiando no desfile interminável de pensamentos que perpassam pela mente, em vez de prestarmos atenção à vida ao nosso redor. Um dos princípios fundamentais de mindfulness é alertar para que todos nós levamos os nossos pensamentos muito a sério. Achamos que os nossos pensamentos sempre significam alguma coisa. Na verdade, nós pensamos que somos os nossos pensamentos. E essa é uma das razões porque nos preocupamos tanto e experienciamos tantas emoções negativas - Porque nós levamos os nossos os pensamentos sobre o mundo mais seriamente do que o próprio mundo.


Via The Mindfulness Solution: Everyday Practices for Everyday Problems:

A prática de mindfulness traz todos os tipos de insights sobre o funcionamento da mente. Talvez o mais difícil de entender seja a noção de que os pensamentos não são realidade. Estamos tão acostumados a fornecer uma trilha narrativa para as nossas vidas e a acreditar na nossa história que ver as coisas de forma diferente é um verdadeiro desafio.

Então, o que posso fazer?


Note. Não julgue.

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Às vezes não consegue racionalmente enfrentar esses pensamentos preocupantes. Então mindfulness simplesmente diz: deixe-os ir.


Via The Mindfulness Solution: Everyday Practices for Everyday Problems:

A prática de mindfulness ajuda-nos a evitar a armadilha dos pensamentos contraproducentes, aprendendo a deixá-los ir.

Não é possível 'desligar' o seu cérebro. E mesmo que medite durante anos nunca poderá inteiramente livrar-se dos pensamentos perturbadores. Mas pode aprender a ver esses pensamentos incómodos, a reconhecê-los e não se emaranhar, nem acreditar neles.


Via The Mindfulness Solution: Everyday Practices for Everyday Problems:

Lembre-se que esta prática não é sobre como esvaziar a mente, livrar-se de emoções difíceis, escapando aos problemas da vida, estar livre da dor, ou experimentar interminável felicidade. A prática de mindfulness abraça a nossa experiência como é - e muitas vezes pode ser desagradável no momento ... Geralmente tentamos sentir-nos melhor diminuindo a intensidade das experiências dolorosas; na prática de mindfulness trabalhamos para aumentar a nossa capacidade de as suportar.

E a investigação científica mostra que isto realmente funciona. As pessoas sentem-se melhor e ficam, por exemplo, mais engajadas com o seu trabalho após 8 semanas de prática da atenção plena.

Sim, Sim: Mais fácil dizer do que fazer.

Ignorar os meus pensamentos? Deixá-los apenas fluir? Parece óptimo, mas como se faz isso? Especialmente quando têm uma carga emocional forte.

A chave é a atenção. Sim, aquela coisa que nenhum de nós parece ter. Mas há uma maneira de recuperá-la.

Não se distraia. Mergulhe.

***
Mesmo reconhecendo o valor da meditação, pode ser difícil e leva tempo. Existe outra forma? Sim.
Da próxima vez que estiver a ruminar pensamentos negativos, lembre-se que seus pensamentos não são reais. A vida é real. Então, volte a sua atenção para os seus sentidos. Para o mundo à sua volta. (Não, não é para o seu smartphone.)

Como é o cheiro que da chávena de café/chá? Será que notou nas pessoas à sua volta?
Não se distraia. Mergulhe no mundo ao seu redor.


Via The Mindfulness Solution: Everyday Practices for Everyday Problems:

A abordagem de mindfulness ensina práticas às pessoas com uma ênfase especial em não tomar quaisquer pensamentos muito a sério, mas o importante é estar enraízado na realidade sensorial, no aqui e no agora ... Em vez de fantasiar sobre o próximo momento de entretenimento, pode voltar a sua atenção para o que está a ver e a ouvir, comprar um café/chá, e caminhar na rua. Em vez de ficar frustrado porque o comboio está atrasado, pode estudar (discretamente) os outros passageiros, observar a arquitectura da estação, e estar atento às sensações no seu corpo enquanto se senta e espera. Há sempre algo interessante para fazer - apenas preste atenção ao que está a ocorrer no momento.


Talvez esteja a pensar: As preocupações continuam a voltar, uma e outra vez. Sentir o aroma do café não os faz desaparecer.
Sem stresse. Existem métodos para este problema.

Observar e Rotular

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Em vez de se esquivar, lutar ou procurar distracções (o que geralmente agrava a situação), poderá reconhecer os pensamentos, 'Notando-os'.

Não está a evitar os seus pensamentos, mas sim a reconhecê-los... e então volte a sua atenção de volta para os seus sentidos, para, por exemplo, a sua respiração. Para as sensações de contacto com a cadeira. Para a pessoa ao seu lado.

Para aqueles pensamentos que ficam a rodar como um 'disco partido', tente 'rotulá-los'. Siegel sugere dar ao pensamento um nome curioso que o torne trivial: Oh, a música 'isto não vai resultar' está novamente a tocar na minha cabeça.


Via The Mindfulness Solution: Everyday Practices for Everyday Problems:

Quando os pensamentos emergem é conveniente rotulá-los, em silêncio, antes de os soltar. Não vai precisar de muitas categorias. Poderá escolher rótulos: tais como 'planeamento', 'duvidar', 'julgar', 'fantasiar' ou 'obsessão' ou 'crítica'. As etiquetas individuais não são cruciais; o que importa é usá-las para evitar ser capturado por histórias ou novelas repetitivas. Uma vez que rotulado um pensamento traga suavemente de volta a sua atenção para a respiração.


