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Meditação Mindfulness Guiada #3



A meditação serena a mente, e, ao serená-la, liberta a inteligência e a criatividade, a clareza e a visibilidade da realidade. Uma oportunidade límpida para sair da ilusão.
Diferente de significar não pensar, a meditação treina a capacidade de prestar atenção aos pensamentos, de estar alerta e presente aos pensamentos e emoções e não nos envolvendo com eles.

Como introdução à meditação pode experimentar, por si só, ouvindo esta prática guiada por Paulo Borges.


Paulo Borges

Paulo Borges é praticante desde 1983 e responsável por cursos, workshops e retiros de meditação desde 1999. Professor na Universidade de Lisboa, membro da presidência da União Budista Portuguesa e presidente do Círculo do Entre-Ser, associação filosófica e ética. Escritor e ensaísta.

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Porquê é tão difícil prestar Atenção? A Curiosidade pode ser a chave para a Concentração

budismo mindfulness
Como Dorothy Parker escreveu: "A cura para o tédio é a curiosidade. Não há cura para a curiosidade"
Há uma nova medicação em ensaios clínicos que provavelmente vai revolucionar a nossa capacidade de prestar atenção. Interessado(a) em aprender mais? Sim, todos nós estamos. O paradoxo aqui é que agora, por causa deste interesse, está a prestar atenção. Nós, naturalmente, prestamos atenção quando estamos interessados.

E se juntássemos a ciência subjacente a como os nossos cérebros aprendem melhor pudéssemos despertar o nosso interesse natural para nos treinarmos a prestar atenção? Ainda tenho a sua atenção?

Há mais de 100 anos atrás, Edward Thorndyke descreveu um processo neuronal agora conhecido como aprendizagem baseada na recompensa. Muitos de nós aprendemos na escola através do reforço positivo e negativo. Nada novo. Então, porque deveria preocupar-se? Acontece que as suas raízes são muito mais profundas do que isso. Na verdade, este processo pode ser rastreado até à literatura psicológica budista que é a base para a atual "revolução mindfulness", veiculada pelos media.

Pode estar a pensar, sim, eu tentei meditar, e não funcionou, ou que era muito difícil. Para ser honesto, quando eu participei no meu primeiro retiro de meditação encontrei exatamente a mesma coisa. Tinha-me licenciado recentemente em Princeton e estava bem na faculdade de medicina. Sabia como concentrar-me e fazer as 'coisas'. No entanto, apenas um ou dois dias antes do retiro de silêncio de uma semana, dei por mim a chorar incontrolavelmente no ombro do organizador do retiro, porque eu realmente não o poderia realizar. No conseguia estar concentrado por mais do que alguns minutos seguidos.

Dez anos mais tarde, quando estava a estudar a ciência por trás de mindfulness, deparei-me com os escritos psicológicos antigos que me mostraram que estava a fazê-lo de forma errada, e, ironicamente, como o nosso processo natural de aprendizagem baseado na recompensa poderia ser aproveitado para aprender a prestar atenção de uma maneira que não nos deixa drenado e derrotado dentro de 10 minutos. [1]

Aqui está como funciona.
Há duas formas de prestarmos atenção:
1. forçar a concentração;
2. ficarmos interessados.

A primeira forma foi o que eu fiz quando estava a começar a aprender mindfulness. A instrução era para colocar a atenção na respiração, e quando a minha mente vagueava, trazê-la de volta. Parecia simples, mas a minha mente não estava definitivamente interessada. Foi a coisa mais aborrecida do mundo. Então, apenas resistia e forçava, porque isso é tudo o que conhecia. O que, naturalmente, me deixou exausto e frustrado dentro de um par de minutos. Claramente, não é uma boa solução.

E a segunda opção? A de estar interessado? Quão difícil é isso? Se se lembrar da primeira frase deste post pode ver por si mesmo como estamos naturalmente envolvidos, sem esforço, quando estamos interessados ​​em algo. Aqui está um exemplo: quando começar a ler um bom livro, o que acontece? Presta atenção. Se for realmente bom, vai encontrar-se completamente envolvido, lendo-o até perder a noção do tempo. Pode estar tão absorvido que pode lê-lo nos transportes públicos, imperturbável pelo ruído ou comoção em torno de si. Tenho certeza que já viu isso acontecer muitas vezes. Todos nós temos essa capacidade.

