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A Experiência Óptima ou Flow como Controlo da Consciência


A experiência óptima ou de flow ocorre quando emoções, pensamentos e objectivos estão de tal forma em harmonia que toda a energia física e psíquica se foca na tarefa (Csikszentmihalyi, 1997).

O estado de flow é frequentemente descrito como das melhores experiências de vida e está relacionada com diversas consequências positivas como elevada auto-estima, sentimentos de força interior, motivação, aumento da criatividade, realização, desempenho de excelência, elevada produtividade, diminuição do stresse e ansiedade e protecção contra estados patológicos (Csikszentmihalyi & Csikzsentmihalyi, 1988; Csikszentmihalyi, 1997; Carr, 2001; Csikszentmihalyi, 2002).

De acordo com Csikszentmihalyi (1993) existe uma tendência natural para as pessoas vivenciarem experiências óptimas. Isto ocorre porque, quando o indivíduo vive uma experiência óptima, quando se envolve em tarefas desafiantes que requerem a mobilização das suas capacidades, também experiencia prazer, euforia e sente que “está a criar a sua própria vida”.

Csikszentmihalyi (1991) sugeriu que o Yoga é um dos métodos mais antigos e sistemáticos de criação da experiência óptima. Um aspeto chave do flow é que, enquanto estamos sob o seu efeito, a quase totalidade das entradas disponíveis do cérebro são dedicadas a apenas uma actividade. É por isso que a percepção do tempo muda, o desconforto passa despercebido e pensamentos negativos soltos não entram na mente. O cérebro está demasiadamente ocupado na concentração da tarefa e não valoriza todas as outras coisas.

Encontra-se aqui uma ligação óbvia entre o flow e o conceito budista de Mindfulness, ou o tipo de atenção envolvido na Meditação e no Yoga. Na verdade, Csikszentmihalyi afirma que o Hatha Yoga em particular é um dos melhores modelos para descrever o que acontece quando a energia psíquica flui ao longo de um único canal de consciência. Como ele escreve:
As semelhanças entre Yoga e flow são extremamente fortes, fazendo sentido pensar no Yoga como uma actividade de flow muito bem planeada. Ambos tentam alcançar um envolvimento alegre e de auto-esquecimento através da concentração, o que é possível graças a uma disciplina corporal(Csikszentmihalyi, 1990).


Talvez agora seja mais fácil entender as razões que levam milhares de pessoas em todo o mundo a passar tantas horas contorcidas em posições corporais estranhas ou a meditar: elas encontram um estado de profunda experiência óptima e portanto um forte sentido de controlo interno e de harmonia. E, de facto, o objetivo final do Yoga é atingir um estado chamado Moksha, que na filosofia Hindu, é visto como a transcendência do fenómeno de existir, de qualquer sentido de consciência do tempo, espaço e causa, ou seja, a dissolução do ser individual ou ego, e na Meditação um estado de Nirvana, que na filosofia Budista se refere a um processo muito semelhante ao  descrito anteriormente.

Usando o modelo de flow para descrever práticas espirituais tais como Yoga e a Meditação pode ajudar a explicar a sua associação com a felicidade e a paz.





Boa Prática!







Quem é Csikszentmihalyi?

Referências Bibliográficas:

- Carr, A. (2001) Positive Psychology – the science of happiness and human strengths. NY: Brunner-Routledge.
- Csikszentmihalyi, Mihaly (1990). Flow: The Psychology of Optimal Experience. New York, NY: Harper and Row.
- Csikszentmihalyi, M. (1993) The Evolving Self – a psychology for the third Millenium. NY:Harper-Collins Publishers.
- Csikszentmihalyi, M. (1997) Finding Flow. NY: Basic Books.
- Csikszentmihalyi, M. (2002) Flow – The classic work on how to achieve happiness. London: Harper & Row.
- Csikszentmihalyi, M., & Csikszentmihalyi, I. (ed.).(1988) Optimal Experience – Psychological Studies of Flow
  in consciousness. UK: Cambridge University Press.

