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Cérebro, Meditação e Silêncio Mental: Perspectiva da Neurociência - Parte 1
Cérebro, Meditação e Silêncio Mental: Perspectiva da Neurociência - Parte 2
O sistema límbico é, de um ponto de vista evolutivo, uma estrutura antiga que é encontrada em seres humanos e animais inferiores e está associada com instintos de sobrevivência e emoções...
Funções Cerebrais envolvidas na Meditação
A pesquisa diz-nos que as funções cerebrais mais importantes envolvidas na meditação, independentemente da técnica, são os mecanismos que controlam a nossa atenção, regulam os efeitos do relaxamento e modulam o humor. De facto, a investigação mostra que, apesar das suas diferentes "marcas" (e preços) a maioria das técnicas de meditação, mais ou menos, envolvem essas mesmas funções. Grande parte destas descobertas surgiram a partir de estudos de ressonância magnética do cérebro. No entanto, também tem sido demonstrado que diferentes técnicas podem envolver outras áreas do cérebro, para além das referidas zonas comuns. Além disso, a forma em que estas áreas se envolvem e se relacionam umas com as outras também podem diferir entre as técnicas. Isto, obviamente, levanta a questão sobre qual padrão de actividade cerebral será bom para nós, mau para nós ou de nenhuma consequência.
Até ao momento não surgiu um entendimento único, unificado que explique todas as diferentes abordagens da meditação ou os seus muitas vezes diferentes efeitos sobre o cérebro.Meditação num objecto ou mantra
Por exemplo, quando um praticante move sua atenção longe de distrações externas e foca-a num objecto ou mantra, redes de neurónios nos lobos frontais e também nos lobos parietais são activados.Meditação na respiração ou num estado interno do corpo
Se o praticante traz a sua atenção para dentro, concentrando-se na sua respiração ou um estado interno do corpo, vai também activar uma parte do cérebro chamada de giro cíngulo anterior (que faz parte do sistema límbico), bem como uma área chamada ínsula.Meditação em emoções
As técnicas de meditação que envolvem foco numa emoção também activam as interconexões entre os lobos frontais e o sistema límbico. Os lobos frontais e as interconexões entre os lobos frontais e sistema límbico são, portanto, uma parte importante do mecanismo de meditação.Sensação de Relaxamento
A sensação de relaxamento que ocorre durante a maioria das práticas de meditação parece envolver regiões semelhantes do cérebro como aquelas mencionadas acima, mas também estruturas tais como a amígdala, a qual é um centro no sistema límbico, envolvida na experiência do medo (e, portanto, na reacção fight-or-flight ) e partes do tálamo, que está envolvido na regulação física do corpo. Isso faz sentido, já que o relaxamento só pode ocorrer quando a emoção do medo é reduzida, e está associada a eventos específicos no corpo físico, como a redução da pressão arterial, a activação reduzida dos músculos, a diminuição da frequência cardíaca e todas as outras características da resposta de relaxamento.Melhoria do Humor
A melhoria do humor que a maioria dos meditadores reportam como resultado da meditação, também aparece relacionada a mudanças na activação de certas estruturas cerebrais. É bem conhecido, por exemplo, que o lobo frontal esquerdo tende a lidar com os sentimentos positivos, que se descrevem como alegria, enquanto o lobo direito parece lidar com sentimentos negativos. Quando o lobo direito é mais activo do que o esquerdo, tendem-se a ter sentimentos mais negativos do que positivos. Estas emoções são geradas como resultado das interações entre os lobos frontais e o centro emocional do cérebro, o sistema límbico. Durante a meditação vários estudos têm mostrado um aumento nas partes do cérebro que lidam com sentimentos positivos, ou seja, o lobo frontal esquerdo e suas interligações com o sistema límbico.Meditação, Neurotransmissores e Hormonas
Outros estudos também demonstraram aumentos em neurotransmissores químicos, tais como a serotonina, endorfinas, dopamina e mesmo a melatonina no cérebro e na corrente sanguínea, e que são associados com o humor positivo.Conclusão
Há um pequeno número de bons estudos que fornecem pistas importantes e fascinantes sobre o silêncio mental. Ele parece envolver os lobos frontais e o sistema límbico, presumivelmente, comunicando uns com os outros através das conexões fronto-límbicas num padrão que é simétrico em ambas as metades do cérebro. No entanto, à medida que a experiência de meditação aumenta as alterações que ocorrem nos lobos frontais, também parece espalhar para os lados e para trás, para passar a incluir os lóbulos parietais e possivelmente mais.Cérebro, Meditação e Silêncio Mental: Perspectiva da Neurociência - Parte 1
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