Aqui é onde a aprendizagem baseada na recompensa entra.

Existem três componentes básicos:
1. 'Gatilho' ou Fator Despoletador;
2. Comportamento e;
3. Recompensa.

Do ponto de vista evolutivo, isto representa como nós sobrevivemos ao longo do tempo. Vemos uma fruta ou uma baga que parecem saborosos, levamos à boca, e se for comestível, somos recompensados ​​(ou seja, o gosto é bom). Aprendemos a comer mais do mesmo. Se trincarmos e é amargo, a tentação será cuspir imediatamente. Esta recompensa negativa ensina-nos a não comer estes frutos. E para cimentar essas memórias nas nossas mentes, cada vez que aprendemos algo, os nossos cérebros libertam um pouco de dopamina num caminho de recompensa neuronal (o mesmo neurotransmissor que é afetado por medicamentos como Ritalina, usado na Perturbação de Hiperatividade e Défice de Atenção,  bem como outros estimulantes, como a cocaína). Pense nisto como um pouco de cola que solidifica a associação entre a baga e "sim, esta é comestível" ou "não comer isso novamente". Este sistema ainda nos ajuda a lembrar onde as bagas estão para que possamos voltar para apanhar mais.

Onde entra a curiosidade? 
Quando algo desencadeia a nossa curiosidade naturalmente ficamos interessados e também nos traz uma sensação de bem-estar. Assim, a atenção curiosa tem uma recompensa natural. Compare isso com a obrigatoriedade em concentrar-se em algo. Assim, se conseguir praticar tocando na sua capacidade natural de prestar atenção de uma forma curiosa, pode dar um bom uso à sua aprendizagem baseada na recompensa. Isto é o que a prática de mindfulness é: ​​largar as nossas noções preconcebidas ou juízos de como algo "sempre" é, e estar curioso sobre o que realmente está acontecer agora.

Do ponto de vista mecanicista, o que resta para ser descoberto é a distinção entre as vias de recompensa baseados na dopamina e aquelas que envolvem mindfulness. Experimentalmente estas são bastante distintas. Há uma qualidade agitada na experiência que vem associada com a dopamina. Vejo isso nos meus pacientes viciados em cocaína ou outros estimulantes. Com curiosidade não há esta agitação ansiosa, não precisamos de saltar páginas de um livro apenas porque não podemos esperar para ver como a história termina. É um estado aberto, descontraído, mas alegre. Não corremos para chegar seja onde for. (ver vídeo no TEDx). [2-6]

Na verdade, quando temos participantes nas nossas investigações, recorrendo a scanners cerebrais e estão apenas curiosos, um dos centros de "Mim" do cérebro (córtex cingulado posterior) 'fica muito tranquilo' (ver figura). De salientar que esta via não parece envolver caminhos da dopamina tradicionais.

Legenda da figura: Exemplos de atividade cerebral no córtex cingulado posterior em a) um praticante iniciante que foi instruído a prestar atenção à respiração, b) um praticante experiente, que foi orientado a prestar atenção à respiração, e c) um praticante experiente, que foi instruído a prestar atenção à respiração e, em particular, a qualquer sentimento relacionado com interesse, admiração e alegria. Adaptado de Brewer Davis e Goldstein de 2012..

Do ponto de vista clínico, embora os resultados sejam preliminares, o treino da mente parece ser útil até mesmo para as pessoas com PHDA (para uma sinopse, ver este post do New York Times por Daniel Goleman). [7-9] O próximo passo será descobrir como isso acontece no cérebro.

Mas, entretanto, simplesmente ser capaz de diferenciar entre emoção e curiosidade pode ser realmente útil. Excitação está dependente das circunstâncias externas (ou seja, precisamos estar, por exemplo, numa montanha russa), vem e vai em rajadas curtas, e deixa-nos inquietos, a querer mais. A curiosidade é uma capacidade natural, inerente que se constrói sobre si mesma e encerra uma gratificação natural.

Assim, da próxima vez que estiver em situações onde procura concentrar-se em terminar esse projeto 'traquinas', ou mesmo quando se esforça para manter o foco numa história que um(a) amigo(a) está a contar-lhe, veja se pode entrar nos seus próprios processos de aprendizagem naturais à base da recompensa: note o 'gatilho', fique curioso (comportamento), e recompense-se (note a alegria da curiosidade, etc.).