Por Vítor Bertocchini

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EcoMeditação



O que fazer?

Estamos em pleno século XXI e dirigimo-nos cada vez mais em direção a uma crise, identificada por Capra (1982) como análoga ao que sempre existiu, que apresenta pontos de semelhança entre coisas diferentes. É a crise do déficit, do desemprego, da água, da energia, da saúde e muitas outras. Há ainda outros comportamentos, que somados a isso, também se direcionam para possíveis crises que teremos que enfrentar, caso não voltemos nossa atenção para a resolução dos mesmos. há uma série de comportamentos cometidos pela acção humana que geram prejuízos incalculáveis à fauna, à flora e aos seres humanos, colocando em risco a vida de todos, inclusive a vida do planeta e que precisam ser modificados.

Será que esses comportamentos são frutos de um desprendimento dos valores humanos ou de uma neurose colectiva que habita a humanidade? Será que ainda nos comportamos apoiados na ideia de Francis Bacon que afirmava que a natureza deveria servir ao Homem, ou na insistência de René Descartes de que os animais não sentem dor alguma por não terem alma e por esse motivo podem ser abatidos sem dó, nem piedade?

Unir desenvolvimento humano à preservação ambiental é uma das perspectivas mais desejadas nos últimos tempos, mas para conquistarmos isso, devemos considerar não apenas os aspectos sócio-culturais, como também toda a sua estrutura emocional. Não podemos falar em saúde do planeta sem considerar a saúde mental dos seres humanos. Não podemos falar em crise ecológica, sem levar em conta a crise emocional. Devemos considerar o ser humano e a natureza como fazendo parte de um todo, onde um interfere no movimento energético do outro. Portando, devem ser estudados em conjunto em todos os seus aspectos bio-psico-sócio-espiritual. Por isso é que mais do que nunca, é importante unir diferentes saberes e fazeres, para que de forma interdisciplinar possamos reencaminhar diferentemente essa questão.

Pelos benefícios que directa e indirectamente aporta, para o indivíduo e para todos, praticar meditação é um passo relevante nesse sentido!



Referência Bibliográfica:

Capra, F. (1982). O ponto de mutação. São Paulo: Cultrix

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Como Mindfulness pode ajudar o nosso relacionamento

A meditação é uma forma extremamente eficaz de conhecermos os nossos pensamentos pela redução do ritmo dos pensamentos e prestando atenção. Ela ajuda-nos a familiarizar-nos com a nossa mente. Em última análise, permite-nos reconhecer as muitas “vozes interiores críticas” que, sem nós sabermos, governam as nossas vidas. Como ficamos a conhecer estas "vozes" podemos começar a agir, não permitindo que elas enviesem as nossas percepções de nós mesmos ou do nosso parceiro(a).

Quando nos permitimos conhecer a nós mesmos, tornamo-nos mais fortes nos nossos relacionamentos. Como especialista em meditação mindfulness (atenção plena), Jon Kabat-Zinn nota que mindfulness é prestar atenção no momento presente, deliberadamente e sem julgamento. Assim, podemos cultivar empatia, insight e valores éticos e morais dentro de nós mesmos e estender, num primeiro momento, essas atitudes de compaixão para aqueles que amamos.

À medida que nos tornamos mais conscientes, conseguimos uma maior sensação de paz interior, o que é benéfico para nós e para o mundo que nos rodeia, em especial para as pessoas mais próximas. Aliviamos os níveis insalubres de stresse e de tensão que carregamos nas nossas vidas diárias. Além disso, como nós exercitamos os músculos que colocam a nossa atenção onde queremos, ganhamos mais poder sobre os nossos pensamentos e mais ainda sobre as nossas acções.

Praticar mindfulness abre-nos realmente a possibilidade de irmos à procura do que queremos, não só no nosso relacionamento, mas também nos nossos objectivos pessoais. É uma prática contínua que pode ajudar-nos a tornarmo-nos pessoas que queremos ser, em cada dia pelo resto das nossas vidas.

