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CNN - Combater a solidão e a doença com a meditação

08:32 Vítor Bertocchini 0 Comments

A jornalista da CNN, Amanda Enayati discute o tema da procura de serenidade, do bem-estar e do equilíbrio em tempos de stress.




A Meditação e outras práticas contemplativas continuam a reivindicar o seu lugar na medicina convencional. Isto é verdade por uma série de razões. O reconhecimento de que a grande maioria das pessoas sofrem de stress crónico, que o stress causa sérios problemas psicofisiológicos e que a prática da meditação tem um impacto significativo e mensurável na redução do stress.

Num estudo recente(1), conduzido por J. David Creswell, professor assistente de psicologia na Dietrich Carnegie Mellon - Faculdade de Ciências Sociais e Humanas , concluiu-se que a meditação mindfulness (atenção plena ) tem potencial terapêutico, com uma grande influência tanto sobre a saúde psicológica, como a física.
O estudo, publicado na revista Brain Behavior and Immunity, extende os benefícios da meditação mindfulness em territórios anteriormente desconhecidas, sugerindo que ajuda a diminuir a solidão e o risco de doenças em adultos mais velhos.

A solidão dos idosos é um importante factor de risco para a doença e a morte, a par, por exemplo, com o tabagismo, Creswell diz. Mas, enquanto há forte possibilidade do médico aconselhar o parar de fumar, é bastante improvável que ele vai perguntar se se sente sozinho e dizer para parar de sentir assim. (E se ele o fizer?)
"É um grande problema", observou Creswell . Muitos investigadores têm tentado encontrar formas, como redes sociais criadas através de centros comunitários, para reduzir a solidão em idosos, mas nenhuma das abordagens realmente funciona bem."
O estudo de Creswell prova que a meditação pode ser uma estratégia formidável para enfrentar a solidão.

Os pesquisadores descobriram que a participação no programa de meditação reduziu a percepção de solidão dos adultos mais velhos comparados com os dos membros do grupo de controlo, que sofreu pequenos aumentos na solidão.
Há evidências que sugerem que o efeito foi, de facto, devido à prática da meditação e não a comunhão oferecida por fazer parte de um grupo de estudo de pesquisa ou ir para um retiro.

Os cientistas também fizeram uma segunda - e possivelmente mais convincente - descoberta. Não só o programa de redução de stress baseado em mindfulness diminuiu o sentimento de solidão dos participantes, como também reduziu significativamente a expressão de genes pró-inflamação e a medida de proteína C-reativa (CRP) no sangue. Níveis mais elevados de CRP é um marcador de inflamação.
De acordo com Creswell, a capacidade da meditação para diminuir a inflamação é particularmente importante porque a inflamação desempenha um papel importante na condução do processo da doença em toda uma série de doenças graves, desde o cancro, doenças do coração e doença de Alzheimer a diabetes, artrite e síndrome do intestino irritável.
"É incrível", afirmou Creswell. "Pela primeira vez, verificva-se que uma prática comportamental - prestar atenção à sua experiência de momento a momento - tem o poder de mudar a expressão do gene nas suas células imunes.


1- Creswell, J.D., Irwin, M.R., Burklund, L.J., Lieberman, M.D., Arevalo, J., Ma, J., Breen, E., & Cole, S. (in press). Mindfulness-Based Stress Reduction training reduces loneliness and pro-inflammatory gene expression in older adults: a small randomized controlled trial. Brain, Behavior, & Immunity.



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