Como Dorothy Parker escreveu: A cura para o tédio é a curiosidade. Não há cura para a curiosidade.


Referências:
1. Brewer, J.A., J.H. Davis, and J. Goldstein, Why Is It So Hard to Pay Attention, or Is It? Mindfulness, the Factors of Awakening and Reward-Based Learning. Mindfulness, 2013. 4(1): p. 75-80.
2. Brewer, J.A. and K.A. Garrison, The posterior cingulate cortex as a plausible mechanistic target of meditation: findings from neuroimaging. Annals of the New York Academy of Sciences, 2014. 1307(1): p. 19-27.
3. Brewer, J.A., K.A. Garrison, and S. Whitfield-Gabrieli, What about the "Self" is Processed in the Posterior Cingulate Cortex? Frontiers in Human Neuroscience, 2013. 7.
4. Brewer, J.A., et al., Meditation experience is associated with differences in default mode network activity and connectivity. Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America, 2011. 108(50): p. 20254-9.
5. Garrison, K., et al., Effortless awareness: using real time neurofeedback to investigate correlates of posterior cingulate cortex activity in meditatorsí self-report. Frontiers in Human Neuroscience, 2013. 7.
6. Garrison, K.A., et al., Real-time fMRI links subjective experience with brain activity during focused attention. Neuroimage, 2013. 81C: p. 110-118.
7. Zylowska, L., et al., Mindfulness meditation training in adults and adolescents with ADHD: a feasibility study. J Atten Disord, 2008. 11(6): p. 737-46.
8. van der Oord, S., S. Bögels, and D. Peijnenburg, The Effectiveness of Mindfulness Training for Children with ADHD and Mindful Parenting for their Parents. Journal of Child and Family Studies, 2012. 21(1): p. 139-147.
9. van de Weijer-Bergsma, E., et al., The Effectiveness of Mindfulness Training on Behavioral Problems and Attentional Functioning in Adolescents with ADHD. Journal of Child and Family Studies, 2012. 21(5): p. 775-787.


Por favor, partilhe os seus pensamentos, emoções e histórias em baixo. As suas interações proporcionam uma sabedoria de vida para que todos possam beneficiar.




adaptado por Vítor Bertocchini de: http://news.stanford.edu/news/2015/june/hiking-mental-health-063015.html
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Melhorar a Saúde Mental Pode Ser Tão Fácil Como Caminhar na Natureza

budismo mindfulness
Mais da metade da população mundial vive em áreas urbanas, e esta tendência irá continuar, estimando-se que em 2050 será cerca de 70%. Assim como a urbanização e a desconexão da natureza têm crescido dramaticamente, também os transtornos mentais como a depressão.

Sente-se "em baixo"? Dê uma caminhada na natureza.

Um novo estudo encontrou evidências quantificáveis ​indicando que caminhadas na natureza poderão levar a um menor risco de depressão. Especificamente, o estudo, publicado no Proceedings of the National Academy of Science, descobriu que as pessoas que caminharam por 90 minutos numa área natural, em oposição aos participantes que andaram num ambiente urbano de alto tráfego, apresentaram atividade diminuída numa região cérebro do associada com um fator-chave na depressão.

Stanford Woods Institute for the Environment


Ao longo da última década existe uma discussão acesa sobre as causas do aumento dramático em diagnósticos psiquiátricos de transtornos mentais. Como observam os autores;
existem muitos benefícios na urbanização, no entanto, estima-se que em 2050 cerca de 70% mundial viverá em ambientes urbanos e as implicações do estudo são importantes para compreender como tratar a epidemia da doença mental. Na verdade, os moradores da cidade têm um risco 20% maior de transtornos de ansiedade e um risco de 40% maior de transtornos de humor em comparação com pessoas em áreas rurais. As pessoas nascidas e criadas em cidades são duas vezes mais propensas a desenvolver esquizofrenia.

O estudo revela um caminho que preconiza a experiência da natureza, melhorando o bem-estar mental e sugerindo que áreas naturais acessíveis dentro de contextos urbanos podem ser um recurso crítico para a saúde mental no nosso mundo em crescente e rápida urbanização.