Parece patetice, absurdo, new age? Bem, sabe as preocupações que o deixam ansioso triste? Vários estudos têm demonstrado que as terapias baseadas em mindfulness são tão eficazes como os antidepressivos. Na verdade, muitos dos que praticaram regularmente posteriormente foram capazes de abandonar a medicação.


Resumindo

Veja como pode parar de se preocupar e começar a estar consciente:

► Você não é os seus pensamentos. Às vezes eles são simplesmente poderosos. Só porque considera isso, não os torna verdadeiros.
► Observe, mas não julgue. Reconheça os sues pensamentos, mas deixe-os fluir. Não lutar com eles.
► Não se distraia, mergulhe. Não verifique o seu e-mail para o tempo centésima vez. Envolva-se com o mundo ao seu redor. Preste atenção à informação que vem dos seus sentidos.
► Note ou rotule os pensamentos intrusivos. Sim, os pensamentos oferecem resistência. Reconheça-os. Dê-lhe um nome engraçado.
► Retorne para os seus sentidos. Realmente preste atenção ao mundo ao seu redor.
E quando eu digo que prestar mais atenção ao mundo ao seu redor, isso não significa apenas coisas. Significa também pessoas. O que acaba com a maior parte dos relacionamentos? "Tu não me dás atenção suficiente." - reconhece?
Quando nós nos 'esforçamos' para deixar a identificação com os pensamentos e abraçamos o mundo em torno de nós, podemos concentrar mais a atenção sobre aqueles que amamos.

Como especialista de mindfulness, Jon Kabat-Zinn destaca, num certo número de idiomas asiáticos "mente" e "coração" são a mesma palavra. Então, mindfulness não é um processo frio ou clínico, podendo mesmo ser traduzido como "heartfulness" ou, porque não, "mindheartfulness"

Deixe os pensamentos fluir e volte a sua atenção para as pessoas que ama.



Adaptado do artigo How to Stop Worrying

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10 equívocos comuns sobre o Budismo

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Se entrar num templo budista é provável que veja um comportamento que parece potenciar a idolatria (a adoração de ídolos). Devotos exibem reverência...
Se o tema do budismo é relativamente novo para si, então a sua mente estará talvez como uma ardósia limpa, sem ideias pré-existentes sobre os seus ensinamentos. Mas muito provavelmente supomos que tem pelo menos alguns preconceitos sobre os budistas, o Buda, ou as práticas budistas. São construções que foi possivelmente fazendo a partir de um comentário no noticiário noturno, de uma foto no jornal, do facebook ou de uma observação que ouviu enquanto assistia a um documentário sobre a Ásia. Embora as intenções dos média sejam geralmente boas,  estão, muitas vezes, distorcidas e repletas de ideias sobre o budismo, podendo não corresponder à sua essência.

Tem sido notado que certos equívocos aparecem repetidamente em comentários e perguntas dos alunos. Eu consigo lembrar-me das ideias que eu tinha quando me iniciei no estudo do Budismo. Por exemplo, depois de ler um ou dois livros que enfatizavam a importância de eliminar a avidez/desejo se quiser alcançar o estado de Buda.

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Seguidamente, apresentamos dez equívocos comuns sobre o budismo e que emergem regularmente naqueles que  são iniciantes (e às vezes até mesmo experientes) estudantes do budismo. Talvez encontre alguns que partilhe.

1. O budismo é apenas para os Asiáticos


De facto, o budismo é originário da Índia, tendo posteriormente se espalhado, primeiro, ao vizinho Sri Lanka e depois a outros países Asiáticos. Todas as formas tradicionais do budismo (como Tibetano, Vietnamita, e o Budismo Japonês) são nativas da Ásia. A maioria das pessoas têm imagens mentais dos monges e monjas budistas como sendo decididamente asiáticas. Levando essa linha de raciocínio um pouco mais longe, algumas pessoas presumem que qualquer coisa relacionada com o budismo é apenas adequado para a "mentalidade oriental" (o que quer que isso signifique) e impróprio para os ocidentais.

No entanto, o budismo não pertence a nenhum continente, nação ou grupo étnico. Enquanto existir sofrimento sob a tirania das emoções negativas, hábitos destrutivos e pensamentos distorcidos, os ensinamentos budistas sobre mindfulness, sabedoria e compaixão podem oferecer métodos eficazes para alcançar a felicidade duradoura e paz de espírito.

Na verdade, milhões de homens e mulheres na Europa e as Américas têm adoptado o budismo como o seu caminho espiritual e começaram a adaptar os seus rituais e formas em função das suas necessidades. E uma grande parte dos mestres budistas no Ocidente actuais nasceram e cresceram no Ocidente. É claro que, nos Estados Unidos da América, muitos Americanos Asiáticos ainda praticam o budismo - mas agora muitos americanos de outras 'raças' e grupos étnicos o fazem também. Rapidamente o budismo está a tornar-se universal.


2. Para os budistas, o Buda é Deus


Porque as grandes religiões ocidentais são centradas num Deus, muitas pessoas, compreensivelmente, acham que os budistas consideram o Buda como o criador do mundo e o Ser Supremo que julga as nossas acções, distribuindo recompensas e punições, desempenhando um papel importante na determinação do nosso destino, e geralmente, tendo uma participação activa no modo como as nossas vidas se desenrolam.

Mas nenhum desses conceitos se aplica ao budismo. O Buda histórico foi um ser humano como todos os outros. Através do treino espiritual ele foi capaz de penetrar nas camadas mais profundas do apego, da cólera, da ignorância e do medo da sua própria mente e coração, e percebeu a origem do sofrimento, tendo também descoberto o caminho que conduz à cessação do sofrimento. Ele sentiu-se, então, movido a conduzir os outros a saírem do seu sofrimento auto-criado e passou muitos anos a partilhar os seus insights, ideias e métodos.