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Dalai Lama sobre a recessão: o dinheiro não pode comprar amor

É a recessão que o(a) torna triste? Então vá abraçar um amigo(a), porque o seu dinheiro não se importa e não pode fazê-lo feliz. Dalai Lama afirmou que pelo menos a crise económica está a fazer um excelente trabalho, mostrando às pessoas os limites do dinheiro.

"Portanto, esta crise é boa porque lembra às pessoas que só querem ver o dinheiro crescer e crescer que existem limitações. Não é realista esperar crescimento, crescimento, crescimento, crescimento ", disse o líder espiritual na Universidade da Califórnia, Santa Barbara. O chefe do governo exilado do Tibete, colocou a culpa da crise financeira mundial nas "ganância, mentiras e hipocrisia".

A prescrição do Dalai Lama para a paz de espírito e felicidade inclui a conexão com amigos e familiares, equilibrar a procura da riqueza material com algo mais gratificante, uma dose saudável de MEDITAÇÃO, talvez?



Deixando-nos levar pelas palavras sábias do Dalai Lama, valerá o tempo despendido ao ver este excelente vídeo que procura elucidar como funciona o sistema capitalista de extracção, produção,distribuição, consumo e tratamento de lixo. Mostra de maneira muito clara como todo o Sistema se baseia na exploração desde os recursos naturais até as pessoas. Como coisas são criadas para ir para o lixo (intencionalmente, o mais rápido possível). A verdadeira função dos governos e corporações que os apoiam, é criar uma Sociedade de Consumo a um ritmo acelerado.

Temos todos um papel importante na alteração deste sistema agressivo e nocivo.


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Jacque Fresno - Paraíso ou esquecimento



Este documentário detalha as causas profundas dos distúrbios de valores e os sintomas negativos causados pelo sistema vigente. Este vídeo de apresentação defende um novo sistema sócio-económico, desenvolvido ao longo da vida de trabalho do engenheiro social, futurista, inventor e designer industrial Jacque Fresco, que ele chama de uma economia baseada em recursos. Uma economia baseada em recursos é um sistema onde todos os bens e serviços estão disponíveis sem o uso de dinheiro, crédito ou qualquer outro sistema de débito ou servidão. Todos os recursos tornam-se património comum de todos os habitantes e não de apenas de uns poucos seleccionados.

O filme salienta a necessidade de superar os métodos ultrapassados e ineficientes da política, do direito, dos negócios ou quaisquer outras noções "establishment" e usa os métodos da ciência, combinando a alta tecnologia, para suprir as necessidades de todas pessoas do mundo. Não é com base nas opiniões da elite política e financeira ou em democracias ilusórias, mas na manutenção de um equilíbrio dinâmico com o planeta que poderia, finalmente, fornecer abundância para todas as pessoas.

Paraíso ou Esquecimento, criado pelo Projecto Vénus, introduz o espectador a um sistema de valores mais adequado que seria necessário para activar e sustentar uma abordagem holística para beneficiar a civilização humana.

Imagine um mundo onde todos as coisas necessárias para o ser humano (casa, comida, roupa, comunicação, transporte, etc), estão disponíveis para todos, sem excepção, sem uma etiqueta de preço. Isso mesmo, assim, de graça. Um mundo que, segundo os criadores desta proposta, seria livre dos principais problemas que afligem a humanidade hoje, como egoísmo, ganância, pobreza, fome, ignorância, criminalidade, violência...

Isto é o Projecto Vénus!

Projecto Vénus:
http://www.thevenusproject.com

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Mindfulness é um estado de alerta não-egoísta



Mindfulness (Atenção Plena)

Mindfulness é um estado de alerta não-egoísta. Realiza-se sem referência a si mesmo (Self). Com Mindfulness vê-se todos os fenómenos sem referências a conceitos como 'eu', 'meu' ou 'minha'. Por exemplo, existe uma dor na sua perna esquerda. A consciência comum diria: "Eu tenho uma dor." Usando Mindfulness, simplesmente observa-se a sensação como uma sensação. Mindfulness ajuda-nos a não acrescentar nada à percepção, ou subtrair qualquer coisa dela. Não procuramos melhorar, nem enfatizar nada. Apenas observamos exactamente o que está à nossa frente - sem distorção.