Está a exposição à natureza associada à saúde mental? Se assim for, os investigadores perguntam quais são impactos da natureza sobre as emoções e o humor? A exposição à natureza pode ajudar a 'amortecer' contra a depressão?


Oportunidade de contato com a natureza e muito mais:
MINDFULNESS-BASED STRESS REDUCTION (MBSR)


adaptado por Vítor Bertocchini de: http://news.stanford.edu/news/2015/june/hiking-mental-health-063015.html
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Uma proposta Mindful: consegue suportar 5 minutos de solidão?

Passar o tempo em solidão é realmente algo muito saudável de se fazer e que nos permite criar uma oportunidade de equilibrarmos as nossas ocupações. Não é apenas um ato consciente, mas um ato de auto-compaixão também....

Por Elisha Goldstein, Ph.D.

Num artigo anterior a jornalista Andrea Chalupa fez uma proposta Mindful a todos para elaborar um plano onde estaríamos 24 horas em solidão. Ela faz referência ao seu pai, Leo Chalupa, referindo que “Um dia nacional de solidão absoluta irá criar um impacto mais positivo nos cérebros dos Americanos do que qualquer outro programa de um dia.” Isto pode parecer assustador para alguns e intrigante para outros, mas não tenha medo, isso não vai acontecer.

Mas o que pode acontecer?

Thomas Merton disse, “A solidão não é algo que possa algo deva esperar no futuro. Pelo contrário, é um aprofundamento do presente, e a menos que olhe para ela no presente nunca vai encontrá-la.”

Estamos numa época em que aparentemente não há solidão e se sentirmos rapidamente temos ao nosso alcance uma série de gadgets para ter certeza que ela desaparece rapidamente. O ritmo em que vivemos as nossas vidas e a quantidade de coisas que tentamos prestar atenção ao mesmo tempo são as principais receitas para o stress, ansiedade, depressão e comportamentos de dependência.

Passar o tempo em solidão é realmente algo muito saudável de se fazer e que nos permite criar uma oportunidade de equilibrarmos as nossas ocupações. Não é apenas um ato consciente, mas um ato de auto-compaixão também.

Para além disso, quanto mais equilibrado você se está, melhor estará com os outros, então talvez seja de considerar que é algo que pode tornar o mundo um pouco melhor. Que tal levar esta proposta para o seu coração, mas de forma gradual?
Que tal começar com cinco minutos de solidão por dia? Talvez em algum momento possamos até mesmo escalá-la para duas sessões de cinco minutos por dia?

E porquê considerar essa possibilidade?

Em 2006 realizei um estudo nacional em que concluí que ter esse período (de solidão) apenas uma vez por dia tinha efeitos significativos sobre o bem-estar e o stress. Escrevi os passos para cultivar esses momentos num post anterior.

Realisticamente, 24 horas de solidão soa esmagador para a maior parte de nós... e quando algo soa esmagador não o fazemos. Por exemplo, se nós os dois nos sentássemos na base do Monte Everest e eu dissesse: "Ok, vamos subi-lo," a maioria das pessoas nem iria mesmo começar.

No entanto, se estabelecêssemos 5 minutos de caminhada e soubesse que esses 5 minutos de caminhada seriam bons para o seu stress e bem-estar, poderia ter um pouco mais de motivação para fazê-lo.

Existem muitos guias curtos de práticas curtos e gratuitos na Web.
Fica o meu desafio ou proposta mindful: pode suportar 5 minutos por dia de solidão ou talvez um curta prática guiada?

Apenas alguns minutos… Experimente e diga-nos o que notou.

Como sempre, por favor, partilhe em baixo os seus pensamentos, experiências e perguntas abaixo. A sua interação fornece uma sabedoria de vida em benefício de todos nós.



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Tem Stress? Como Cultivar momentos sagrados pode ajudar

sagrado mindfulness
[Experimentei momentos sagrados] através deste processo. Nunca notei qualquer momentos Espirituais antes desta experiência. [As palavras] Sagrado e dignos de reverência não estava no âmbito da minha abrangência intelectual das coisas. Ser capaz de orar era algo que eu não estava disposta a [fazer]. O que eu gosto [da prática do momento sagrado] é que me permitiu explorar a Espiritualidade de...
Leitura em 2 minutos

Therese Borchard, autora do popular blog "Beyond Blue" e do livro "Beyond Blue: Surviving Depression & Anxiety and Making the Most of Bad Genes" (janeiro de 2010), indicou 7 formas de evitar o 'burnout'. Nesse blog, ela resumiu um livro, de um de seus autores favoritos, Robert Wicks, que estabelece um caminho para integrar a espiritualidade na vida diária, num esforço para prevenir o stress e viver a vida que queremos. Definitivamente vale a pena ler e se tem qualquer aversão à palavra "Deus" ou "espiritualidade", basta substituir o termo por "superior" e ver como isso funciona.