No entanto, existe, definitivamente, um aspecto devocional nas práticas budistas. As imagens de Buda são adoradas com ofertas, e algumas tradições do budismo reverenciam certos Budas e Bodhisattvas. Embora estes budistas não adorem estes Budas e Bodhisattvas exactamente da mesma maneira que os judeus e cristãos adoram Deus. Eles tratam estas figuras com uma grande devoção, mas além disso, eles acreditam que estes seres transcendentes podem, ocasionalmente, intervir na vida dos humanos, especialmente ajudando a capacitar transformação espiritual.


3. Os budistas são adoradores de ídolos


Se entrar num templo budista é provável que veja um comportamento que parece potenciar a idolatria (a adoração de ídolos). Devotos exibem reverência, com as suas palmas das mãos juntas na frente de um altar, decorado com flores, incenso e outras ofertas, caracterizando uma estátua do Buda (às vezes acompanhada de outras figuras estranhas). De repente, então, essas pessoas curvam-se, em alguns casos, estendendo os seus corpos no chão na direcção do altar. Embora esta cena - chamada de oferecer prostrações - pareça uma adoração a ídolos, uma imagem bem diferente emerge. Quando se curva ou conscientemente se exerce as prostrações (não como um ritual vazio), está a demonstrar humilhação do seu pseudo ego e honrar o 'Buda'.


4. Porque os budistas acham que a vida é sofrimento, discutem muito o tema da morte


Este equívoco é particularmente um dos mais populares e mais persistentes sobre o budismo. Qual é a fundamentação para a sua existência? Afinal de contas, a primeira das Quatro Nobres Verdades, no coração dos ensinamentos do Buda, é conhecida como a verdade do sofrimento.

Este mal-entendido pode ser dissipado se, em grande medida, entendermos que o Buda, como um médico, não só diagnostica o sofrimento, como também ensina a cessação do sofrimento, bem como o caminho que leva a esta cessação. A compreensão da verdade do sofrimento meramente informa e motiva a seguir o caminho que conduz ao fim do sofrimento - a alegria indizível e a paz que nasce quando se alcança o despertar. Resumindo, os budistas não estão morbidamente fixados no sofrimento. Pelo contrário, os budistas estão preocupados, principalmente, com uma felicidade duradoura e no alcançar da liberdade que não depende das circunstâncias imprevisíveis da vida. Se precisa de prova, basta olhar para o rosto sorridente do Dalai Lama,  actualmente o budista mais proeminente no Ocidente.


5. Os budistas pensam que tudo é uma ilusão


Os ensinamentos budistas têm como objectivo eliminar todas as perspectivas falsas, enganosas e enviesadas acerca da realidade, porque essas visões constituem uma importante fonte de sofrimento.

Para expressar este ponto, certos textos budistas Mahayana, por exemplo, comparam o mundo das aparências (onde vive a maioria das pessoas) com um insubstancial sonho, miragem ou ilusão. Infelizmente, algumas pessoas interpretam erradamente esta metáfora para significar que nada existe realmente, que as coisas são apenas uma invenção da nossa imaginação, e não importa o que realmente faça porque nada faz sentido.

Mas o Budismo considera esta interpretação excessivamente negativa e um dos maiores obstáculos ao desenvolvimento espiritual. As pessoas que caem sob a crença desta perspectiva estão em perigo de se comportar de forma imprudente e ignorando as leis de causa e efeito ("afinal, tudo é apenas uma ilusão"), criando apenas mais sofrimento para si e para os outros.

As coisas não são ilusões, as coisas são como ilusões. Elas parecem existir de uma determinada forma, mas, de facto, existem de uma outra forma. Por exemplo, numa ilusão de óptica uma linha pode parecer maior do que outra linha, mas na realidade ser mais curta. Da mesma forma, a realidade pode parecer ser uma colecção de objectos materiais sólidos e separados. Na verdade, porém, são um fluxo em constante mutação, em que tudo está inter-relacionado e nada está  separado ou é independente, como parece ser. A nível relativo, no quotidiano, as coisas existem. Caso contrário, como poderíamos ter escrito este artigo, e como poderia estar a lê-lo?

Este engano estará presente até que remova os véus dos distorções que obscurecem a sua sabedoria, e até lá não pode perceber a realidade directamente, da forma como ela é realmente.


6. Os budistas não acreditam em nada


Este equívoco está intimamente relacionado com o que se referiu no item "os budistas pensam que tudo é uma ilusão".
Para entender os aspectos profundos das quatro nobres verdades, a principal doutrina do budismo, é fundamental compreender o que é conhecido como as 'duas verdades'. 'As 'duas verdades' referem-se à perspectiva filosófica budista fundamental que considera que existem dois níveis de realidade. Um é o nível empírico, fenomenal e relativo àquilo que nos parece ser, onde funções como causas e condições, nomes e rótulos, e assim por diante podem ser validamente compreendidos. O outro é um profundo nível de existência, para além do primeiro, o qual os filósofos budistas descrevem como o fundamental, ou final, a natureza da realidade, e que muitas vezes é tecnicamente referido como "vazio". A realidade absoluta não manifesta - Shunyata, Paramatman, Tao, Natureza de Buda, etc. - é a base suprema de toda a realidade. O seu alcance é experimentado como Nirvana ou libertação ou auto-realização. O oposto deste estado é o mundo dos fenómenos, Maya, a verdade relativa, Ilusão, Samsara, "a roda do renascimento", sujeito à ignorância (avidya) da sua verdadeira natureza, o desejo, a infelicidade, e assim por diante.