- Henepola Gunaratana

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budismo

O Ego na origem do sofrimento


O corpo é a raiz e o suporte do ego. 
E do ego procedem as formas que damos às realidades. 
Dessa mesma fonte procede a imagem com que representamos o Absoluto.

O ego e o seu pedestal, o corpo, são as razões da nossa ligação às formas e da conexão do ser a formas. Devido ao ego não conseguimos conceber que algo possa existir sem que esteja intrinsecamente ligado a uma forma.
Esta é a epistemologia do ego: tudo o que és, és porque tens uma forma. Esta é a lei do sentir e compreender de todos os seres vivos. Esta epistemologia empurra-nos a construir imagens do Absoluto.

No entanto o Budismo advoga que a maior ilusão é achar que “eu sou” algo ou que algo “é meu”, agarrando-me a tudo e a todos, querendo estabilizar o que é dinâmico, gerando apego que conduz a um conjunto de emoções negativas, como por exemplo a raiva, o ódio e a cólera, e que é apenas uma tentativa de salvar esse ego ilusório, através dos mais variados mecanismos de defesa. Portanto, é característica do ego ilusório tentar atingir assim a felicidade duradoura nesta vida.

Precisamente desse ego ilusório nasce o sofrimento humano.

A grande ilusão (ignorância), segundo Buda, é pensar que se tem um ego (eu) substancial e permanente. Tudo é impermanência e insubstancialidade e o sofrimento acontece porque queremos agarrar os objetos do desejo (pessoas e coisas, especialmente o dinheiro e os amores) e parar o que é dinâmico, reter o que escorregadio.

Para o budismo, portanto, o sofrimento não existe fora de nossa própria relação intrínseca com ele.

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budismo

Bem-Estar e Budismo

Equilíbrio Mental e Bem-Estar

Particularmente desde a Segunda Guerra Mundial, a Psicologia clínica concentrou-se principalmente no diagnóstico e no tratamento da doença mental, e só recentemente é que a atenção científica se voltou para a compreensão e o cultivo da saúde mental positiva (Seligman & Csikszentmihalyi, 2000). A tradição budista, por outro lado, tem-se preocupado ao longo dos últimos 2.500 anos, com o cultivar de estados excepcionais de bem-estar mental, bem como identificar e tratar problemas da mente (Smith, 1991).

Embora os registos dos discursos do Buda e mais tarde a literatura comentarial dentro da tradição budista não se debrussem sobre o tema da "saúde mental" como tal, eles discutem a natureza e as causas dos desequilíbrios mentais e técnicas para alcançar o bem-estar mental.

 


Bem-Estar e Budismo

O objectivo da prática budista é a realização de um estado de bem-estar que não depende da presença de estímulos de prazer, sejam externos ou internos (Wallace, 1999). Segundo o budismo, o bem-estar desse movimento em direção a bem-estar é uma parte fundamental do ser humano. Como o Dalai Lama comentou:
Acredito que o propósito da nossa vida é procurar a felicidade. Quer se acredite em religião ou não todos nós estamos em busca de algo melhor na vida. Então, eu penso que o próprio movimento da nossa vida é dirigido para a felicidade." (Dalai Lama & Cutler, 1998).

A ideia fundamental do budismo é o reconhecimento da natureza impermanente de todos os fenómenos (Nanamoli & Bodhi, 1995). Erradamente, agarrarmo-nos a objectos e eventos como verdadeiras fontes de felicidade e isto produz uma vasta gama de problemas psicológicos, na raiz dos quais está a reificação de nós mesmos como um ego imutável, unitário e independente (Ricard, 2006).

