ciencia
Os cientistas têm-se concentrado principalmente no estudo dos benefícios da meditação no cérebro e no corpo, mas um estudo recente da Universidade de Northeastern, publicado na revista científica Psychological Science, lança um olhar sobre o impacto da meditação na compaixão e na harmonia interpessoal.
Várias tradições religiosas têm sugerido que a meditação tem um efeito positivo, mas não houve nenhuma prova científica até agora.
Neste estudo, uma equipa de pesquisadores da Northeastern University e da Universidade de Harvard examinaram os efeitos da meditação sobre a compaixão e o comportamento virtuoso, e os resultados foram fascinantes.
O ESTUDO
Neste estudo, financiado pelo Instituto Mind and Life, convidou-se os participantes a completar oito semanas de treinos em dois tipos de meditação. Após as sessões, eles foram colocados à prova.
A encenação foi a seguinte: quando o participante chega para os testes cognitivos, no final do estudo, entra numa sala de espera e encontra três cadeiras, duas das quais foram ocupadas. Sem o seu conhecimento as outras duas pessoas na sala de espera são "cúmplices" - colegas que fizeram parte do estudo, mas colocados como espectadores. Naturalmente, o participante senta-se na terceira cadeira e espera ser chamado. Após um minuto, um terceiro cúmplice, uma mulher, aparece com muletas e uma bota. Ela aparenta sofrer bastante dor enquanto caminhava, parou junto às cadeiras e olhou para o seu telemóvel, em seguida, de forma audível suspirou de desconforto e encostou-se à parede. Os dois “actores” continuaram a esperar, sentados, ignoramdo-a, mexendo nos seus telemóveis ou abrindo um livro. Esta cena continuou por mais dois minutos.
O verdadeiro teste era: seriam os participantes movidos a responder com compaixão e dar a sua cadeira à mulher de muletas, mesmo que todos os outros a ignorassem? Sabemos que a meditação melhora o bem-estar, físico e psicológico, da própria pessoa ", disse Condon. Condon e seus colegas descobriram que havia uma clara diferença de comportamento: os que haviam sido submetidos ao treino de meditação (seja em compaixão ou atenção) eram cinco vezes mais propensos a desistir do seu assento para a mulher de muletas do que aqueles que não tinham praticado meditação. Isso é um efeito enorme.
A meditação funciona
Entre os participantes que não meditaram apenas 15% ajudaram. Mas entre os participantes que estavam nas sessões de meditação verificou-se que até 50% agiram em ajuda do outro. Este resultado foi registado nos dois grupos de meditação, mostrando assim que o efeito das duas diferentes formas de meditação é consistente. "O aspecto verdadeiramente surpreendente destes resultados é que a meditação pode dispor as pessoas a agirem de forma mais virtuosa - ajudando outro que estava sofrendo - mesmo em face à norma de não fazer isso", disse DeSteno, "O facto de que os outros actores terem ignorado a pessoa com dor cria efeito de alastramento para as outras pessoas presentes" que, normalmente, tende a reduzir a ajuda. As pessoas muitas vezes perguntam "Por que eu deveria ajudar alguém, se ninguém ajuda? '"
Estes resultados parecem provar que aquilo que os budistas acreditam há muito tempo –que é suposto que a meditação nos leve a experimentar mais amor e compaixão por todos os seres sencientes. Mas, mesmo para os não-budistas, os resultados oferecem uma prova científica das técnicas de meditação para alterar o cálculo da mente moral.
Para mais informações:
Lori Lennon
Communications Coordinator/Senior Writer
Northeastern University College of Science
l.lennon@neu.edu
617.680.5129
@LoriNU
Artigo original:
Psychological Science
Pode a Meditação tornar-nos pessoas mais compassivas?
Os cientistas têm-se concentrado principalmente no estudo dos benefícios da meditação no cérebro e no corpo, mas um estudo recente da Universidade de Northeastern, publicado na revista científica Psychological Science, lança um olhar sobre o impacto da meditação na compaixão e na harmonia interpessoal.
Várias tradições religiosas têm sugerido que a meditação tem um efeito positivo, mas não houve nenhuma prova científica até agora.
Neste estudo, uma equipa de pesquisadores da Northeastern University e da Universidade de Harvard examinaram os efeitos da meditação sobre a compaixão e o comportamento virtuoso, e os resultados foram fascinantes.
O ESTUDO
Neste estudo, financiado pelo Instituto Mind and Life, convidou-se os participantes a completar oito semanas de treinos em dois tipos de meditação. Após as sessões, eles foram colocados à prova.
A encenação foi a seguinte: quando o participante chega para os testes cognitivos, no final do estudo, entra numa sala de espera e encontra três cadeiras, duas das quais foram ocupadas. Sem o seu conhecimento as outras duas pessoas na sala de espera são "cúmplices" - colegas que fizeram parte do estudo, mas colocados como espectadores. Naturalmente, o participante senta-se na terceira cadeira e espera ser chamado. Após um minuto, um terceiro cúmplice, uma mulher, aparece com muletas e uma bota. Ela aparenta sofrer bastante dor enquanto caminhava, parou junto às cadeiras e olhou para o seu telemóvel, em seguida, de forma audível suspirou de desconforto e encostou-se à parede. Os dois “actores” continuaram a esperar, sentados, ignoramdo-a, mexendo nos seus telemóveis ou abrindo um livro. Esta cena continuou por mais dois minutos.
O verdadeiro teste era: seriam os participantes movidos a responder com compaixão e dar a sua cadeira à mulher de muletas, mesmo que todos os outros a ignorassem? Sabemos que a meditação melhora o bem-estar, físico e psicológico, da própria pessoa ", disse Condon. Condon e seus colegas descobriram que havia uma clara diferença de comportamento: os que haviam sido submetidos ao treino de meditação (seja em compaixão ou atenção) eram cinco vezes mais propensos a desistir do seu assento para a mulher de muletas do que aqueles que não tinham praticado meditação. Isso é um efeito enorme.
A meditação funciona
Entre os participantes que não meditaram apenas 15% ajudaram. Mas entre os participantes que estavam nas sessões de meditação verificou-se que até 50% agiram em ajuda do outro. Este resultado foi registado nos dois grupos de meditação, mostrando assim que o efeito das duas diferentes formas de meditação é consistente. "O aspecto verdadeiramente surpreendente destes resultados é que a meditação pode dispor as pessoas a agirem de forma mais virtuosa - ajudando outro que estava sofrendo - mesmo em face à norma de não fazer isso", disse DeSteno, "O facto de que os outros actores terem ignorado a pessoa com dor cria efeito de alastramento para as outras pessoas presentes" que, normalmente, tende a reduzir a ajuda. As pessoas muitas vezes perguntam "Por que eu deveria ajudar alguém, se ninguém ajuda? '"
Estes resultados parecem provar que aquilo que os budistas acreditam há muito tempo –que é suposto que a meditação nos leve a experimentar mais amor e compaixão por todos os seres sencientes. Mas, mesmo para os não-budistas, os resultados oferecem uma prova científica das técnicas de meditação para alterar o cálculo da mente moral.
Por Vítor Bertocchini
Para mais informações:
Lori Lennon
Communications Coordinator/Senior Writer
Northeastern University College of Science
l.lennon@neu.edu
617.680.5129
@LoriNU
Artigo original:
Psychological Science
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