Os budistas acreditam na vacuidade - ou, mais precisamente, procuram experimentar a vacuidade - mas isso não significa que eles não acreditem em nada. Adoptar uma rejeição tão extrema de tudo é uma grande armadilha no caminho espiritual.

Ao investigar a natureza última da realidade, os pensadores budistas tomaram as palavras do Buda, não tanto como uma autoridade suprema, mas sim como pistas para ajudar o seu próprio insight, pois a autoridade última deve sempre residir na própria razão do indivíduo e da sua análise crítica. É por isso que encontramos várias concepções de realidade na literatura budista. Cada uma é baseada num nível diferente de entendimento da natureza última.


7. Somente os budistas podem praticar o budismo


Algumas pessoas que se deparam com o Budismo através de um livro ou de um professor descobrem que os seus ensinamentos ajudam a dar sentido à sua vida. Mas elas refream-se de os praticar, porque pensam que têm que se tornar budistas - e elas realmente não querem ir tão longe. Talvez essas pessoas já pertencem a uma outra tradição religiosa e não se sentem confortáveis ​​com a ideia de abandoná-la. Ou talvez elas ainda não queiram identificar-se com qualquer movimento particular ou "ismo". Se é uma dessas pessoas, ouça os ensinamentos budistas e seguia-os, se quiser, mas permaneça fiel à sua própria tradição. Afinal, cada religião tem as suas próprias qualidades ​​e valores notáveis.

Se considera que certos ensinamentos budistas são particularmente interessantes, simplesmente, coloque-os em prática, tanto quanto puder. O facto é que muitos cristãos e judeus nos dias de hoje, incluindo ministros bem conhecidos, rabinos e sacerdotes, praticam formas de meditação budistas, porque eles acham que as técnicas e os ensinamentos apoiam e aprofundam a sua compreensão e apreciação da sua própria tradição. Vários católicos praticantes foram reconhecidos como mestres zen! Se feita 'correctamente', a meditação budista pode torná-lo ainda melhor seguidor de sua própria religião - ou um ateu melhor, se é isso que deseja.


8. Os budistas estão apenas interessados ​​em contemplar os seus umbigos


Sem dúvida que, o budismo coloca uma grande ênfase na introspecção silenciosa. Direccionar a sua atenção para dentro e domar a sua mente selvagem e fragmentada, sugerem os ensinamentos. Muitas pessoas, até mesmo os budistas experientes, interpretam que isso significa que eles têm de virar as costas para o mundo exterior e se concentrar exclusivamente na sua prática. Mas esta imagem é apenas parte da realidade.

Em certas tradições do Budismo Mahayana, o Bodhisattva compassivo é considerado como o modelo final. O problema é que não se pode esperar ajudar os outros de uma forma eficaz se ainda se está preso nas suas próprias emoções negativas e padrões habituais, tais como a ignorância, ganância, inveja, raiva e medo. Então, se quer ajudar os outros ou apenas ajudar-se a si mesmo, precisa de iniciar com o mesmo procedimento: dirigir-se para o seu interior através da meditação e outras práticas e trabalhar com a sua própria mente e coração. Eventualmente, se a sua motivação altruísta é forte, naturalmente, irá partilhar a sabedoria e compaixão que foi cultivando com as pessoas ao seu redor.

Nas últimas décadas, alguns budistas criaram movimentos de acção social. Estes são conhecidos pelo termo geral de 'Budismo Engajado (socialmente)'. Se quiser exemplos de mestres budistas proeminentes comprometidos com a acção social, não precisa de procurar muito. Dois bons exemplos - Thich Nhat Hanh, que foi indicado para o Prémio Nobel da Paz em 1968 pelo seu activismo em prol da paz durante a Guerra do Vietname, e o Dalai Lama, que foi premiado com o prémio em 1989 pelo seu trabalho incansável em nome do povo tibetano.


9. Os budistas nunca ficam com raiva


A prática da meditação pode ser entendida a partir de vários pontos de vista diferentes. De acordo com alguns professores na tradição Zen, por exemplo, a ideia de que medita para conseguir alguma coisa limita a sua prática e leva-o para longe do momento presente. De acordo com o ponto de vista que as tradições Theravada e Vajrayana partilham, no entanto, as pessoas envolvem-se na meditação por uma variedade de razões, uma das mais importantes é a de superar obstáculos internos, como o ódio e a raiva. Os budistas, por isso, tem a reputação de ser calmos, mesmo moderados, e imperturbáveis quando confrontados com a adversidade. Muitas pessoas, mesmo alguns budistas, consideram s monges e as freiras como sendo especialmente incapazes de ter raiva.

Mas tenha em mente que simplesmente tornar-se um budista, ou colocar as vestes de um monge ou freira não significa que de repente quebra todos os hábitos destrutivos de uma vida (ou, como diriam os budistas, de incontáveis ​​vidas). O desenvolvimento espiritual leva tempo, e se espera mudanças dramáticas simplesmente porque adoptou uma nova religião ou decidiu usar roupas diferentes é uma visão irrealista.