Primeiro, será importante reconhecer essas formas de mal interpretação de nós próprios e do mundo e então começarmos a identificarmos as reais fontes de bem-estar genuíno (Wallace, 2005; Wallace & Hodel, 2006). As verdadeiras causas desse bem-estar estão enraizadas numa forma saudável de vida, são alimentadas através do cultivo do equilíbrio mental, e chegando à fruição de uma experiência de sabedoria e de compaixão. Desta forma, o alcançar de um verdadeiro bem-estar está relacionado com a compreensão e com a virtude.

O Budismo promove um estado ideal de bem-estar que resulta da libertação da mente das suas tendências aflitivas e obscuridades e da realização do potencial máximo de cada um em termos de sabedoria, compaixão e criatividade. Nesta perspectiva o bem-estar é fundamentalmente diferente do bem-estar hedónico, que deriva dos prazeres orientados para todos os tipos de estímulos (Bodhi, 2005; Wallace, 1993). A aquisição de bens materiais, segurança financeira, poder e fama pode levar à felicidade, mas é apenas transitório. Tais prazeres são dependentes de estímulos, a partir do meio ambiente, a partir de interações com outras pessoas ou de vários tipos de actividades físicas e mentais. Mas quando os estímulos cessam, o prazer associado diminui (Ricard, 2006).

Esta antiga crítica budista de prazer dependente de estímulos tem sido apoiada por pesquisas actuais, com a constatação de que a riqueza não prediz a felicidade duradoura (Diener, Sandvik, Seidlitz, & Diener, 1993; Inglehart, 1990). Por exemplo, até mesmo os vencedores da loteria ganham apenas um temporário aumento de bem-estar subjetivo e, em seguida, retornam à linha de base (Argyle, 1986; Brickman, Coates, e Janoff-Bulman, 1978).

Além disso, de acordo com a teoria budista, agarrando-nos a tais estímulos como a verdadeira fonte de felicidade podemos facilmente dar origem a ansiedade, pelo menos intermitente, se não for crónica, ao enfrentarmos a possibilidade, probabilidade ou certeza de que os estímulos não vão durar (Tsong-kha-pa, 2000). De acordo com um ditado budista, à medida que as pessoas se apegam a esses objectos, situações e actividades como a fonte de felicidade, apenas pode haver dois resultados: ou os objectos, situações e actividades desaparecem ou as pessoas desaparecem.



Referências Bibiográficas:

- Argyle, M. (1986). The psychology of happiness. London: Methuen.
- Bodhi, B. (Ed.). (2005). In the Buddha’s words: An anthology of discourses from the Pali canon. Boston: Wisdom.
- Brickman, P., Coates, D., & Janoff-Bulman, R. (1978). Lottery winners and accident victims: Is happiness relative? Journal of Personality and Social Psychology, 36, 917–927.
 - Dalai Lama, & Cutler, H. C. (1998). The art of happiness: A handbook for living. New York: Riverhead Books
- Diener, E., Sandvik, E., Seidlitz, L., & Diener, M. (1993). The relationship between income and subjective well-being: Relative or absolute? Social Indicators Research, 28, 195–223
- Ricard, M. (2006). Happiness: A guide to developing life’s most important skill. New York: Little Brown.
- Seligman, M., & Csikszentmihalyi, M. (2000). Positive psychology: An introduction. American Psychologist,  55, 5–14.
- Smith, H. (1991). The world’s religions. San Francisco: Harper.
- Wallace, B. A. (1993). Tibetan Buddhism from the ground up. Boston: Wisdom
- Wallace, B. A. (2005b). Genuine happiness: Meditation as the path to fulfillment. Hoboken, NJ: Wiley.
- Wallace, B. A., & Hodel, B. (2006). Contemplative science: Where Buddhism and neuroscience converge. New York: Columbia University Press


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Em paz


Mindfulness (atenção plena) ajuda-nos a tomar consciência dos padrões condicionados de fuga habituais da mente e permite-nos experimentar uma forma alternativa de ser no mundo. Essa alternativa dirige a nossa consciência para os eventos reais do momento, os sons ouvidos, as sensações sentidas pela pele, as cores e formas recolhidas pelos olhos. A atenção ajuda a estabilizar o coração e a mente e permite que não sejam tão afectos pelo inesperado nas nossas vida. Se praticarmos mindfulness pacientemente e durante tempo suficiente, eventualmente, estaremos interessados em tudo o que acontece, curiosos sobre o que podemos aprender com a adversidade.

