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A meditação optimiza o processamento emocional
A meditação optimiza o processamento emocional, mesmo quando não se está a a meditar.
Um estudo publicado recentemente na revista científica Frontiers in Human Neuroscience, demonstrou, pela primeira vez, que a meditação afecta a maneira como processamos as emoções, mesmo no período pós-meditação. Este novo estudo mostra que a meditação tem efeitos quantificáveis e mensuráveis na actividade cerebral dos praticantes de meditação, mesmo quando não estão a meditar.
As práticas meditativas têm gerado muito interesse na comunidade científica, em particular no estudo de como a meditação afecta o funcionamento cerebral (Lutz et al., 2007; Austin, 2009; Slagter et al., 2011). Mais do que estudar os estados meditativos, per se, os investigadores colocaram uma questão ainda mais intrigante: a possibilidade do treino meditativo levar a mudanças duradouras no funcionamento cerebral, mesmo após as sessões de meditação (Slagter et al., 2011).
Investigadores do Centro de Imagiologia Biomédica do Massachusetts General Hospital da Universidade do Arizona, do Santa Barbara Institute for Consciousness Studies da Universidade de Boston, da Universidade de Emory, do Departamento de Psiquiatria do College of Medicine and Norton School of Family and Consumer Sciences, College of Agriculture, Universidade do Arizona e do Departmento de Electrical and Computer Engineering da Universidade de Boston realizaram um estudo com adultos saudáveis, sem experiência prévia em meditação, aplicando um programa de treino de meditação de oito semanas, quer no Treino de Atenção Plena, quer no Treino Cognitivo Baseado na Compaixão (programa baseado nas práticas meditativas compassivas do Budismos Tibetano). Outro grupo de participantes foi utilizado como controlo e não recebeu qualquer treino. Os Cérebros de todos os participantes foram, antes de depois da intervenção, submetidos a exame através da Ressonância Magnética Funcional.
Os investigadores encontraram alterações na região da amígdala, cujos efeitos sobre o processamento emocional que já haviam sido descritos em estudos anteriores. A diferença neste novo estudo é que os participantes não estavam a meditar no momento do exame ao cérebro. As conclusões do estudo são consistentes com as hipóteses de que o treino de certos estados meditativos pode resultar em mudanças duradouras positivas no funcionamento cerebral.
Referências Bibliográficas:
Austin, J. H. (2009). Selfless Insight: Zen and the Meditative Transformations of Consciousness. Cambridge, MA: MIT Press.
Lutz, A., Dunne, J. D., and Davidson, R. J. (2007). “Meditation and the neuroscience of consciousness: An introduction,” in The Cambridge Handbook of Consciousness, 1st Edn, eds P. D. Zelazo, M. Moscovitch, and E. Thompson (Cambridge, UK: Cambridge University Press), 499–551.
Slagter, H. A., Davidson, R. J., and Lutz, A. (2011). Mental training as a tool in the neuroscientific study of brain and cognitive plasticity. Front. Hum. Neurosci. 5:17.
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