Se é sincero nas suas práticas budistas pode começar a observar algumas mudanças num período relativamente curto de tempo - digamos, seis meses ou um ano. Pode ainda ficar com raiva, mas talvez não fica com raiva tão frequentemente ou tão violentamente ou por tanto tempo. Se notar esses sinais positivos de mudança, pode alegrar-se com eles. Eventualmente, existe a possibilidade de descobrir que as situações que costumavam causar-lhe perturbação agora apenas aumentam a sua compreensão, amor e tolerância. Isso é quando sabe que está realmente a fazer progressos.


Finalmente, é preciso mencionar que se finge estar calmo e tranquilo, enquanto está a 'ferver por dentro com raiva' não é definitivamente uma prática budista recomendada. Nem é, claro, uma prática recomendável descarregar a sua raiva nos outros. O primeiro passo é reconhecer que está com raiva; o próximo passo é trabalhar com a sua raiva, usando uma das várias práticas budistas que podem ajudar a suavizá-la e, finalmente, a neutralizá-la. Se necessário, pode expressar a sua raiva de uma forma clara e responsável. Mas se apenas a pretender abafá-la é como tentar parar uma panela de água a ferver pressionando firmemente na sua tampa: mais cedo ou mais tarde o panela vai explodir!



10. "É apenas o meu Carma; Não há nada que possa fazer com ele"


O termo carma surge muitas vezes nas conversa casuais do dia-a-dia, e diferentes pessoas têm diferentes ideias sobre o que significa. Para algumas pessoas, karma parece ser imprevisível - algum tipo de sorte. Para outros, o termo significa destino, e a sua atitude perante a vida, portanto, tende a ser bastante fatalista: "É o meu carma de me enervar facilmente", eles podem dizer. "Esta é apenas a forma como eu sou; O que posso fazer?"

O budismo vê o carma (que significa literalmente 'acção') simultaneamente como mais previsível e mais dinâmico do que as perspectivas da palavra que se acabou de descrever. O relevante a reter é que cada um de nós se engaja continuamente em acções agora e que conduzirão a resultados cármicos no futuro, e cada um nós experimenta continuamente os resultados cármicos agora de acções que criou no passado. Por outras palavras, o seu carma não é um destino fixo, imutável que deve aceitar passivamente, como se fosse único e imutável, que o universo reservou para si. Em vez disso, a sua situação cármica muda constantemente, dependendo de como agir, falar e pensar no momento presente. Ao alterar o seu comportamento e transformar a sua mente e o seu coração através da prática budista, pode definitivamente transformar a qualidade da sua vida (e a vida das pessoas mais próximas).

Adaptado do livro 'Buddhism For Dummies' de Jonathan Landaw e Stephan Bodian
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Algumas das Melhores Apps Gratuitas para a Prática de Meditação





apps mindfulness
A meditação é, geralmente, uma das primeiras coisas que omite da sua agenda super-lotada, quando o seu dia corre de forma louca e sente que não tem tempo para uma das suas actividades mais importantes. Pensa que irá descansar, relaxar e recarregar as baterias mentais e espirituais mais tarde, certo? O problema é que a agenda tende a estar sobrecarregada... sempre. Na verdade, muitas das pessoas com quem contacto referem que não têm tempo para meditar!

Uma forma pragmática de conseguir dedicar alguns minutos diariamente à prática da meditação pode passar por transformar um 'inimigo' num aliado. Com cada vez mais pessoas a terem acesso aos smartphones e com uma oferta de aplicações também em crescimento, é muito simples e acessível transformar este meio de comunicação num instrumento que nos ajuda a entrar e a manter a experiência meditativa.

Ficam algumas aplicações gratuitas que podem ser muito úteis em criar e manter práticas consistentes.


Stop, Breath & Think


A app Stop, Breathe & Think é considerada como uma das melhores apps de meditação no iTunes, agora também existe uma versão para  android. Criada por 'Tools for Peace', é grátis e a interface é divertida e fácil de usar. Poderá facilitar enormemente a entrada na prática de meditação e a manter essa 'chama acesa'. Com este aplicativo pode desenvolver e aplicar a bondade e a compaixão na sua vida diária através de um processo chamado de 'Stop, Breathe & Think'. Vem com meditações guiadas, como por exemplo na compaixão, na mudança, na bondade e são breves e fáceis de realizar (5 minutos).

O interface é simples, jovem e apelativo, podendo aceder às funcionalidades sem qualquer login. Existem 4 grandes 'menus': 'how are you?'; 'learn how to meditate'; 'list of meditations' e 'my progress'. Estas 4 categorias apresentam-se ainda subdividas em parcelas, destacando-se a Lista de Meditações Guiadas, onde pode escolher a duração e o 'O Meu Progresso', com estatísticas relativas à sua prática.

Aconselho experimentarem
Página oficial
Obter para iOS e para Android e na Web.

Calm



Esta app, simples de usar, apresenta os 7 passos para a 'Calma'. Existem 7 sessões guiadas com a duração dos 2m aos 20m, podendo escolher entre uma série de cenas de fundo e sons (praias, montanhas e sons da natureza). A voz nas sessões guiadas é marcante (alguns apreciam, outros nem tanto), mas a música por Kip Mazuy - um grande nome no mundo da música para meditação - é superior a outras ofertas.


Talvez este aplicativo seja melhor passar alguns momentos de puro prazer sem fazer absolutamente nada ou dissipar a tensão de um dia pleno de stresse do que para aprender meditação.

Página oficial
Obter para iOS e para Android


Centered


A app 'Centered' oferece um programa único para a gestão do stresse, incentivando os utilizadores a adicionar sessões de meditação mindfulness na sua rotina diária. Os utilizadores podem acompanhar o progresso no sentido de quão 'centrados' estão ao chegar mais perto de alcançar as suas metas e podem ver como a adição de sessões de meditação afecta o o seu humor no dia. Ao longo do tempo, à medida que vai cumprindo as suas metas, os círculos da sua actividades e meditação mindfulness vão reunir-se num só, representando o seu Ser 'centrado'.