Mindfulness envolve descansar a mente num lugar onde não há ansiedade, nem medo. De facto, num lugar onde se encontra o oposto. Nós descobrimos recursos, coragem e uma felicidade tranquila.

Mindfulness suporta a nossa vida espiritual. As ferramentas da atenção plena são um convite para chamar a atenção para as muitas pequenas actividades da vida. Elas são particularmente úteis para as pessoas que gostariam de cultivar uma vida espiritual no seio de todas as distrações da vida moderna. O mestre Zen Suzuki Roshi disse: "Zen não é algum tipo de excitação, mas a concentração na nossa rotina quotidiana habitual". A prática de mindfulness traz a consciência de volta a este corpo, a este lugar e ao tempo presente.

É exactamente onde nós podemos ser tocados pela presença eterna a que chamamos o Divino. Quando estamos atentos, valorizamoa cada momento da vida em particular. Mindfulness é uma forma de expressar a nossa gratidão por um presente que nunca poderemos pagar. Mindfulness pode tornar-se uma constante oração de gratidão.


How to Train a Wild Elephant-And Other Adventures in Mindfulness, Jan Chozen Bays

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Meditação e Bem-Estar

Nas filosofias orientais, assim como na ciência contemporânea, a Meditação é um treino que visa o desenvolvimento pessoal. No Budismo, por exemplo, uma das premissas fundamentais é que a realidade possui uma natureza impermanente, ou seja, transitória, que por sua vez também caracteriza a natureza dos conteúdos mentais. No entanto, postula-se que os seres humanos, em geral, não percebem a realidade desta forma. Consequentemente ocorrem criações mentais, usualmente distorcidas – ilusões – que geram emoções negativas. Surge, então, o sofrimento, o qual resulta de uma super identificação com estes padrões disfuncionais e aflitivos da mente.

A Meditação é considerada uma das ferramentas que justamente possibilita acabar ou reduzir o sofrimento, pois permite que o praticante entre em contato com a verdadeira natureza dos seus estados mentais. O resultado é uma maior lucidez e percepção mais clara de si, dos fatos, e de que é possível libertar-se de emoções consideradas perturbadoras, como apego, raiva, ignorância, e ainda cultivar qualidades positivas, como compaixão, alegria e equanimidade (Rosch, 2007).

Em termos científicos, as investigações também têm mostrado que a meditação pode ajudar a diminuir ou acabar com o sofrimento, uma vez que desencadeia uma série de processos que se associam a uma vida emocional saudável. Há evidências de que através da sustentação da atenção é possível desenvolver maior capacidade auto-regulatória, a qual resulta em melhores habilidades cognitivas e maior controle emocional, como não-reatividade (Tang et al.,2007). O treino de focalização da mente também parece refletir-se numa maior consciência/atenção plena (mindfulness), autoconhecimento, redução dos pensamentos automáticos e descondicionamentos. Além disso, os resultados sugerem que esta prática estimula mecanismos psicofisiológicos que geram benefícios psicossomáticos (Brefczynski-Lewis, Lutz, Schaefer, Levinson, & Davidson, 2007; Brown & Ryan,2003; Shapiro, Schwartz, & Santerre, 2005). Em suma, de uma forma ou outra, os estudos sobre os efeitos da meditação parecem relacionar esta técnica com aspectos emocionais positivos, que caracterizam uma condição de maior saúde mental e bem-estar.