Em 2005, iniciei um estudo nacional com o objetivo de ver se as pessoas podiam, de fato, cultivar o que chamei de "momentos sagrados" e ver o efeito que tinha sobre o seu stress e bem-estar. Eis que, na prática de 5 minutos por dia durante 5 dias por semana, durante 3 semanas, vimos um efeito positivo significativo na redução do stress e aumento do bem-estar. O que foi mais fascinante para mim foi que, para muitas pessoas, permitiu-lhes tocar num sentido de espiritualidade que nunca tinham sido capazes de o fazer antes.

Uma citação de uma participante:

[Experimentei momentos sagrados] através deste processo. Nunca notei qualquer momentos Espirituais antes desta experiência. [As palavras] Sagrado e dignos de reverência não estava no âmbito da minha abrangência intelectual das coisas. Ser capaz de orar era algo que eu não estava disposta a [fazer]. O que eu gosto [da prática do momento sagrado] é que me permitiu explorar a Espiritualidade de uma forma não ameaçadora e para mim isso era especial e único.


Se tiver interesse aqui ficam as mesmas instruções que foram dadas aos participantes do estudo:

Escolha um objeto - Este objeto deve representar algo especial, precioso, ou sagrado para si. Quase tudo pode ser santificado e considerado uma coisa sagrada. De acordo com Émile Durkheim (1915), conhecido como um dos criadores da sociologia moderna, "por coisas sagradas não se deve entender simplesmente aqueles seres pessoais que são chamados deuses ou espíritos; uma pedra, uma árvore, um pedaço de madeira, uma casa, simplesmente qualquer coisa pode ser sagrado"(p. 52).

Mindful check-in - Comece cada prática tomando alguns momentos para estar consciente da respiração e então lentamente traga a atenção para o corpo físico, pensamentos e sentimentos, audição, visão, paladar e olfato. Basta estar ciente de tudo o que notar.

O objeto sagrado - Após o mindful check-in, desloque suavemente a atenção para o objeto sagrado e esteja aberto para o que é sagrado no momento. Não existe tempo máximo especificado para este exercício. As Instruções aos participantes permitiu-lhes ir mais longe do que os 5 minutos sugeridos e pediu-lhes simplesmente que fizessem um registo do tempo.
Cultivar esta prática é uma experiência muito pessoal e, ao mesmo tempo, os momentos sagrados são partilhados por milhões em todo o mundo.

Como sempre, não tome minha palavra como uma verdade; entre nesta prática com uma mente de principiante, deixando os seus julgamentos adormecerem, e apenas observar tudo o que surge em si e para si no momento.

Por favor, partilhe os seus pensamentos, emoções e histórias em baixo. As suas interações proporcionam uma sabedoria de vida para que todos possam beneficiar.



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Tem uma mente vagueante? Preste atenção!

budismo mindfulness
É útil cultivar alguns fatores neuronais da atenção para superar estes desafios. Com efeito, cultivar uma melhor relação com o seu cérebro poderá ajudá-lo a obter um melhor controlo sobre este "holofote/aspirador"...

Tem uma mente vagueante?

A prática:
Preste atenção.

Porquê?

Momento a momento, os fluxos de pensamentos e sentimentos, sensações e desejos, e processos conscientes e inconscientes esculpem o seu sistema nervoso tal como a água esculpe, gradualmente, as rochas da costa marítima. O seu cérebro está continuamente a mudar a sua estrutura. A pergunta relevante é: Será que é para melhor ou para pior?

Onde coloca a sua atenção tem um poder especial para mudar o seu cérebro. Em particular, devido ao que se denomina de "neuroplasticidade dependente da experiência". A atenção é como uma combinação de um holofote e um aspirador: ela ilumina o que foca e depois suga para o cérebro - e para o Self.