Esta aplicação inclui muito do que precisa para desenvolver a sua actividade mindfulness, incluindo lembretes diários, temporizadores de meditação e guias de áudio com várias durações. Pode também sincronizar esta app com a Apple Health para ajudá-lo a manter a monitorização da sua mente, corpo e espírito.

Obter para iOS.


Mindfulness Training App



Criado pela Sounds True, uma grande editora de livros e de áudio de meditação, e outros meios de comunicação, este aplicativo oferece breves ensinamentos de instrutores mindfulness que mais se têm destacado, incluindo Jon Kabat-Zinn, o pioneiro do Programa de Redução de Stresse Baseado em Mindfulness (MBSR), Jack Kornfield, Tara Brach entre outros. Se está a iniciar a meditação este aplicativo é uma grande oportunidade para obter uma compreensão mais íntima. Os praticantes mais experientes podem sentir-se atraídos para as conversas extras disponíveis relativas à ciência da atenção plena.


Obter para iOS.






Zenify




Zenify é um novo aplicativo móvel que ajuda os utilizadores a desaprenderem e a reciclarem o que aprenderam, vivendo com mais auto-consciência e atenção em tudo o que fazem. Funciona através de curtos 'exercícios' meditativos e outros exercícios de treino mental ao longo do dia. Estas actividades destinam-se a "religar" os circuitos neuronais e reequipar os seus instintos para viver mais consciente no momento presente.

Zenify é um aplicativo muito útil e variado que ajuda a desenvolver a atenção plena e a lidar com o stresse, ser assertivo, melhorar as competências de comunicação, ser mais compassivo e consciente e criar um equilíbrio interior mais positivo. O aplicativo envia-lhe atribuições simples para ajudá-lo a praticar diversas competências e a incorporar mindfulness na sua rotina diária.

Obter para iOS e para Android.


Headspace

Headspace é um aplicativo de mindfulness e de meditação, com grande quantidade de opções de personalização. Tem 10 sessões de meditação guiadas gratuitas, com 10m de duração, e terá de pagar mais, se desejar, seja mensal ou anual - $7.99/mês. O aplicativo é muito bem concebido, e muito fácil de entender. Cada sessão é narrada por Andy Puddicombe, que é a pessoa responsável pelo projecto Headspace e que também é um ex-monge budista. As primeiras 10 sessões são todas de 10 minutos de duração, que é muito atraente - todos podem fazer um esforço por 10 minutos todos os dias, certo?

Aqui está uma pequena animação (também narrado por Andy) que explica o conceito básico da meditação e também lhe dá uma impressão do aplicativo.



Obter para iOS e para Android.


Mindfully Me



Mindfully Me é a combinação de uma aplicação móvel e um website que promove mindfulness, auto-consciência, autenticidade e outras práticas de vida hábeis. O aplicativo Mindfully Me tem três funções:
1) um temporizador geral meditação;
2) meditações guiadas e;
3) lembretes mindfulness. Os lembretes podem ser definidos para notificá-lo em intervalos regulares durante todo o dia. Eles são compostos por várias mensagens breves que direccionam a sua atenção para a sua experiência no momento presente. Esta função irá melhorar a sua prática mindfulness diariamente.

Obter para iOS.


Mindfulness Meditation (Mental Workout)



Este aplicativo, com tonalidade azul-verde calmante, tem características que o tornam ideal para qualquer nível de prática, e é também um grande recurso para as empresas e organizações que querem promover o bem-estar entre os seus colaboradores. Este aplicativo foi criado por Stephan Bodian, psicoterapeuta e de longa data budista Zen que escreveu os livros: Meditation for Dummies; Buddhism for Dummies, Wake Up Now, e Beyond Mindfulness. Uma abordagem simples, totalmente secular aumenta a sua abrangência, tornando-se acessível para qualquer grupo que queira trazer um pouco mais bem-estar para a vida pessoal ou, em termos corporativo, dos colaboradores da organização, a muito pouco custo. A versão gratuita, chamada Workout Mental, oferece uma versão mais curta -'lite'.
Versão 'lite': gratuita.
Versão completa: $12,99/ano.

Obter para Android, iPhone e Mac



Insight Timer


A app Insight Timer é um dos temporizadores de meditação mais populares. Pode definir a quantidade de tempo que quiser praticar, em seguida, definir os toques opcionais (por exemplo, taça tibetana) de início e do final, bem como toques no intervalo de tempo que escolher. Insight Timer tem também um aspecto social que lhe permite ver quem está a meditar, ao mesmo tempo, e manter notas e estatísticas sobre sua meditação, se desejar.

O aplicativo também contém uma série de meditações áudio guiadas (necessita de ligação à internet), por exemplo, de Tara Brach, Jack Kornfield, Eckhart Tolle, entre muito outros, ajudando os iniciantes na sua prática e aumentado a probabilidade de se sentarem no seu zafu com maior regularidade. Esteticamente não é o aplicativo mais atraente deste comparativo, mas vale a pena experimentar. Algumas das funcionalidades só estão disponíveis com uma actualização no valor de $3, mas a versão gratuita oferece, essencialmente, o que precisa.