Referências bibliográficas

- Brefczynski-Lewis, J.A.; Lutz, A.; Schaefer, H. S.; Levinson,D.B.; Davidson, R. J. (2007). Neural correlates of attentional expertise in long-term meditation practitioners. Proceedings of the National Academy of Sciences,104(27), p.11483-11488.
- Brown, K. W., & Ryan, R. M. (2003). The benefits of being present: mindfulness and Its role in psychological well-being. Journal of Personality and Social Psychology, 84(4), 822-848.
- Rosch, E. (2007). More than mindfulness: When you have a tiger by the tail, let it eat you. Psychological Inquiry, 18(4), 258-264.
- Shapiro, S. L., Schwartz, G. E., & Santerre, C. (2005). Meditation and positive psychology. In C. R. Snyder & S. J. Lopez (Eds.), Handbook of positive psychology (pp. 632-645). New York: Oxford USA Trade.
- Tang, Y., Ma, Y., Wang, J., Fan, Y., Feng, S., Lu, Q., Yu, Q., Sui, D., Rothbart, M. K., Fan, M., & Posner, M. I. (2007). Short-term meditation training improves attention and self-regulation. Proceedings of the National Academy of Sciences, 104(43), 17152-17156.

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Curso de Mindfulness para Equilíbrio Emocional e Redução de Stresse


PRÓXIMO CURSO MBSR EM BARCELOS 07-12 ABR 2015

+ Informações 



Nome do curso:
Mindfulness-Based Stress Reduction (MBSR)




Datas das sessões semanais (cada sessão 2h)

Outubro - 19 e 26
Novembro - 02, 09, 16, 23
Dezembro - 01, 07 e 14

Horário: 14.30h - 16.30h, excepto dia 01 de Dezembro que será das 10h às 15h (ver nota nº2)

Palestra de introdução e explicação do curso. Entrada Livre
14 de Setembro - 14:30h 

Local do curso
Rua Dr. Afonso Cordeiro, nº323 Matosinhos

Quem é o Instrutor
José Carlos Lopes é professor da Universidade de Aveiro, desde 1986, e doutorado em Física. Trabalha na Escola Superior de Saúde desde 2001 e na Secção Autónoma de Ciências da Saúde (SACS) desde 2005. Pertence ao Gabinete de Investigação Clínica da SACS, e ao Centro de Prática e Estudo de Mindfulness http://mindfulness.web.ua.pt

Completou o nível de Diploma de Pós-graduação em Mindfulness-Based Approaches, na Universidade de Bangor, País de Gales, Reino Unido, em 2012. Como instrutor habilitado, consta do International Directory of MBSR Teachers and Programs do Center for Mindfulness, Escola de Medicina, Universidade de Massachussets, EUA:
http://w3.umassmed.edu/MBSR/public/searchmember.aspx

Foi instrutor de cursos em grupo de MBSR para profissionais de saúde, que decorreram em 2012, nos Serviços de Psiquiatria do Hospital Infante D. Pedro (Aveiro) e do Hospital de S. João da Madeira, em que ao todo participaram mais de trinta profissionais (psiquiatras, psicólogas, enfermeiras e terapeutas ocupacionais). Atualmente, prepara uma tese sobre Mindfulness-Based Cancer Recovery (MBCR) in a Portuguese Population, na Universidade de Bangor.


Nota 1:
Antes de se inscrever, a pessoa interessada tem de ter uma entrevista com o instrutor, a fim de esclarecer
dúvidas sobre o curso e avaliar se é benéfico fazê-lo nesse momento da sua vida.

Nota 2:
No dia 01 de Dezembro será um dia Intensivo de Prática. Trata-se de um mini-retiro em silêncio, que dura cinco horas (normalmente, das 10 às 15h).

Nota 3:
Este não é um curso de formação de formadores, pelo que não confere competência para ensinar o programa. No entanto, a frequência de um curso como este é um pré-requisito para a admissão em cursos de pós-graduação de formação de formadores.