Por isso, controlar a sua atenção - tornando-se mais capaz de colocá-la onde deseja e mantê-la aí, e ser mais capaz de dirigi-la para longe do que é incómodo ou inútil (tal como o looping sucessivo de preocupações ansiosas, ruminação mental ou auto-crítica) - é a fundação para mudar o seu cérebro e, assim, a sua vida, para melhor. Como o grande psicólogo William James escreveu há mais de um século atrás: "A educação da atenção seria a educação por excelência."

Mas, para obter um melhor controlo da atenção - para se tornar mais consciente e mais capaz de se concentrar - precisa de superar alguns desafios. Para sobreviver, os nossos antepassados ​​evoluíram no sentido de estarem mais atentos ao perigo, examinando continuamente o seu interior e o seu ambiente em busca de oportunidades e sobretudo ameaças. As experiências perturbadoras - especialmente as mais traumáticas - treinam o cérebro para estar mais vigilante, com uma atenção fragmentada. Por outro lado, a cultura moderna acostuma-nos a um intenso fluxo de entrada de estímulos, tornando difícil estar num registo de menor intensidade - como estar com as sensações de simplesmente respirar. Nesta situação poderá não sentir-se recompensado, aborrecido e frustrado.

Fatores neuronais da atenção

Para superar estes desafios é útil cultivar alguns fatores neuronais da atenção. Com efeito, cultivar uma melhor relação com o seu cérebro poderá ajudá-lo a obter um melhor controlo sobre este "holofote/aspirador".


Como?

Pode usar um ou mais dos sete fatores abaixo apresentados no início de qualquer focalização deliberada da atenção. Os fatores estão listados numa ordem que faz sentido para mim, mas pode alterar a sequência. (Há mais informações sobre a atenção, mindfulness, concentração e absorção contemplativa no livro "Buddha’s Brain").


Aqui vamos nós.

#1 Defina a sua intenção que irá sustentar a sua atenção para estar em presença plena. Pode fazer isso dando uma instrução suave para estar atento e/ou por permitir abertura às sensações no seu corpo.

#2 Relaxe. Por exemplo, tome várias exalações com duração duas vezes superiores às inalações. Isso estimula o sistema nervoso calmante e equilibrador, o parassimpático, e diminui a atividade do sistema nervoso simpático, de luta ou fuga, de resposta ao stress.

#3 Sem esforço. Poderá pensar em coisas que o ajudam a se sentir cuidado - que é importante para alguém, que está num relacionamento ou num grupo, que é visto e apreciado, ou mesmo valorizado e amado. Está tudo bem se o relacionamento não é perfeito, ou que traga à mente as pessoas do passado, ou animais de estimação, ou seres espirituais. Também pode ter uma noção da sua própria boa vontade para com os outros, a sua própria compaixão, bondade e amor. Aquecendo o coração desta forma ajuda a se sentir protegido, trazendo uma experiência gratificante para o momento - o que apoia os fatores #4 e #5 abaixo.

#4 Pense em coisas que o ajudam a sentir-se mais seguro, e, portanto, mais capaz de pousar a atenção nas suas atividades, em vez de estar numa exploração hipervigilante/ruminativa. Note que, provavelmente, está num ambiente relativamente seguro, com recursos para lidar com o que a vida traz dentro de si. Deixe de lado qualquer ansiedade irracional, qualquer constrangimento desnecessário.

#5 Gentilmente encoraje alguns sentimentos positivos, mesmo que leves ou sutis. Por exemplo, pense em algo que o faça sentir contente ou grato; para mim será incluir os meus filhos, o parque Nacional Yosemite e apenas estar vivo. Abra-se da melhor forma que possa para um sentido subjacente de bem-estar, que pode, contudo, ter algumas lutas ou dor. A sensação de prazer ou de recompensa induzida pelas emoções positivas aumentam o neurotransmissor dopamina, que fecha uma espécie de portão nos substratos neuronais da memória de trabalho (ou memória de curto prazo), mantendo, assim, fora quaisquer "bárbaros", ou qualquer distração invasiva.

#6 Tenha uma noção do corpo como um todo, as suas muitas sensações que emergem juntas a cada momento no espaço sem limites da consciência. Este sentido das coisas como uma gestalt unificada, percebida dentro de uma perspectiva ampla e panorâmica, ativa redes nas zonas laterais do cérebro (especialmente o direito - para pessoas destras) que suportam a atenção plena sustentada. Simultaneamente, desativa redes ao longo da linha mediana do cérebro, que usamos quando estamos perdidos em pensamentos.