Página oficial
Obter para Android, iPhone


ZenFriend

O aplicativo ZenFriend pode ser usado no seu iPod touch, iPad e iPhone e funciona como um rastreador da sua prática meditativa, temporizador, registro, envia lembretes e muito mais. Não só tem estas várias funcionalidades - muitas delas costumizáveis, como também a sua interface de reflecte a ideia de um estilo de vida Zen. Tudo nesta app é simples, calmante e apelativo, por isso não é de admirar que os utilizadores apreciem o que oferece.


Faça ZenFriend o seu amigo
O aplicativo é destinado a se sentir como o seu amigo - o seu ZenFriend para ser exato. Pode acompanhar as suas sessões registando quantas vezes  medita e possui um timer para ajudá-lo. Pode ir mais longe e até mesmo fazer a anotação dos seus pensamentos depois de uma sessão e partilhar a sua sessão no Facebook e Twitter. O aplicativo é totalmente customizável e pode ser usado por qualquer pessoa, graças à sua simplicidade. Pode escolher qual dos sons que deseja usar para começar e terminar a sua sessão de meditação, há três sons para seleccionar.

Tem a possibilidade de escolher meditações guiadas (necessita de ligação à internet) dentro das categorias disponíveis, como por exemplo, Mindfulness, Loving-Kindness, Vipassana, Healing, Sleep & Relaxation, Tibetan, etc.

Outra funcionalidade que pode apreciar é a possibilidade de criar e visualizar a Comunidade que utiliza esta app, contribuindo para o espírito da Sangha. Permite não só visualizar os utilizadores espalhados pelo mundo, como também os seus amigos, bem como as estatísticas totais desta app nas últimas 24 horas.

ZenFriend foi recentemente actualizado com uma série de novos recursos, incluindo sons mais interessantes, correcções de bugs, e uma variedade de melhorias, sendo também criada uma versão android. O aplicativo é gratuito, no entanto, há uma série de compras no aplicativo que variam de preço de $4,99 a $29,99.

Página oficial
Obter para Android, e para iPhone


Resumindo, partindo de um denominador comum - aumentar a atenção plena no momento presente - existem apps para todos os gostos, por isso sugiro que experimentem algumas e fiquem com aquela(s) que mais se identificam. Apesar de serem apps gratuitas, na grande maioria, é necessário pagar para se ter acesso aos conteúdos globais. Não esquecer que embora possam ser úteis, são perfeitamente dispensáveis...

P.f., comentem e acrescentem outros aplicativos que considerem interessantes, bem como a vossa experiência.


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21 razões cientificamente validadas para a prática da Meditação


Pensa que a meditação é uma atividade solitária? Pode ser (a menos que medite num grupo), mas esta prática realmente aumenta o seu sentido de conexão com os outros. A grande maioria dos 'ocidentais' não praticam meditação. No entanto, nos últimos anos, a meditação tem ganho largos milhares de praticantes, ajudando-os a tornarem-se melhores pessoas e a resolver/aliviar muitos problemas da sua vida.
Qualquer condição que seja causada ou agravada pelo stresse pode ser aliviada através da meditação. Tem sido aceite como uma terapia útil para a ansiedade e a depressão há mais de uma década. Está a ser utilizada nas escolas, equipas desportivas profissionais e unidades militares para melhorar o desempenho, e é uma forma de ajudar as pessoas que sofrem de dor crónica, dependências, entre outros problemas de saúde. Existe ainda alguma evidência de que a atenção plena pode ajudar com os sintomas de certas condições físicas, tais como a síndrome do intestino irritável, cancro e VIH.
Nos últimos 20 anos, centenas de estudos científicos foram realizados. Aqui ficam 21 razões, cientificamente validadas, para que criar motivação e começar hoje a sua prática.


Reforça a sua saúde

1 - Aumenta a função imunológica - ver em psychosomaticmedicine e sciencedirect
2 - Diminui a dor - ver em pmc
3 - Diminui a inflamação a nível celular - ver em sciencedirectsciencedirect e sciencedirect
4- Melhora a saúde do seu coração - ver em Heart Health Association


Aumenta a sua felicidade

5 - Aumenta as emoções positivas - ver em psychosomaticmedicine e apa
6 - Diminui a depressão - ver em springer, thelancet e CAMH
7 - Diminui a ansiedade - ver em liebertpub e psychiatryonline e sciencedirect
8 - Diminui o stress - ver em apa e psychosomaticmedicine


Reforça a sua Vida Social

Pensa que a meditação é uma atividade solitária? Pode ser (a menos que medite num grupo), mas esta prática realmente aumenta o seu sentido de conexão com os outros:

9 - Aumenta a conexão social e inteligência emocional - ver em apa e apa
10 - Permite elevar os níveis da sua compaixão - ver em psycologicalsciencestanfordsagepub e daviddesteno
11 - Diminui o sentimento de solidão - ver em sciencedirect


Aumenta o seu Auto-Controlo

12 - Melhora a sua capacidade de regular as suas emoções - ver em stanford
13 - Melhora a sua capacidade de introspecção - ver em berkeley

Altera o seu Cérebro (para melhor)

14 - Aumenta a massa cinzenta - ver em sciencedirect
15 - Aumentos de volume em áreas relacionadas com a Regulação Emocional, Emoções Positivas e Auto-Controlo - ver em sciencedirect e psychosomaticmedicine
16 - Aumenta a espessura cortical em áreas relacionadas com a atenção - ver em ncbi


Aumenta a sua Produtividade (sim, não fazendo nada)