Que é a mindfulness?
O termo mindfulness, que pode ser traduzido como atenção plena (ou consciência plena), designa uma forma especial de prestar atenção: intencionalmente, ao momento presente, e sem fazer juízos de valor. A importância disto resulta da compreensão de que o presente, agora, é o único momento em que podemos aproveitar a vida: para aprender, para agir, para mudar, para tratar.

Que são intervenções baseadas em mindfulness?
As intervenções baseadas em mindfulness são programas em que aprendemos a cultivar a capacidade inata de prestar atenção às experiências quando elas acontecem. Tais programas visam ajudar, de forma prática e pragmática, os participantes a lidar melhor com as dificuldades da vida. Tanto os estudos científicos como os relatos dos participantes apontam para uma diversidade de benefícios a nível físico e psicológico.
Há vários programas deste tipo, que integram as antigas práticas e filosofias da mindfulness, originárias do budismo, com os actuais conhecimentos científicos da psicologia. Tais programas são ensinados de forma inteiramente secular, sem qualquer contexto religioso. A mindfulness é ensinada através de técnicas de meditação tais como prestar atenção à respiração, e ter consciência do corpo em repouso ou em movimento.
Os programas principais, desenvolvidos nas últimas décadas, são Mindfulness-Based Stress Reduction (MBSR) e Mindfulness-Based Cognitive Therapy (MBCT).
A MBCT adoptou a MBSR, integrando-a com a terapia cognitivo-comportamental. Foi desenvolvida, no final do século XX, para ajudar pessoas com depressão, tendo sido demonstrada a sua eficácia em ensaios clínicos. Os dois programas são muito semelhantes.
Atualmente, desenham-se programas mindfulness-based optimizados para determinados problemas, que incluem conceitos e técnicas de outras disciplinas.

Quais são as características da MBSR?
A MBSR é um programa em grupo desenvolvido por Jon Kabat-Zinn e colaboradores no Center for Mindfulness (CFM) da Escola Médica da Universidade de Massachusetts. Destina-se a pessoas com problemas de stresse, qualquer que seja a causa deste. Mais de 19 mil pessoas completaram os cursos do CFM, em ambiente hospitalar. A MBSR actualmente faz parte do campo da medicina integrativa e dos cuidados de saúde genéricos. Tem sido aplicada em contextos diversos, como estabelecimentos prisionais, zonas urbanas pobres, e empresas.
O programa de MBSR retirou do contexto espiritual as antigas práticas de mindfulness, adaptando-as de forma a torná-las acessíveis e relevantes para pessoas que padecem de uma qualquer doença, física ou psicológica, de um leque variado. Além da prática de exercícios para cultivar a mindfulness, os participantes aprendem a lidar com o stresse, qualquer que seja a causa deste, e com as dificuldades da vida em geral.
O programa de MBSR tem sido alvo de muitos estudos clínicos desde o fim da década de 1970, que têm demonstrado efeitos significativos em participantes com dor crónica, fibromialgia, esclerose múltipla, perturbações de ansiedade, psoríase, cancro, bem como no autocuidado dos prestadores de cuidados de saúde.
Os cursos de MBSR, geralmente, duram oito semanas e são realizados em grupo, em sessões semanais de 2-2,5 horas. Nestas sessões, em que se usam elementos didáticos que ajudam a compreender a origem e a natureza das dificuldades, os participantes aprendem os exercícios a ser praticados diariamente durante a semana, havendo períodos em que interagem para discutir as suas experiências.
Têm ainda sido usados formatos alternativos: sessões individuais, sessões em grupo concentradas em menos semanas, práticas diárias mais ou menos curtas.


Alguns artigos sobre Mindfulness

Porquê a mindfulness funciona
MBSR e inflamação
Mecanismos neurobiologicos da Mindfulness
Mindfulness para principiantes | parte-1
Mindfulness para principiantes | parte-2
Mindfulness e prevenção de doenca cardíaca.html
Mindfulness - Reducao e Prevencao da Depressao nas Escolas
Em paz
Como mindfulness pode ajudar o nosso relacionamento




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