#7 Em 10-20-30 segundos seguidos fique com o que quer que as experiências positivas que está a ter ou lições que está a aprender. Uma vez que "neurónios que disparam juntos, tendem a conectar-se", este saborear e este registo ajuda a fazer crescer os frutos dos seus esforços, modificando o seu cérebro e seu 'Self' para MELHOR.




por Rick Hanson (colaborador da SPM-BE e Mindfulness Institute)
adaptado por Vítor Bertocchini
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O Coração da Vida - Guia Prático de Meditação



meditação mindfulness
A via proposta neste livro visa oferecer a uma civilização e a uma sociedade confusas, divididas, conflituosas e sem rumo, confrontadas com um profundo mal-estar interior e graves riscos de colapso ecológico-social, uma orientação básica para que possamos ter vidas mais plenas, conscientes e fraternas, não só a respeito da humanidade, mas de todos os seres e da Terra.

No fundo, sinto a via que neste livro proponho, na linha de outras obras recentes [1], como um contributo para uma profunda mudança de paradigma cultural e civilizacional. Ao fazê-lo, assumo a continuidade do projecto de ecumenismo e universalismo espiritual de Agostinho da Silva [2], bem como a inspiração dos ensinamentos laicos, não religiosos nem budistas, de mestres budistas consagrados como Chogyam Trungpa, Thich Nhat Hanh e Sua Santidade o XIV Dalai Lama. Este livro insere-se ainda no projecto do Círculo do Entre-Ser, uma associação filosófica e ética da qual sou um dos fundadores e à qual neste momento presido, que visa precisamente promover uma espiritualidade e uma ética laicas e universalistas, transversais a todas as tradições e religiões da humanidade, com base na prática da meditação ou atenção plena [3].

Cabe enfatizar que essa espiritualidade e ética têm de radicar na prática e no cultivo regular da experiência meditativa, simultaneamente reflexiva e contemplativa, que conduz ao conhecimento aprofundado de si mesmo, não podendo reduzir-se a meras especulações intelectuais e abstractas ou ao conhecimento externo, livresco e erudito. Neste sentido, esta proposta é a de uma sabedoria ou filosofia práticas, mais conformes aliás com as origens da filosofia, como um modo de vida autêntica e integral e não como um mero modo de pensar divorciado da vida, como hoje em geral acontece. Espero que a leitora ou leitor possa sentir que tem nas mãos um livro para praticar e continuar com a sua vida, não para ler e arrumar na prateleira.


Se a informação contida não pode deixar de reflectir a minha formação espiritual, meditativa e ética como alguém que tenta seguir a via do Buda, a novidade deste livro – em relação a outros guias de meditação meramente técnicos ou conotados com uma tradição espiritual ou religiosa específica – reside precisamente em expor exercícios meditativos tradicionais enquadrados na proposta de um caminho espiritual, meditativo e ético, de acção integral, que seja transversal e possa ser seguido por todas as pessoas, independentemente das suas orientações e convicções religiosas, filosóficas ou outras.


O que aqui proponho é uma espiritualidade e uma ética laicas, alimentadas pela experiência meditativa, na sua dupla vertente reflexiva e contemplativa, que acredito poder ser compatível com todas as crenças ou com a sua ausência. O que entendo por espiritualidade não é outra coisa senão a expansão fraterna e activa da consciência, que não é pertença exclusiva de nenhuma tradição espiritual, religiosa ou filosófica específica, sendo todavia o que em todas e cada uma delas há de melhor e mais autêntico e por isso compatível com a rica diversidade das suas formas.

Creio que não é o sermos ou pensarmos que somos budistas, cristãos, islâmicos, hindus, judeus, Bahá’í ou outra coisa, incluindo ateus ou agnósticos, que faz de nós pessoas melhores, mais serenas, sábias e fraternas, mas sim o sermos pessoas melhores, mais serenas, sábias e fraternas, que pode tornar-nos budistas, cristãos, islâmicos, hindus, judeus, Bahá’í, ateus ou agnósticos mais autênticos, felizes e solidários. Isto caso tenhamos alguma dessas identidades, o que não é todavia necessário: basta sermos pessoas autênticas, felizes e solidárias. Estou convicto que a meditação é um caminho bastante seguro e eficaz para isso.