17 - Aumenta o seu foco e a sua atenção - ver em springeracmplosbiology e sciencedirect
18 - Melhora a sua capacidade de multitarefa - ver em acm
19 - Melhora a sua memória - consultar em sciencedirect
20 - Melhora a sua capacidade de ser criativo e pensar "fora da caixa" - ver a investigação de J. Schooler (ucalifornia-sb)

21. Torna-o mais Sábio
Não no sentido intelectual, mas permite-lhe ter perspetiva: Ao observar a sua mente, percebe que não tem que ser escravo dela. Percebe que faz birras, fica mal-humorado, ciumento, feliz e triste, mas que não tem que se identificar com esses estados mentais. A meditação é simplesmente um processo de higiene mental: limpar o lixo, ajustar os seus talentos, e entrar em contato consigo mesmo. Pense nisso, toma banho todos os dias para limpar o seu corpo, faz, provavelmente, algum tipo de atividade física, mas já o que faz com a sua mente? Para além de a sobrecarregar com milhares de estímulos diariamente?

Como consequência da prática meditativa vai sentir-se mais calmo, sereno, com a forte possibilidade de ver as coisas com maior perspetiva. "A qualidade da nossa vida depende da qualidade da nossa mente", escreve Sri Sri Ravi Shankar.

Não podemos controlar o que acontece do lado de fora, mas temos uma "palavra a dizer" sobre a qualidade da nossa mente. Não importa o que está acontecer, se a sua mente está ok, tudo pode estar melhor. Agora!

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Um Coração Grato é Um Coração Mais Saudável

emocoes mindfulness
Reconhecer e agradecer os aspectos positivos da vida pode resultar na melhoria mental, física e, finalmente, na saúde dos pacientes com insuficiência cardíaca assintomática, de acordo com a investigação publicada pela American Psychological Association.

Descobrimos que maior gratidão nestes pacientes foi associado com melhor humor, melhor sono, menos fadiga e níveis mais baixos de marcadores inflamatórios relacionados com a saúde cardíaca, disse o principal autor Paul J. Mills, PhD, professor de medicina familiar e de saúde pública da Universidade da Califórnia, San Diego, num comunicado apresentado pela Newswise.



A gratidão é parte de uma perspectiva mais ampla sobre a vida e que envolve perceber e apreciar os aspectos positivos da vida. Ela pode ser atribuída a uma fonte externa (por exemplo, um animal de estimação), ou a uma entidade não-humana (por exemplo, Deus). Também é habitualmente um aspecto da espiritualidade, referiu Mills. Porque a investigação anterior mostrou que pessoas que se consideravam mais espirituais tiveram maior bem-estar geral, incluindo saúde física, Mills e seus colaboradores examinaram o papel de espiritualidade e da gratidão em marcadores de saúde potenciais em pacientes.

Estrutura do Estudo
O estudo envolveu 186 homens e mulheres que tinham sido diagnosticados com insuficiência cardíaca, assintomática (Fase B), há pelo menos três meses. A fase B é composta por pacientes que desenvolveram doença cardíaca estrutural (por exemplo, ter tido um ataque cardíaco que danificou o coração), mas não mostram sintomas de insuficiência cardíaca (por exemplo, falta de ar ou cansaço). Este estágio é uma importante janela terapêutica para travar a progressão da doença e melhorar a qualidade de vida, já que os pacientes na fase B estão em alto risco de progressão para insuficiência cardíaca sintomática (Fase C), onde o risco de morte é cinco vezes maior, de acordo com Mills.

Usando testes psicológicos padronizados, os investigadores obtiveram pontuações para gratidão e bem-estar espiritual. Eles então compararam essas pontuações com resultados dos pacientes na gravidade dos sintomas depressivos, qualidade do sono, fadiga, auto-eficácia (crença na capacidade de um para lidar com uma situação) e marcadores inflamatórios. Eles encontraram que resultados mais elevados na gratidão foram associados com melhor humor, sono de melhor qualidade, mais auto-eficácia e menos inflamação. A inflamação, muitas vezes pode agravar a insuficiência cardíaca.

Resultados
O que surpreendeu os investigadores, porém, foi que a gratidão, total ou parcialmente, foi responsável pelos efeitos benéficos do bem-estar espiritual.
Descobrimos que o bem-estar espiritual foi associada com melhor humor e sono, mas dentro da espiritualidade, a gratidão foi o aspecto com mais impacto nesses efeitos positivos, e não a espiritualidade em si, disse Mills.

Para testar ainda mais as suas conclusões, os investigadores pediram a alguns dos pacientes que escrevessem três coisas pelas quais eram gratos a maioria dos dias da semana, durante oito semanas. Ambos os grupos continuaram a receber atendimento clínico regular durante esse tempo.

Descobrimos que os pacientes que mantiveram diários de gratidão nessas oito semanas demonstraram reduções nos níveis sanguíneos de vários biomarcadores inflamatórios importantes, bem como um aumento na variabilidade da frequência cardíaca, enquanto escreviam. A variabilidade da frequência cardíaca melhorada associada a menor risco cardíaco, disse Mills.
Parece que um coração mais grato é de facto um coração mais saudável, e que expressar a gratidão é uma maneira fácil para apoiar a saúde cardíaca.
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Referência Bliográfica:
Paul J. Mills, Laura Redwine, Kathleen Wilson, Meredith A. Pung, Kelly Chinh, Barry H. Greenberg, Ottar Lunde, Alan Maisel, Ajit Raisinghani, Alex Wood, Deepak Chopra. The role of gratitude in spiritual well-being in asymptomatic heart failure patients. Spirituality in Clinical Practice (2015).
DOI: 10.1037/scp0000050.