Pacificar a mente e despertar a consciência

Escrevo e publico este livro com a convicção profunda de que pacificar a mente e despertar a consciência, levando-a ao pleno desenvolvimento de todas as suas ilimitadas potencialidades cognitivas e afectivas, deve tornar-se o centro das nossas preocupações e investimentos pessoais, sociais e políticos. Com serenidade, sabedoria, amor e compaixão, encontraremos as soluções mais adequadas para todos os problemas sociais, políticos, económicos e ambientais. Sem serenidade, sabedoria, amor e compaixão, todas as pretensas soluções sociais, políticas, económicas e ambientais jamais deixarão de se converter em novos e maiores problemas, como em geral tem acontecido. A humanidade paga muito caro a recusa da espiritualidade, que, insisto, não é religião, mas a expansão fraterna e activa da consciência. É isto que temos de mudar, se queremos realmente mudar alguma coisa. É a isto que chamo política da consciência, que começa pelo que se pode chamar a micropolítica da mudança de cada uma das nossas mentes e pela educação de cada um de nós e dos mais jovens para sermos mais conscientes da interconexão e interdependência de todas as formas de vida e dos ecossistemas, numa ética da responsabilidade e da solidariedade universal.

A política da consciência é também a proposta de uma profunda mudança do paradigma dominante na política e, sendo transversal a todos os quadrantes ideológicos e partidários, transcende o espectáculo em geral triste e o horizonte estreito da política partidária e convencional, mediante uma visão de Bem Comum universal e integral que não desconsidera os seres não-humanos e os ecossistemas nem os factores internos, mentais e emocionais, da felicidade que todos procuramos, assumindo-os como parte das necessidades fundamentais de todo o ser humano. A política da consciência reúne contemplação e acção na acção integral, interna e externa, em prol de uma sociedade mais pacífica, solidária e desperta. Com efeito, como veremos, voltar a atenção para o interior e observar os movimentos da mente, deixá-los dissolver-se e repousar num estado calmo, claro e aberto, livre da fictícia separação entre eu e outro, pode revelar-se o fundamento indispensável de uma vida saudável e a acção interna que é a fonte de toda a acção externa justa e esclarecida, amorosa e compassiva. O estado do mundo e a tremenda violência contra a Terra e os seres, humanos e animais, são o espelho do contrário disto. Não há mudança de paradigma sem reunião da contemplação e da acção. Cremos ser este um dos desafios fundamentais do mundo contemporâneo, equidistante do extremo de uma contemplação sem acção externa e assim degradada numa experiência intelectual desprovida do calor e do dinamismo do amor e da compaixão, bem como do extremo oposto da obsessão do agir externo desprovido de visão e do mesmo dinamismo amoroso e compassivo e assim convertido numa agitação e activismo pouco esclarecidos e beligerantes que são parte de todos os problemas e de nenhuma solução"


Referências
[1] Cf. Paulo BORGES, É a Hora! A mensagem da Mensagem de Fernando Pessoa, Lisboa, Temas e Debates / Círculo de Leitores, 2013; Quem é o meu próximo? Ensaios e textos de intervenção por uma consciência e uma ética globais e um novo paradigma cultural e civilizacional, Lisboa, Mahatma, 2014.
[2] “Reservemos para nós a tarefa de compreender e unir; busquemos em cada homem e em cada povo e em cada crença não o que nela existe de adverso, para que se levantem as barreiras, mas o que existe de comum e de abordável, para que se lancem as estradas da paz; empreguemos toda a nossa energia em estabelecer um mútuo entendimento; ponhamos de lado todo o instinto de particularismo e de luta, alarguemos a todos a nossa simpatia.Reflictamos em que são diferentes os caminhos que toma cada um para seguir em busca da verdade, em que muitas vezes só um antagonismo de nomes esconde um acordo real”- Agostinho da SILVA, “Por um fim de batalha”, Considerações [1944], in Textos e Ensaios Filosóficos I, introdução e organização de Paulo Borges, Lisboa, Âncora Editora, 1999, p. 117.
[3] Podem consultar o nosso site em: http://www.circuloentreser.org/

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